quinta-feira, julho 31, 2008

Vexame no Recôncavo

Candidato (PT-PCdoB-PSB-PV) grita rejeitando foto em terreiro de candomblé

Na Bahia, candidato evangleico (PT-PCdoB-PSB-PV) vai vestido de preto ao terreiro e dá vexame


Vítor Rocha, do A TARDE, 28/07/2008


Evangélico convicto, o candidato petista à Prefeitura de Salvador, Walter Pinheiro, visitou, na noite de sábado, o Terreiro Maroió Lage, mais conhecido como Terreiro do Alaketo, em Luiz Anselmo, e se negou a ser fotografado dentro do templo religioso do Candomblé. Acompanhado da vice na chapa, a deputada Lídice da Mata (PSB), Pinheiro foi ao local a convite da vereadora Olívia Santanta (PCdoB), candidata à reeleição e integrante da coligação. Ele não participou da Festa de Nanã, celebrada na mesma noite, e apenas ouviu demandas da mãe-de-santo Jojó, sucessora de Mãe Olga no terreiro. Mãe Jojó reivindicou obras de retenção de encostas para a redondeza.

Depois do papo com a ialorixá, Pinheiro saiu do templo na mira do repórter fotográfico de A TARDE e, percebendo a situação, deu as costas, bradando que não queria ser fotografado dentro do local. “Não quero, peça ao fotógrafo para parar. Assim ele pode forjar uma situação que não existe”, reivindicou o candidato à reportagem, ressaltando que não se incomodava de ser fotografado fora do templo e que não estava ali participando da manifestação religiosa, mas apenas cumprindo agenda de candidato.

Mãe Jojó havia autorizado fotografias do interior do templo enquanto a festa não começava. Quando chegou ao local, acompanhado de assessores, o candidato também causou frisson. “Vixe! Ele veio de preto”, cochichou Olívia Santana, para si mesma. Ele vestia uma camisa pólo listrada nas cores azul e preta. O espanto se deu porque a cor preta bloqueia energias, na compreensão dos adeptos do candomblé, e normalmente é evitada nos terreiros.

segunda-feira, julho 28, 2008

Só pra mulheres





Lila (Merryl Streep e Ann (Vanessa Redgrave), ao entardecer


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"Mas que filme enjoadinho", foi o comentário de um senhor à saida de "Ao Entardecer".Aliás, era um jornalista que eu conheci um dia.
As senhoras que estavam com ele riram amarelo.
Não é mesmo filme pra homem. Dos tradicionais, ao menos.
Produção germano-americana ( tem mesmo uma cara de filme europeu), baseado no livro de uma mulher (Susan Minot) com roteiro dela e de Michael Cunningham e dirigido pelo hungaro Lajos Koltai.
Elenco de atrizes soberbas : Vanessa Redgrave, Merryl Streep, Glen Close, Nina Colette, Clare Danes e as filhas : de Vanessa, Nastasha Richardson e de Merryl , Mamie Gummer (dir.).


Ann está morrendo e , entre delirios, lembra -se da coisa mais importante de sua vida, há 50 anos: Harris, que conhece no casamento da amiga Lila.
Casou-se duas vezes, teve duas filhas, foi cantora. Mas, conta para a enfermeira, foi casada mesmo durante 40 anos com Harris, só que nunca estavam juntos. E a enfermeira: "Assim, dá certo"...
É um filme sobre o amor, a amizade e a morte- grandes temas da vida humana.
A amiga Lila vai visitar Ann porque sabe de sua doneça. Ann lembra de Harris, que as duas , e mais o então namorado de Ann e irmão de Lila- amaram.
Se os desastres da vida tivessem sido contornados, Ann teria se casado com ele? E se?
"Fizemoso o que tinhamos de fazer", diz Lila. "Eu tive tres filhas, voce teve duas, e cantou no meu casamento".
Ann parece , então, se confortar.
No fim, diz o filme, só o que é mais importante na nossa vida vem à mente. O amor por Harris era o mais importante para Ann.

O Caso Dantas e o habeas corpus da ONU



Do Terra Magazine

Márcia Novaes Guedes*

O episódio envolvendo o Sr. Daniel Valente Dantas e os demais investigados na operação Satiagraha acendeu o debate sobre o estado policial, as liberdades individuais, a falência do sistema penal/prisional, mas fechou os olhos para a mais recente condenação do país pela ONU em matéria de direitos humanos, expondo nossa fraca constitucionalidade.

Na Revisão Periódica Universal sobre Direitos Humanos, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e que é feita com base em dados coletados pelos próprios representantes da instituição e 22 organizações não governamentais (Ongs), o Brasil foi mais uma vez reprovado! O governo não cumpriu o prazo dado, a partir de 2005, de resolver as expulsões dos índios de suas terras; as execuções extrajudiciais de pessoas; a tortura nas prisões; a superlotação dos cárceres e a inumana condição dos presidiários. A perversa concentração de renda, que deixa na miséria 50 milhões de brasileiros e nos torna um dos cinco países mais desiguais do mundo, foi igualmente condenada.

A ONU revelou, ainda, que no Brasil são assassinadas 50 mil pessoas por ano, e dentre as vítimas preferenciais estão os jovens pobres e negros com idade entre 15 e 19 anos. Quanto à tortura, o relatório revela o que todos sabemos: é uma prática generalizada nas delegacias e prisões para obter confissões, com a tolerância de muitos juizes, que a definem como mero "abuso de poder" (Carta Capital, 05/03/08). A Constituição - perfumaria rara nas prateleiras das delegacias - define a tortura como crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, e assegura aos presos o respeito à integridade física e moral.

Estudos revelam que o racismo é uma variante fundamental na compreensão do sistema penal brasileiro e no projeto genocida do estado. Segundo a professora/pesquisadora da UnB Ana Luiza Pinheiro Flauzina, "o sistema penal se presta mais ao controle dos indivíduos e dos grupos estigmatizados do que propriamente à prevenção/repressão dos atos infracionais. A morte é mesmo o produto por excelência da movimentação dos sistemas penais latino-americanos". Por isso, "o discurso da falência do sistema penal é falso, ele funciona e muito bem"! Mas, revelar essa relação promíscua entre racismo e sistema penal bate na resistência de vários grupos da "intelectualidade branca" - adverte a estudiosa (http://www.irohin.org.br). Como diz um certo João, que este ano faz 100 anos, "quem mói no as'pro não fantasêia".

Relembrando o caso. A apuração dos fatos envolvendo o banco Oportunity e o Sr. Daniel Valente Dantas muito se deve ao jornalismo investigativo de Bob Fernandes. O inquérito policial corre há quatro anos e é acompanhado e fiscalizado por um Procurador da República. A prisão temporária, decretada pelo juiz Fausto de Sanctis, teve suporte na Lei 7.960/89. Respeitáveis juristas afirmam que essa lei criou uma espécie de prisão para averiguações e seu verdadeiro objetivo é obrigar o investigado a confessar ou delatar. Ante a previsão legal da prisão preventiva, temporária seria inconstitucional. Certo, mas cabe ao STF o controle direto de constitucionalidade das leis. E a Lei 7.960/1989 segue incólume.

