Foto Jesus Carlos
Decretação da greve em assembleia no Tuca, 22 de maio de 1979.
Excertos do artigo de Marco Antonio Roxo da Silva, apresentado no II Encontro Nacional da Rede Alfredo de Carvalho (Florianópolis,2004) mestrado em comunicação pela Universidade Federal Fluminense em 2003 com dissertação sobre o mesmo tema.
"A greve em questão ocorreu em maio de 1979. Os jornalistas de São Paulo reivindicavam 25% de aumento salarial e imunidade para os representantes sindicais nas redações. Duas assembléias foram realizadas. A primeira, na Igreja da Consolação, no dia 17 de maio, com presença de 1.500 jornalistas. A proposta de greve, apesar de aprovada, não atingiu o quorum qualificado de dois terços dos votantes, conforme deliberado pelo Comando Geral de Mobilização. A segunda, no início da noite do dia 22 daquele mês, no teatro da PUC de São Paulo, o TUCA, contou com a presença de 1.692 jornalistas. A proposta de greve geral foi aprovada por 90% dos profissionais presentes. Não houve propostas alternativas. Somente um voto contra.
Mesmo diante dessa unanimidade, os sindicatos patronais (de jornais e revistas, rádio e televisão) não modificaram a proposta inicial de 16% de antecipação, a ser descontada na data base da categoria, em dezembro do mesmo ano. Diante do impasse, no dia 28 do mesmo mês, o Tribunal Regional do Trabalho, por unanimidade, julgou a greve ilegal. O resultado abriu espaço para a retaliação das empresas, que iniciaram um processo de demissão de mais de 200 grevistas.
(...) Perseu Abramo, rememorando a greve dez anos depois, afirmou que o movimento teve duas motivações básicas: a primeira, a luta por melhores condições de trabalho; a segunda, o clima geral do país. “Naquela época todo mundo entrava em greve”.