Elise Barthet, uma jornalista de 23 anos recebe o desafio de escrever um artigo sem internet e sem celular.
E conta:
"O problema começa aí, jamais trabalhei sem internet, é preciso reaprender o fundamental.
Como encontrar um assunto? Pego os jornais. Meus colegas comentam sobre a autonomia da Groelândia. Normalmente eu digitaria essa frase no Google, e depois de uma passagem pela Wikipedia, entraria nos milhares de sites sobre a ilha ártica, seus habitantes, artesanato e o solo rico em hidrocarbonetos.
Mas agora sou só eu . Um colega me encoraja: "Voce não tem escolha, pesquise no jornal".
Ela vai ao arquivo impresso do Le Monde. Mas a Groenlandia nunca foi muito noticia de destaque.
"Aqui, me explica a biblitoecaria, é a memória viva do jornal."
Mas raros são os jornalisats que ali vao.
Afinal ela consegue reunir informação sobre o assunto e nomes de entrevistados: comerciantes de petroleo ou simplesmente, gente da Groelandia.
Encontro um numero na Groenland. O interlocutor trata de questoes energeticas no governo autonomo. Eu digo: "Bonjour, gostaria de falar com Ioan Skolnielsen." Resposta glacial; estou em reuniao, ligue amanha". Consegue falar com, Yves Mathieu, do 'Institut français du pétrole. Após 30 minutos tenho numeros, citações, resta escrever.
Uma luz doce de fim de dia cerca o Boulevar Blanqui. Eu fiquei so na redação com meu caderno de notas e meus sete cafés. As palavras não vêem. Perdi um tempo enorme( 3 horas, talvez quatro) fazendo contatos. E tudo isso para que? Um artigo que ninguem jamais lerá.
Não consegui terminar a tempo..."