A segunda ordem de prisão foi dada ante a suposta tentativa de prepostos do investigado de subornar um delegado da Polícia Federal. A prisão preventiva visa garantir a instrução (colheita das provas) e a aplicação da lei penal. Sobre o poder do Sr. Dantas, o jornalista Mino Carta escreveu: ao inquirir uma autoridade da República porque não revelava o disco rígido do computador apreendido em seu escritório, respondeu-lhe: "se revelado, cai a República"! (Carta Capital, 16/07/08). Desse medo não padeceram os Juízes da Instrução Criminal da Itália durante a Operação Mãos Limpas.

O juiz Wálter Fanganiello Maierovitch, afirmou que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) foi ignorada, a instância atropelada e a Corte transformada numa UTI (Carta Capital, 16/07/08). Não é aceitável que a jurisprudência se cristalize e resista à emergência do direito e a expansão do sentimento de justiça. Direito é linguagem, e cabe ao intérprete atribuir sentido à norma. Essa interpretação não é arbitrária, conforme o gosto e conhecimento do aplicador. O processo hermenêutico exige uma pré-compreensão, que passa pelo "constitucionalismo paradigmático", o qual se nutre da paz e dos direitos humanos, colunas da democracia. Em direito, quem pode o mais pode o menos. Direitos fundamentais da pessoa humana gozam da qualidade de infinitude, portanto, quando ameaçadas as garantias das liberdades individuais, o atropelo de instâncias parece irrelevante, afinal, "homo sacer"!

Ocorre que na fila da UTI para ser socorridos se encontram amontoados, como resíduos sólidos, milhares de homens (igualmente "sacri") que se matam e matam uns aos outros numa guerra hobbesiana por falta de espaço físico indispensável para permanecerem presos. Recentemente, um Juiz que decidiu não compactuar com a "conspiração do silêncio" e aplicou o art. 5o, inciso XLIX da Constituição da República, foi duramente criticado pela mídia.

O "habeas corpus" da ONU. O Sr. Dantas não tem apenas um batalhão de mil advogados vigilantes ao mais leve deslize das autoridades quanto a seus sagrados direitos, mas revelou ter mais poder do que a ONU! Sua prisão desencadeou um profundo mal-estar na República, ao qual se seguiu um "concertamento" entre os Poderes, Judiciário e Executivo. Doravante, para a garantia das liberdades individuais dos "investigados criminalmente", a Constituição e o ordenamento jurídico em vigor não serão suficientes. Dentre as providências sugeridas encontra-se a dilatação do conceito de "abuso de poder"; limitação ao poder de investigação dos delegados da PF (Folha de São Paulo, on line, 22/07/07); a desobediência do Juiz de 1º grau, e a introdução no ordenamento do "Crime Contra as Prerrogativas dos Advogados". Mas, quanto à gigantesca "petição de habeas corpus" da ONU nenhuma palavra! A jurisdição é inerte e ao Organismo Internacional, ao qual o país está acreditado, desde 1948, falta legitimidade! A Bastilha que espere!

Não se recusa a reconhecer o inegável: o crescimento do estado policial, que se tornou mais evidente com o neoliberalismo e a ruptura entre poder e política, minando as garantias sociais. No Brasil, a polícia forte para os fracos e fraca para os fortes sempre foi a regra, desde a Abolição! Desse lodo se nutre tanto a crônica policial jornalística quanto a música popular brasileira de Noel Rosa a Chico Buarque de Holanda. Portanto, tentar associar a investigação policial e a firme atuação judicial na apuração e condenação dos crimes do colarinho-branco à violação de direitos humanos, como sinal a pôr em risco as liberdades individuais do brasileiro comum, é mais um enxerto plantado pela razão cínica para ocultar o óbvio.

Seguramente, a abertura do disco rígido do computador do Sr. Dantas poderia fazer cair a República, mas no sentido profetizado por Raymundo Faoro e revelado numa entrevista ao jornalista Mino Carta: "No Brasil, a elite encaminhou as coisas para ser elite, desprezando o povo e assim pensa que se moderniza: desprezando ou não sabendo que a chamada modernização passa pela destruição dela própria. A única maneira de essa elite encontrar uma racionalidade é deixar de ser elite e tornar-se cidadã". (Isto É, Senhor, 22/01/1992).

Essa racionalidade cidadã passa pelo cumprimento dos compromissos ajustados com a ONU, sob a indispensável interveniência do STF, guardião precípuo da Constituição Federal. A lógica genocida vai ceder à media que os cárceres passarem a receber hóspedes ilustres, os graúdos, cujo poder estremece a República. Até lá, a sociedade civil, frustrada, segue rindo-se com o adágio recolhido do dialeto siciliano: Giustizia, stava scritto su un portone e ci credette un minchione!


Márcia Novaes Guedes é juíza do trabalho em Guanambi (BA), doutora pela Universidade de Roma e professora de Direito Constitucional.

sábado, julho 26, 2008

Babaji


Mahavatar Babaji - e porque há mais mistérios entre o Céu e a Terra do que pode supor nossa vã filosofia- é o grande Cristo Yogi.
No dia 26 de julho de 1920 apareceu para Paramahansa Yogananda em Calcutá.
Yogananda estava se preparando, angustiado, para partir para a América do Norte.
Babaji ( Reverendo pai, paizinho) é uma encarnação da divindade, naquele país de tantas divindades e homens santos.
Dizem que vive nos Himalaias, que sua forma é eternamente jovem.
A quem chamar, Babaji atenderá, diz Yogananda.
Om Babaji.

quarta-feira, julho 16, 2008

O jornalista e a ética do marceneiro

“Minha ética como marceneiro é igual à minha ética como jornalista - não tenho duas. Não existe uma ética específica do jornalista: sua ética é a mesma do cidadão… O jornalista não tem ética própria. Isso é um mito”.

O jornalista Cláudio Abramo gostava muito de marcenaria. E deixou esta mensagem simples, clara, translúcida, lúcida, que nunca é demais lembrar.
Concordo integralmente.
Por isso, quando entidades ligadas aos jornalistas tentam criar códigos de ética, dou de ombros.
Nos anos 70, quando os sindicatos voltaram para as mãos dos trabalhadores que, então, tinham carteira assinada e trabalho nas redações, um outro grande jornalista, Perseu Abramo, aliás sobrinho de Cláudio, coordenou uma Comissão de Ética no então atuante Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo.
Foi um trabalho sério.
Naquela época, entretanto, plena ditadura, sabia-se o que era correto, o que era condenável, onde estávamos e contra o que e quem lutávamos. Por militar em um sindicato que era o centro fervilhante da luta pelas liberdades democráticas, não se recebia flores, ao contrário. Não estávamos lá para nos locupletar, para ganhar benesses, subir na carreira, etc , etc. Ao contrário: corríamos muitos riscos.
No entanto, estávamos lá porque acreditávamos naquilo por que lutávamos.
Vão dizer: que jargões antigos, que coisa mais antiga. É sim, galera, que coisa mais antiga essa.
Mas é História, e é bom aprender um pouco com ela.

