quarta-feira, março 25, 2009


Salve Jorge!


São Jorge é o cavaleiro da cruz que derrota o dragão do mal, da dominação e da exclusão. Estamos bem precisados dele, por isso, nunca é demais. Descobri que o grande Jorge Benjor musicou mesmo uma parte da Oração a São Jorge ( só eu, com essas descobertas que todo mundo já descobriu...)


Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge
para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem,
tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me vejam,
e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão,
facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar, cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Não é da oração, mas do Benjor, esse trecho que abre a música:
"Jorge sentou praça na cavalaria/Eu estou feliz porque também sou da sua companhia"
( E eu, já pedi licença pra entrar também nessa companhia.)

"Perseverança ganhou do sórdido fingimento
Disso tudo nasceu o amor"

Aqui, com uma orquestra maravilhosa da qual não tenho informações, um super arranjo, com a Banda do Zé Pretinho, presumo, e com os sempre afinadíssimos Golden Boys.

Só falta chamar o síndico!

Salve Jorge!
Ogã toca pra Ogum!
Ogunhê!





Cuidado com as trevas, ou

a verdadeira história da greve dos jornalistas de 1979:

primeira chamada




Beware of darkness, a belíssima canção imortalizada por George Harrison no Concerto por Bangladesh, em 1971, me ocorre, a propósito da eleição do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e de outras coisas.

"Cuidado com os líderes gananciosos
Eles levarão vocês onde vocês não deveriam ir
Eles só querem crescer"

Este blog voltará ao assunto muitas vezes, a partir de agora.

Acabo de saber que uma vergonhosa edição especial do jornal Unidade, daquela entidade, sobre os 30 anos da greve de 1979, não cumpriu o preceito básico do jornalismo que é ouvir os dois lados. Ouviu praticamente um, e os donos de jornais e seus representantes.

Não entrevistou o então presidente Davi de Moraes, tampouco sua diretoria.
Aliás, Davi foi entrevistado, mas nada foi publicado.

Um dos mais dignos e corretos homens e jornalistas que já conheci - e esses dias tenho me encontrado com outros companheiros que lembraram, por coincidência, a importância de sua participação naqueles idos e duros anos de reerguimento do movimento sindical brasileiro e de redemocratização do país -- foi relegado ao esquecimento por aqueles que tentam apagar a História e reescrevê-la ao seu gosto.

"A verdade emerge", me lembrou dia desses o jornalista Paulo Nogueira -- citando o então editor do Washington Post na época do escândalo de Watergate --, sobre outro episódio mal contado, a noite da morte de Wladimir Herzog e o que aconteceu naquele Sindicato. Tema, aliás, que também será abordado aqui, em breve.

Não se pode enganar a todos o tempo todo.

Trinta anos já é o tempo necessário para o distanciamento histórico e para que a falta de vergonha seja exposta publicamente.

Este blog publicará, em maio, depoimentos que contarão a verdadeira história da greve dos jornalistas de 1979.

Enquanto isso ouçam, meditem e leiam George Harrison, aqui com Leon Russel

Atualizada em 26 de março, com a tradução da letra




Watch out now,
Take care beware of falling swingers
Dropping all around you,
The pain that often mingles in your fingertips
Beware of darkness

Watch out now,
Take care beware the thoughts that linger
Winding up inside your head
The hopelessness around you
In the dead of night
Beware of sadness

It can hit you, it can hurt you -
Make you sore and what is more,
That is not what you are here for

Watch out now, take care,
Beware of soft shoe shufflers
Dancing down the sidewalks,
As each unconscious sufferer
Wanders aimlessly,
Beware of MAYA

Watch out now, take care,
Beware of greedy leaders
They’ll take you where you should not go,
While Weeping Atlas Cedars
They just want to grow
Beware of darkness


Cuidado com a escuridão
Tradução do jornalista, escritor, poeta, roqueiro e meu amigo Ronaldo Antonelli


Atenção agora!

Toma cautela com os volúveis que caem

Pingando em volta de ti,

A dor que em geral se mistura à ponta de teus dedos,

Cuidado com a escuridão!

Atenção agora!

Toma cautela com os pensamentos que persistem

Retorcendo-se por dentro da cabeça,

O desespero que te cerca no fim da noite.

Cuidado com a tristeza!

Ela pode te atingir, pode te ferir,

Te deixando dolorido e, o que é pior,

Não é para isso que estás aqui...

Atenção agora!

Toma cautela com os trapaceiros que pisam macio,

Dançando pelas calçadas.

Como cada um dos sofredores inconscientes que perambulam sem destino,

Cuidado com Maya!

Atenção agora!

Toma cautela com os líderes gananciosos

Que te levam aonde não deves ir,

Como os ramos dos chorões nos jardins

Eles só querem continuar crescendo,

Cuidado com a escuridão!