Sobre os últimos acontecimentos da chamada Operação Satiagraha, com relatórios da Polícia Federal denunciando o envolvimento de jornalistas com Daniel Dantas e sua caterva, vi alguns comentários na rede de pessoas perguntando se as entidades dos jornalistas tomariam alguma providência.
Bem, pensei, se fosse na época da Comissão de Ética do Perseu, acho que haveria, sim, grandes discussões e tomadas de posição.
Mas hoje, quando os sindicatos e as entidades “representativas” dos jornalistas não diferem nada dos que estavam no poder antes dos anos 70, e que eram chamados de “pelegos” ( aquela peça entre o cavalo e o cavaleiro, que amortece o baque) , nada será feito. Porque os sindicalistas de hoje só viajam em aviões com passagens pagas pelo imposto sindical contra o qual muitos lutavam, e querem se perpetuar no poder, como os pelegos queriam.

Lembrei, então, do caso de uma jornalista, nos anos 90, que seqüestrou um bebê para provar a falta de segurança em uma maternidade de Brasília.
Ora, cometer um crime para fazer uma denúncia me pareceu o começo do fim da minha profissão. Escrevi um artigo: “Devemos temer os jornalistas”,acrescentando um novo personagem à enorme lista de temores que os cidadãos enfrentam.
O então representante de Federação Nacional dos Jornalistas ( Fenaj), do qual não me lembro o nome, me disse que “ela não teve intenção”. Tampouco seus chefes, que permitiram a execução do crime e a publicação de seu relato.
Não sei o que aconteceu com a jornalista, sei que ela foi defendida por sua federação e seu sindicato. Por sua corporação. Quanto aos pais do bebê, também não sei de nada. Tudo ficou por isso mesmo.

Entre as tantas histórias que envolvem jornalistas e falta de ética, esta foi a que me acorreu à memória agora, nesta geléia geral brasileira.

Porque também li na internet um artigo de um jornalista afirmando que, para a globosfera, “jornalista defendendo jornalista só pode ser corporativismo”. (Sim, a blogosfera está revoltada com os jornalistas.)

Ele afirma isso a propósito das gravações de conversa entre uma repórter e um assessor de Dantas, dizendo que tinha escrito uma matéria “de encomenda” para ele. E pedia uma informação.
Diz ele que já viu coisa pior de jornalista para ficar perto da fonte. Que é condenável, mas não criminoso.

Não estou aqui para defender delegados da Polícia Federal. Também não estou aqui para apontar erros de português de delegados da PF. Ao contrário, sempre presto atenção aos erros de ortografia e de informação dos jornalistas.

Estou aqui para refletir sobre ética e jornalismo.

São incontáveis os casos de ligações perigosas entre jornalistas e fontes.

Da década de 1980 para cá- a chamada “década perdida” – houve muitas transformações na profissão. A informatização trouxe a redução de vagas, as mudanças político-econômico-sociais do país e do mundo se abateram sobre este segmento, como sobre todos os outros, e do seu lado mais trevoso surgiu um corolário de conseqüências perigosas.
Entre elas, agravou-se questão da ética.
Como dizia Cláudio Abramo, não existem duas éticas, a pessoal e a profissional.
Neurologistas dizem que a partir dos 15 anos o indivíduo tem maturidade mínima para conviver com a sociedade. Eu, leiga, acho que seja antes.

Mesmo quando a sociedade se esfacela, valores perdidos, paradigmas quebrados, vale-tudo instaurado, continuamos sabendo, dentro do pensamento dualista que nos guia, o que é bom e o que é ruim. Mas, dois pesos e duas medidas, lodaçais, impunidades, salve-se quem puder, lideranças mundiais enlouquecidas, pouquíssimos comportamentos louváveis – então o que fazer?

Entramos na dança também?

(Um programa de televisão faz um apresentador se passar por cego andando nas ruas e perdendo uma nota de R$ 50. Foram em maior número os transeuntes que embolsaram a nota do que os que a devolveram.)

Mas se do noticiário sobre organizações criminosas de colarinhos brancos saltam cifras estonteantes, muitos e muitos zeros, só milhões e bilhões, aplicações em paraísos fiscais, manipulação de corações e mentes, gentilmente cedidas em troca de altíssimos interesses.
Isso sem falar do mar de sangue e da guerra civil diuturna nas periferias.

Por que não entrar na dança também?

E quem dirá que não há ligação entre esse quadro tenebroso ( horrores da guerra jamais pensados por Goya?) e, por exemplo, os 22 bebês mortos na Santa Casa de Belém, ( notícia desta mesma época dos escândalos da organização criminosa de Dantas) uma média mensal considerada normal pela secretária da Saúde?

E no enterro coletivo desses bebês, caixotes lacrados a serem abertos por pais em desespero à procura do seu: “Todo mundo já achou o seu? Então vamos logo, temos de enterrar”, grita um funcionário, no comovente relato da jornalista Paula Sampaio, coração na mão, em belíssimo texto e fotos terríveis do cemitério de Tapanã,

“para onde vai todo mundo que não tem chance de construir sua própria história, o cemitério dos pobres, como dizem. E esta vai continuar sendo a morte nossa de todos os dias. Um jardim de perdas, cultivado em covas rasas. Nada mais."



E quem dirá que não há ligação entre esses crimes do colarinho branco, e por exemplo, a questão do amianto, que tem um lobby de médicos para atestar que trabalhadores expostos à substância, com os pulmões empedrados, estão bem de saúde?

Como, então, pode-se pensar em defender jornalistas citados em relatórios policiais, misturados à promiscuidade de lobistas?

Se no caso em questão, aqueles jornalistas que não fazem parte da organização criminosa ( porque esses são caso de polícia e não de discussão ética) , apenas querem “cultivar suas fontes”, vamos definitivamente parar com essa , como diz um amigo jornalista, “procissão de virgens”.

Que nunca têm intenção, que são profissionais, que estão a serviço da notícia, que jornalista é imparcial, não tem time, nem partido, nem torce por nenhum dos lados.

(Naquela década de 1970 citada acima, havia na maioria dos profissionais, um certo estranhamento com as fontes. Nada melhor, aliás, do que ficar de pé atrás do que cair nos braços do primeiro que acena com uma provável informação de cocheira, não é mesmo?
E acontecia que, com a censura empresarial e política, as notícias não publicadas na grande imprensa iam parar nos jornais alternativos, que não tinham dinheiro para pagar por ela. Mas ninguém estava pensando em dinheiro, apenas na notícia.)

Está mais do que na hora de se criar vergonha nas caras.

Não há entidades representativas dos jornalistas à altura.
Não haverá tão cedo.

Mas a ética existe, e para guiar a vida em sociedade. Não precisa ser codificada.

Ética não tem várias interpretações, como as leis.

Dizia Joseph Campbell que, para saber qual a mitologia do seu tempo, é só ler a primeira página dos jornais.

As primeiras páginas mostram um quadro terrível, mas bem revelador de que estamos em meio a um furacão, e precisamos escapar para o olho.

No centro de um ciclone tropical, chama-se olho a uma área de ventos calmos e tempo bom, onde há pouca ou nenhuma precipitação e pode-se, muitas vezes, ver o céu claro.











Dantas para presidente!

Do excelente site http://www.novae.inf.br/

Manoel Fernandes Neto
Editor


Muito mais que uma sátira, uma proposta real da revista NovaE. A idéia simboliza um Brasil sem máscaras, tão comum para encobrir fatos, intenções, movimentos sinistros e articulações de bastidores surgidos diante da prisão de admirável figura da nossa República.
Mas por que presidente?

- Dantas pode disputar eleição por uma coligação inédita que reúna PT, PSDB, PMDB e DEM, com certeza não faltarão votos na convenção dos partidos.

- Com a coligação aprovada, também não faltarão estratégias de comunicadores, apoios de diversas áreas da sociedade, principalmente aqueles setores que se acostumaram a não ter seus interesses contrariados, muito menos falta de recursos financeiros, todos eles devidamente declarados.

- Dantas eleito, enfim, um Brasil real, sem subterfúgios, diretamente a serviço do interesse de uma minoria, com apoio incontestável do congresso nacional e, principalmente, de ex-presidentes.

- Dantas seria, enfim, um presidente que saberia de todas as coisas com um nível de Inside Information nunca antes visto na história da República. Jamais diria "eu não sabia".

- Na “Era Dantas”, enfim, executivo, legislativo, judiciário viverão em harmonia, como nunca antes no Brasil, pela razão do país ter um presidente sintonizado como as mais profundas necessidades dos poderes.

- Os grandes meios de comunicação, enfim, vão poder aplaudir, uníssono, uma República construída com a “mão invisível” dos mercados.

- Com Dantas presidente, enfim, a Polícia Federal vai voltar a cuidar daqueles que nunca deveria ter deixado de lado: os desprovidos de advogados, de acesso à justiça e a harbeas corpus, além de ações na bolsa.

- Com Dantas presidente, um novo pacto social vai surgir no horizonte da Pátria, com todos os atores sociais encarando de frente um fato inconteste: Daniel Dantas é o que representa melhor o poder no Brasil e para a grande maioria quem de fato manda no Brasil.
E você? Como você visualiza Dantas presidente? Manifeste-se. Participe deste momento único

Suspeito de assaltar Mendes tem habeas negado

Deu no Terra:


Omar Jacob
Direto de Fortaleza

Depois de esperar 16 dias na prisão, o suspeito de assaltar o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, teve pedido de liberdade provisória indeferido. O advogado de Jefferson Hermínio Moreira, 18 anos, entrou com pedido de liberdade provisória para libertá-lo. O processo foi indeferido na tarde de ontem na 11ª Vara Criminal do Ceará.

"Não concedi a liberdade provisória ao rapaz porque os fatos merecem uma apuração melhor", argumentou o juiz de primeira instância Eduardo Castro Neto, que responde interinamente pela 11ª Vara. "Mantê-lo livre seria um risco para sociedade", concluiu o juiz, que marcou um interrogatório para o próximo dia 24.

Moreira foi preso por roubar um cordão de ouro do pescoço do ministro Gilmar Mendes no calçadão da avenida Beira Mar, em Fortaleza, no último dia 29. Ele está detido da Casa de Custódia de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza. O inquérito, elaborado pela Delegacia de Apoio ao Turista, aponta o rapaz como autor de roubo qualificado, porque teria praticado o delito com ajuda de um comparsa, ainda não identificado.
Mendes foi criticado após determinar a liberdade do banqueiro Daniel Dantas duas vezes. Dantas foi preso pela Polícia Federal na Operação Satiagraha.
Redação Terra

terça-feira, julho 15, 2008

Ato publico em protesto contra Gilmar Mendes

ENDEREÇO DA POSTAGEM
http://edu.guim.blog.uol.com.br/arch2008-07-13_2008-07-19.html#2008_07-15_12_18_39-3429108-0

O Movimento dos Sem Midia, coordenado por Eduardo Guimarâes, está chamando um ato público em protesto contra o ministro Gilmar Mendes, que pode pedir seu impeachment, no vão do Masp, em São Paulo, no próximo dia 19 de julho, sábado, às 10 horas da manhã.
Segue trecho do post do seu blog :


"Vamos, pois, à evolução dos preparativos. Recebi uma manifestação muito importante que quero colocar em destaque:

“Edu e todos, Como diretor de Comunicação do SIND-SAÚDE MG, venho informar lhes que o nosso sindicato, em reunião de nossa diretoria estadual, realizada no dia 14 de julho, decidiu participar dos atos pelo impeachment do Ministro Gilmar Mendes. Solicitamos contato telefônico com o coordenador do movimento em Minas Gerais, Roberto Paulo Santos, para conversamos sobre como se dará nossa participação. Nosso site: http://www.sindsaudemg.org.br e-mail: ssaude@sindsaudemg.org.br tel: 3207-4800 Em tempo, decidimos também, chamar a Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais. Contacto que implementaremos no dia de hoje. Saudações Sindicais, Romualdo Moraes Neto Direto de Comunicação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Minas Gerais”

Romualdo pluxroch@gmail.com Belo Horizonte MG Auxiliar Administrativo 15/07/2008 - 05:35 hs

Peço ao Roberto Paulo Santos, de Belo Horizonte, que entre em contato com o Romualdo (acima), e com quem mais de BH quiser organizar o ato. Ressalto que há muito pouco tempo.

Agora vamos aos números e demais informações da manifestação.
Contagem de apoios explícitos neste blog 2 – BA – Salvador 3 – CE - Fortaleza 9 – DF – Brasília 3 – GO – Goiânia 1 – GO – Mineiros
6 – MG – Belo Horizonte 1 - MT - Cuiabá
5 – PE – Recife 1 – PE – Olinda
2 – PB – Campina Grande 1 – PI – Floriano 3 – PR – Curitiba 1 – PR – Guarapuava 1 – PR - Londrina
1 – PR – Umuarama 11 – RJ – Rio de Janeiro 1 – SE – Aracaju 33 – SP – São Paulo 2 – RS – Porto Alegre86

Cidades com coordenador

DF – Brasília – Christiane Couto – clique aquiGO – Goiânia – Wilson Cunha Junior – wcj38@hotmail.com MG – Belo Horizonte – Roberto Paulo Santos – rpjs2006@hotmail.com MT - Cuiabá - João Negrão - fone 65-9226-0704 - jotanegrao@gmail.com
PE – Recife – Itárcio - itarcio@hotmail.com PB – Campina Grande – Manoel Eudes Osorios – osorio2005@yahoo.com.br PI – Floriano – Flavio Furtado de Farias – professor3f@blogspot.com PR – Curitiba – Reynaldo - h_uaska@hotmail.com RJ – Rio - Geurgetown Felix de Araújo – geurge@ig.com.brRS – Porto Alegre – Helio Sassen Paz – http://heliopaz.wordpress.com
SC – Blumenau – Roberto Rosário – robertocrosario@hotmail.com

Petição pela saída de Gilmar Mendesclique aqui

Comunidades na internet Impeachment para Gilmar Mendes – Orkutclique aqui
Blog apoiamos Fausto De Sanctishttp://apoiamosfaustodesanctis.blogspot.com/

Diversos - ORKUTclique aqui , aqui e aqui RS –

Porto Alegre – Marco Weissheimer – http://www.rsurgente.net/

RS – Porto Alegre – Claudia – http://dialogico.blogspot.com/

Do site de Paulo Henrique Amorim
Impeachment para Gilmar Mendes (clique aqui)
Sai fora Gilmar Mendes (clique aqui)
Fora Gilmar Mendes – Justiça!! (clique aqui)
Gilmar Mendes – o Traidor (clique aqui)
Gilmar Mendes – uma vergonha! (clique aqui)
Gilmar Mendes – Cara de Pau (clique aqui)
Gilmar Mendes – vergonha do BR (clique aqui)
Link para arquivo do gif animado do Gilmar Mendes (vide acima)http://semmidia.webng.com/

segunda-feira, julho 14, 2008

Manifestações contra Gilmar Mendes

Do blog Biscoito Fino:

Estão sendo convocadas, Brasil afora, uma série de manifestações contra o Presidente do STF, Gilmar Mendes, para o próximo sábado, dia 19. Aqui em São Paulo ela acontece na Avenida Paulista, a partir das 10 horas da manhã. Quem convoca é o Eduardo Guimarães, do Movimento dos Sem-Mídia, que tem experiência bem-sucedida com esse tipo de evento. Em Belo Horizonte, o ato acontece na Praça da Liberdade, também a partir das 10 horas. Em Porto Alegre, a manifestação será na Feira do Brique da Redenção, no mesmo horário. A concentração se iniciará no Monumento ao Expedicionário. Ajude a divulgar, é importante. Se souber de iniciativas em outras cidades, avise.
*****Há uma petição online exigindo a saída de Gilmar Mendes do Superior Tribunal Federal. A petição rapidamente amealhou 1.500 assinaturas. Assine e divulgue você também.

*****Nem na campanha explícita a favor de Geraldo Alckmin en 2006 a Folha de São Paulo se prestou a papel tão vergonhoso como o que ela assumiu nestes últimos dias. A matéria (para assinantes) sobre os “erros de português” do relatório do Dr. Protógenes Queiroz é uma peça para envergonhar qualquer jornalista. A matéria também afirma que o delegado acusa “sem provas”. Desde quando, ó Folha de São Paulo, vocês se preocupam com provas quando a acusação lhes é conveniente? Quem diria, o Estadão tem sido bem mais digno. Nenhuma maravilha, mas um pouco mais de dignidade, pelo menos.
*****Quando você vê algum veículo de imprensa dizendo que os "erros" da Polícia Federal ou o mau uso das preposições no relatório do Dr. Protógenes contribuem para que os bandidos sejam inocentados, você não tem a sensação de que eles usam o modo performativo fingindo que usam o modo constativo? Ou, dito sem retoriquês, você não fica com a sensação de que eles fingem que descrevem uma coisa quando na verdade estão enunciando o seu desejo?
*****

Angeli




domingo, julho 13, 2008

“Todo mundo já achou o seu? Então, vamos logo, temos que enterrar”

Paula Sampaio

Deu no blog Pictura Pixel,(http://www.picturapixel.com/blog/?p=5539) sobre fotografia, o texto e as fotos de Paula Sampaio, que esteve, semana passada, no enterro dos bebês mortos na Santa Casa de Belém.


"Naquela terça-feira, 24 de junho, no cemitério do Tapanã, periferia de Belém, algumas famílias esperavam desde cedo por seus mortos. Recém-nascidos, que haviam falecido na Santa Casa de Misericórdia do Estado, no final de semana. Nove, treze? Afinal, quantos foram ao todo?A notícia “vazou” para a imprensa na noite da segunda-feira. O Jornal da Globo deu manchete… Aí, pronto, estava feito o escândalo. Indagada sobre aquele alto índice de mortalidade na única UTI neonatal pública do Estado, a Secretária de Saúde, Laura Rosseti, disse em entrevista à TV: “Essa taxa de mortalidade é normal, está dentro das estatísticas aceitáveis.”Enquanto isso, no cemitério, naquela manhã, o movimento era intenso: cinco enterros em menos de uma hora. Cerimônias rápidas e com pouco choro. Aos poucos a imprensa foi chegando, curiosos vinham perguntar o que estava acontecendo. Todos esperavam pela chegada dos corpos dos bebês. Mas o carro com as crianças não chegava. Quase 11 horas da manhã, e as famílias começavam a se impacientar. Um dos porteiros do cemitério comentou ser costume a Santa Casa oferecer o transporte, a cova no “cemitério dos pobres”, como é conhecido o do Tapanã, além da “embalagem” para os mortos das famílias carentes.Num dos bancos de cimento do lugar, um jovem chorava copiosamente e enxugava as lágrimas numa fralda, cercado pela família. Perdeu seu primeiro filho. Sua companheira deu à luz na Santa Casa: o parto foi feito por uma tia que a acompanhava, porque nenhum médico apareceu para prestar-lhe o socorro na hora. A criança não resistiu. O pequeno Nicolau, ia ser esse o nome dele, morreu.Do outro lado do grande salão aberto onde os caixões são recepcionados, mais uma família. O pai de outro dos bebês mortos pergunta para a repórter: “Será que ainda vai demorar? Sabe, eu tô aqui desde cedo. Tenho plantão no serviço, preciso trabalhar, não posso ficar aqui o dia todo.”Sabe-se, pouco depois, que o carro disponibilizado pela instituição para levar os corpos havia quebrado no caminho. Mais espera, mais dor, desrespeito, exaustão.Quase ao meio-dia, sol escaldante chega a Kombi branca e enferrujada, com os bebês amontoados em caixas de madeira. Silêncio. O carro estaciona na entrada do salão dos mortos. Dois funcionários descem e abrem as portas. As pequenas caixas e três “caixõezinhos de anjo” são retirados rapidamente e dispostos, lado a lado, em um canto do salão. Na tampa de cada um deles a identificação: um número e o nome da mãe. E as crianças não têm nome? Não, só Nicolau, o filho daquele jovem que chorava muito, desde o início.As famílias se aproximam lentamente. Um funcionário grita: “Essa caixa, não! Tira isso daí, é só uma perna!” Perna? Sim, um pedaço de perna encaixotado para descarte. Na tampa da caixa está escrito: “PERNA”, assim, em letras graúdas. Será que o hospital aproveita a ida ao cemitério para se livrar de pedaços humanos que não podem ser levados para o lixo hospitalar?Um dos parentes dos bebês retira da sacola um martelo e começa a abrir uma das caixas, com a perícia de quem já fez isso muitas vezes. Surge um embrulho. Sim, um pacote branco, que vai sendo aberto lentamente pelo homem do martelo. Um rostinho aparece, como uma flor, emoldurado pelo papel branco com o qual fora embalado. O homem olha, respira fundo… Logo outras pessoas lhe pedem o martelo emprestado e, aos poucos, as caixinhas começam a ser abertas, uma a uma. Um jardim de pequeninos rostos inertes povoa o grande salão dos mortos. Todos, como em uma orquestra, começam a enfeitar seus filhos com flores azuis, algumas brancas, tudo igual.Um burburinho toma conta do lugar. Outro pai abre uma caixa maior e deixa à mostra dois bebês siameses nus. Curiosos se aproximam. Um dos funcionários do cemitério tenta afastar as pessoas, mas o pai das crianças esbraveja: “Nada disso! Deixa eles verem, são meus filhos, meus! Eu faço o que quiser com eles. Pode olhar, gente, pode olhar. Vocês, da imprensa, podem gravar, podem gravar”. Enquanto isso, ele mesmo toma uma certa distância dos corpos e fotografa os filhos com seu celular.Em seguida, todas as caixas são reunidas em um carro de mão. Um funcionário grita: “Vamos, gente, vamos. Todo mundo já achou o seu? Então, vamos logo, temos que enterrar”. E toma a frente, empurrando o carro com as caixas de bebês empilhadas.O cortejo segue pela alameda principal do cemitério. Depois de uns 15 minutos andando sob o sol escaldante, chega-se ao local onde as covas rasas já estão abertas. Uma grande fileira de buracos. Apressados, os coveiros vão retirando as caixas do carro de mão e colocando-as nos buracos, em seqüência: número 1, 2, 3… Epa! Alguém alerta: “Calma, calma, esse não é o 4 é o 5, é o meu filho!”O pai de Nicolau, meio afastado de tudo, olha perdido para a fileira de covas, não pode esquecer o rosto do filho morto, a quem viu, pela primeira vez, minutos atrás. O homem do martelo se aproxima devagar, coloca-se ao lado dele, num gesto mudo de solidariedade. Ficam em silêncio.Uma nuvem imensa faz sombra no Tapanã, alívio para o calor infernal. Um cidadão sai falando alto: “Aquela Santa Casa? Aquilo, sim, é um cemitério, um inferno, um cemitério, gente!”. E vai embora.As famílias começam a se dispersar lentamente. No descampado do “cemitério dos pobres” ficam as novas cruzes, algumas flores de plástico e um sentimento estranho, fruto dessa precária condição humana.No dia 28, sábado, a Santa Casa de Misericórdia do Pará admite a morte de mais oito bebês. Foram 20 em sete dias? É isso mesmo? Reconhece também as péssimas condições de atendimento e o déficit de quase 70 médicos. A clientela do hospital é formada pelos “excluídos socialmente”. Gente pobre, meninas que engravidam e não têm nenhum acompanhamento médico, mulheres com saúde frágil em função das limitadas condições de vida: miséria gerando mais miséria e morte. No jornal O Liberal de 29 de junho, domingo, há um histórico da Santa Casa, criada em 1650, onde glória e decadência se alternam. Lá nasceram personalidades da história do Pará: Almir Gabriel, ex-governador do Estado, a cantora Fafá de Belém… Parece que a própria Laura Rossetti, atual Secretária de Saúde do Estado, também nasceu lá. Eles sobreviveram, Nicolau, não. Ele e mais 19 pequenos seres, pobres, parecem não ter nascido para fazer história, são apenas “estatística”, números cravados em caixas de madeira e nas planilhas da burocracia.Segunda-feira, 30 de junho, uma semana depois das primeiras mortes anunciadas, os jornais estampam a notícia da morte de mais dois bebês gêmeos e uma foto grotesca de uma câmara frigorífica com 14 pequenos corpos. Na mesma matéria, o Governo do Estado informa que já foi nomeada uma comissão de intervenção na Santa Casa, o diretor foi afastado e o Governo Federal já mandou auditores. Pronto! Foi instalada mais uma CPI. E agora?O certo é que por enquanto, o movimento deve continuar a ser grande no cemitério do Tapanã, para onde vai todo mundo que não tem chance de construir sua própria história, o cemitério dos pobres, como dizem. E esta vai continuar sendo a morte nossa de todos os dias. Um jardim de perdas, cultivado em covas rasas. Nada mais."

sábado, julho 12, 2008

O aviso de Dalmo Dalari em 2002

Do blog do do Azenha, trecho de artigo publicado na Folha de S. Paulo em maio/2002 popelo jurista Dalmo Dallari.
"Se essa indicação (de Gilmar Mendes ao STF) vier a ser aprovada pelo Senado, não há exagero em afirmar que estarão correndo sério risco a proteção dos direitos no Brasil, o combate à corrupção e a própria normalidade constitucional. Por isso é necessário chamar a atenção para alguns fatos graves, a fim de que o povo e a imprensa fiquem vigilantes e exijam das autoridades o cumprimento rigoroso e honesto de suas atribuições constitucionais, com a firmeza e transparência indispensáveis num sistema democrático.
É importante assinalar que aquele alto funcionário do Executivo especializou-se em "inventar" soluções jurídicas no interesse do governo. Ele foi assessor muito próximo do ex-presidente Collor, que nunca se notabilizou pelo respeito ao direito. Já no governo Fernando Henrique, o mesmo dr. Gilmar Mendes, que pertence ao Ministério Público da União, aparece assessorando o ministro da Justiça Nelson Jobim, na tentativa de anular a demarcação de áreas indígenas. Alegando inconstitucionalidade, duas vezes negada pelo STF, "inventaram" uma tese jurídica, que serviu de base para um decreto do presidente Fernando Henrique revogando o decreto em que se baseavam as demarcações. Mais recentemente, o advogado-geral da União, derrotado no Judiciário em outro caso, recomendou aos órgãos da administração que não cumprissem decisões judiciais.
Indignado com essas derrotas judiciais, o dr. Gilmar Mendes fez inúmeros pronunciamentos pela imprensa, agredindo grosseiramente juízes e tribunais, o que culminou com sua afirmação textual de que o sistema judiciário brasileiro é um "manicômio judiciário".
A par desse desrespeito pelas instituições jurídicas, existe mais um problema ético. Revelou a revista "Época" (22/4/02, pág. 40) que a chefia da Advocacia Geral da União, isso é, o dr. Gilmar Mendes, pagou R$ 32.400 ao Instituto Brasiliense de Direito Público -do qual o mesmo dr. Gilmar Mendes é um dos proprietários- para que seus subordinados lá fizessem cursos. Isso é contrário à ética e à probidade administrativa, estando muito longe de se enquadrar na "reputação ilibada", exigida pelo artigo 101 da Constituição, para que alguém integre o Supremo.
A comunidade jurídica sabe quem é o indicado e não pode assistir calada e submissa à consumação dessa escolha notoriamente inadequada, contribuindo, com sua omissão, para que a arguição pública do candidato pelo Senado, prevista no artigo 52 da Constituição, seja apenas uma simulação ou "ação entre amigos". É assim que se degradam as instituições e se corrompem os fundamentos da ordem constitucional democrática.

sexta-feira, julho 11, 2008

Juizes federais de Sp e Mato Grosso do Sul protestam contra Gilmar Mendes

121 Juízes Federais da Magistratura Federal da 3ª Região (São Paulo e Mato Grosso do Sul) divulgaram carta aberta à população para protestar contra Gilmar Mendes:

Manifesto da Magistratura federal da 3ª região

Nós, juízes federais da Terceira Região abaixo assinados, vimos mostrar, por meio deste manifesto, indignação com a atitude de Sua Excelência o Ministro Gilmar Mendes, Presidente do Supremo Tribunal Federal, que determinou o encaminhamento de cópias da decisão do juiz federal Fausto De Sanctis, atacada no Habeas Corpus n. 95.009/SP, para o Conselho Nacional de Justiça, ao Conselho da Justiça Federal e à Corregedoria Geral da Justiça Federal da Terceira Região.
Não se vislumbra motivação plausível para que um juiz seja investigado por ter um determinado entendimento jurídico. Ao contrário, a independência de que dispõe o magistrado para decidir é um pilar da democracia e princípio constitucional consagrado. Ninguém nem nada pode interferir na livre formação da convicção do juiz, no direito de decidir segundo sua consciência, pena de solaparem-se as próprias bases do Estado de Direito.
Prestamos, pois, nossa solidariedade ao colega Fausto De Sanctis e deixamos clara nossa discordância para com este ato do Ministro Gilmar Mendes, que coloca em risco o bem tão caro da independência do Poder Judiciário

Procuradores divulgam carta de repúdio a Gilmar Mendes

42 procuradores divulgaram carta aberta, na qual lamentam decisão de Gilmar Mendes no habeas corpus que tirou Daniel Dantas da prisão pela primeira vez. Para eles, "as instituições democráticas brasileiras foram frontalmente atingidas pela decisão liminar que, em tempo recorde, sob o pífio argumento de falta de fundamentação, desconsiderou todo um trabalho criteriosamente tratado nas 175 páginas do decreto de prisão provisória proferido por juiz federal".

Dia de luto para as instituições democráticas brasileiras
1.Os Procuradores da República subscritos vêm manifestar seu pesar com arecente decisão do Presidente do Supremo Tribunal Federal no habeascorpus nº 95.009-4, em que são pacientes Daniel Valente Dantas e Outros.As instituições democráticas brasileiras foram frontalmente atingidaspela decisão liminar que, em tempo recorde, sob o pífio argumento defalta de fundamentação, desconsiderou todo um trabalho criteriosamentetratado nas 175 (cento e setenta e cinco) páginas do decreto de prisãoprovisória proferido por juiz federal da 1ª instância, no Estado de SãoPaulo.
2.As instituições democráticas foram frontalmente atingidas pela falsaaparência de normalidade dada ao fato de que decisões proferidas porjuízos de 1ª instância possam ser diretamente desconstituídas peloPresidente do Supremo Tribunal Federal, suprimindo-se a participação doTribunal Regional Federal e do Superior Tribunal de Justiça.Definitivamente não há normalidade na flagrante supressão de instânciasdo Judiciário brasileiro, sendo, nesse sentido, inédita a absurdadecisão proferida pelo Presidente do Supremo Tribunal Federal.
3.Não se deve aceitar com normalidade o fato de que a possívelparticipação em tentativa de suborno de Autoridade Policial nãosirva de fundamento para o decreto de prisão provisória. Definitivamentenão há normalidade na soltura, em tempo recorde, de investigado que podeter atuado decisivamente para corromper e atrapalhar a legítima atuaçãode órgãos estatais.
4. O Regime Democrático foi frontalmente atingido pela decisão doPresidente do Supremo Tribunal Federal, proferida em tempo recorde,desconstituindo as 175 (cento e setenta e cinco) páginas da decisão quedecretou a prisão temporária de conhecidas pessoas da alta sociedadebrasileira, sob o argumento da necessidade de proteção ao mais fraco.Definitivamente não há normalidade em se considerar grandes banqueirosinvestigados por servirem de mandantes para a corrupção de servidorespúblicos o lado mais fraco da sociedade.
5.As decisões judiciais, em um Estado Democrático de Direito, devem sercumpridas, como o foi a malsinada decisão do Presidente do SupremoTribunal Federal. Contudo, os Procuradores da República subscritos nãopodem permanecer silentes frente à descarada afronta às instituiçõesdemocráticas brasileiras, sob pena de assim também contribuírem para afalsa aparência de normalidade que se pretende instaurar.

Brasil, 11 de julho de 2008.

Mandado de busca e apreensão na casa de Eike Batista














FotoPaulo Jares

A fortuna de Eike Batista foi avaliada pela revista Forbes este ano em em 6,6 bilhões de dólares, o que faz dele o terceiro homem mais rico do Brasil -depois de Antônio Ermírio de Moraes, da Votorantim, e do banqueiro Joseph Safra- e o 142o do mundo. Ex-marido da celebridade Luma de Oliveira- que anos atrás desfilou num carnaval com uma coleira com o nome do entao marido, que ficou muito conhecido -- é filho de Eliezer Batista de Araujo, ex-presidente da Cia Vale do Rio Doce.

Seu objetivo é ser o homem mais rico do Brasil.

Segundo o O Globo Online, a Polícia Federal está fazendo busca e apreensão de documentos na casa do empresário Eike Batista, no Rio de Janeiro.

Também estão sendo feitas buscas nos escritórios dele em Minas Gerais e no Amapá. O magnata brasileiro da mineração, que tem um império montado do nada e hoje avaliado em bilhões de dólares, estaria no alvo da Operação Toque de Midas, deflagrada pela Polícia Federal no Amapá. Esta tem como objetivo averiguar uma possível fraude ao processo licitatório de concessão da estrada de ferro do Amapá, operada pela MMX, empresa que faz parte do seu grupo EBX.

Todas as empresas de Eike contam com um "X" em seus nomes, algo que ele afirma simbolizar a multiplicação de sua fortuna.

A agência Reuters informa que as ações de suas empresas despemcam com a noticia. Às 15h05, os papéis da MMX despencavam 10,62%, a R$ 45,77, enquanto as ações da OGX, recém-lançados na Bovespa, caíam 12,05%, vendidos a R$ 797. No mesmo horário, o principal índice da bolsa paulista subia 0,24%.

FRASES DE EIKE

"Até quatro anos atrás, eu era conhecido como o marido da Luma de Oliveira e o filho de Eliezer Batista. Decidi que isso tinha de mudar, em nome dos meus filhos. Sou um total 'self-made man' e quero ser uma referência em termos de pensar grande e realizar grandes feitos. E quero ter uma reputação neste país"..

"Com o meu portfólio, serei o homem mais rico do Brasil no próximo ano. Desculpem-me, mas isso vai acontecer, de uma forma ou de outra",

"E tudo isso é público, transparente. Quero instilar essa cultura da transparência no Brasil, a fim de que os empresários adotem-na, e os políticos também",

quinta-feira, julho 10, 2008

Gilmar Mendes e Serafina: o amor e o pudê




Não leio a folha de são paulo, por isso só sei das coisas a respeito dela pela internet. Agora mesmo me chamou a atenção uma carta de um leitor deles de 12 de junho, no uol, parabenizando o sempre elogiável doutor Fabio Konder Comparato, que em carta ao jornal lamenta o fato de ver "o presidente da mais alta corte da Justiça do país expondo suas intimidades numa revista de 'faits divers', como fez o ministro Gilmar Mendes ao dar entrevista sobre seu relacionamento amoroso e deixar-se fotografar em ambiente doméstico para a revista 'Josefina'".


Revista Josefina???Bem que um amigo havia me avisado há um tempinho sobre o lançamento desta que, dizem, seria uma mix de Caras com piauí. Só que o leitor confundiu o nome de uma pobre com o de outra: É Serafina!
Leio ainda que o proprio ombudsman criticou o fato de se usar um nome de gente pobre numa pretensa publicação sofisticada. Mas como tudo que é sólido desmancha no ar, e etc. etc.


Foi entao que soube que nosso Gilmar Mendes -- que ontem acusou a PF de gangsterismo por ter perseguido e algemado Dantas, Nahas & Pitta, e que depois de ter explicitado sua posição pessoal contra, soltou um habeas corpus para Dantas-- no melhor estilo Caras/Folha, posou e deu entrevista sobre sua vida intima com a esposa que é secretaria , parece, do TSE.

Só entendi melhor quando li este trecho de Rui Daher, no Observatorio da Imprensa:


"Na edição de junho da Serafa (vamos logo ajudando a moça a se decidir) seus colaboradores – todos de fino trato – opinam sobre quando é fundamental ser fina. De Danuza Leão, por exemplo, ficamos sabendo que "levantar o dedinho tomando café não tem a menor importância". Da fotógrafa Marisa Alvarez Lima que "ser fino é fundamental até na hora da briga". Frase que, certamente, abalou sobremaneira os mais recentes maridos da atriz Susana Vieira.
Como tem que acontecer com um rebento da criativa Folha de S.Paulo, quem você imagina encontrar refestelados em um sofá inundado de almofadas, sem sapatos, descansando em seu chalé de Brasília? Bruno e Marrone? Glória Maria e Denzel Washington? Não, meus caros, Serafa é séria e não se presta a fofocas.

Ilustrando a matéria "O amor e o poder", temos o casal Guiomar e Gilmar Mendes. A revista explica "Como o presidente do STF e a secretária-geral do TSE transformaram um `namoro espiritual´ em casamento maduro e moderno". Não é mesmo lindo?
Claro que tem muito mais: resort em Miami onde o casal Rosset passou a lua-de-mel, Danuza falando de Yves Saint-Laurent, guru americano que apresentou a ioga a Madonna e Sting, e por aí vai.
Tudo muito fino, muito relaxante. Tem glamour."









Solução

Gostei muito da sugestão de um internatuta, a respeito da grita do alto Judiciário, e dos amigos de Daniel Dantas no Congresso, contra o exagero de se algemar os santinhos.
Diz ele que a Policia Federal deveria fazer uma licitação de cerca de 10 dessas algemas de design sofisticado, ouro, prata e brilhantes, para adornar os pulsos dos rapazes e moças.

As duas medidas da "Justiça"

Jornalismo, finalmente

O jornalismo não tem me dado muitos alegrias, há muitos anos. A mim e à população brasileira.

Neste imbroglio dos Dantas, Nahas & PIttas, dizem que ainda vão surgir nomes de jornalistas envolvidos. Aguardo ansiosa.

Entretanto, fico feliz quando vejo um trabalho corajoso e correto como o do sempre competente Bob Fernandes, hoje no Terra Magazine. Ele é citado em todos os blogs dos melhores jornalistas, e até dos não tão bons assim.

Há algum tempo, foi uma matéria dele que me deu vontade de cumprimentar, escrita para a revista Carta Capital: uma liquidação na Daslu com a presença de Antonio Carlos Magalhães que.......comprava lingeries. Um texto que também devassava a forma como eram tratadas as moças do pequeno exercito uniformizado de serviçais, as servas da casa grande. Das melhores reportagens de já li. Bom, por essas e outras eu ainda tenho esperanças.

Do Terra Magazine

50% dos presos esperam decisão dada a Dantas
Raphael Prado

Metade da população carcerária brasileira, de acordo com números oficiais do ministério da Justiça, espera decisão semelhante àquela que o banqueiro Daniel Dantas recebeu do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes. Do total de 422.373 presos em todo o País, mais de 211 mil estão em situação provisória - ainda sem condenação - e poderiam aguardar o julgamento em liberdade, como ocorrerá com Dantas.Mas ao contrário do banqueiro das transações bilionárias investigadas pela Polícia Federal, grande parte desses demais detentos não tem condições de pagar um advogado e depende da ajuda do Estado para se defender. Aí então começa o problema e a diferenciação entre abonados e miseráveis.

quarta-feira, julho 09, 2008

Deu no blog do Azenha

VIÚVA DE PAULO FREIRE "INDIGNADA" COM MACARTISMO GAÚCHO

Nita Freire, a viúva do educador brasileiro Paulo Freire, afirmou ao Viomundo que ficou indignada quando soube que os promotores gaúchos Luís Felipe de Aguiar Tesheiner e Benhur Biacon Júnior mencionaram a obra do marido dela como prova de que o MST estaria engajado em atividades ilegais. "No Brasil a elite tem raiva do povo", disse ela na conversa. Freire passou mais de 15 anos exilado depois da quartelada de primeiro de abril de 1964. Nita disse que a ação do Ministério Público gaúcho faz lembrar o macartismo dos anos 50. Eu diria que é mais uma patetada de quem lê o Reinaldo Azevedo e leva a sério - sinal de dupla ignorância.

sexta-feira, julho 04, 2008

Irritando o cidadão-2


Continuando comentário de 6 de junho:
A Telefónica deixou na mão todo um Estado durante um dia e meio e até hoje não diz o que aconteceu. O governo, via Helio Costa, ministro das Comunicações , ex- funcionário das Organizações Globo, diz o seguinte, conforme o mesmo O GLobo:
Sistema da internet é vulnerável no Brasil, diz ministro
" O ministro das Comunicações, Hélio Costa, reconheceu que o sistema de transmissão de dados e acesso à internet é vulnerável, o que abre a possibilidade para apagões como o ocorrido em São Paulo, quando uma pane na Telefônica paralisou desde quarta-feira à noite vários serviços públicos no estado. Para ele, por isso é importante ter um plano alternativo. Segundo o minitro, a empresa tem um plano B, mas também ele falhou.
- O sistema, lamentavelmente, é vulnerável. Isso já aconteceu em outros países, como Estados Unidos e Europa. Infelizmente, aconteceu em São Paulo. Acho que a gente tem de estar sempre preparado, com a rede B, mas, infelizmente, a rede B também falhou em São Paulo.
Hélio Costa evitou adiantar se a Telefônica será punida pelos transtornos causados. A Anatel prevê multa de até R$ 50 milhões como punição por mau serviço e fiscais da empresa averiguam a pane. "
E de rolar de rir, chorar, espernear. O Plano B também falhou.
E todos nós REFÉNS DO MONOPÓLIO, da privatização que prometeu tantas maravilhas e que deu nisso: campeao de reclamações em todos os órgãos de defesa do consumidor.
Reclamar pro bispo?
Todos os órgãos do governo, todos os serviços publicos essenciais afetados, imagine-se o prejuizo material, os danos à saude, aos negocios,e tc.
Assunto da mais alta periculosidade: um Estado nas mãos de um grupo empresarial.
E tanto o governo federal quanto o estadual, muncipal e o escambau não tomam qualquer atitude.
Muito bom o comentario do leitor da Folha on line, Luiz Nazaré: "Ao ler a justificativa do ministro Hélio Costa (Comunicações) fico em dúvida se ele é ministro de estado ou se é um dos diretores da prestadora de serviços Telefônica. "
Mesmo afirmando que tudo voltou ao normal, pessoal do interior reclama na internet, e aqui da capital tambem. O Speedy daqui de casa funciona capenga hoje,caindo toda hora. Ontem, informaram que o serviços eria restabelecido entre 12 e 16 horas. Alias, esse é o horário marcado para eles responderem a todas as perguntas quando há problemas.
mas nunca volta.
E já ouvi o seguinte, certa vez; " O contrato que a senhora assinou dá direito à empresa de fazer manutenção a hora que quiser, portanto, não ressarciremos". Eles chamam qualquer pane de "manutenção".
Entao é assim.