sexta-feira, agosto 25, 2006

Sob o céu que nos protege

Ilha impossível que enrola sua língua de fogo em nossos corpos
Línguas que engolem letras, como desvendar?
E de que forma não temer o que será?
Asas abertas de anjos negros, de yalorixás, devem proteger
Não pensar, só sentir, ouvir, ver
Esquecer os tempos sombrios
Melhor desfrutar esse hiato, essa memória em todos os cantos que nos conforta
(A vida segue eterna enquanto alguém se lembrar)

Retratos de antigos sonhos, molduras do nosso mundo
devastado e tão belo, tão belo!
Ilhas cercadas por atiradores de elite
enquanto mulatos y mulatas y negros y blancos y amarillos dançam a vida
Lá e cá
Somos nós!
Changô, Ochun, Yemanya y tantos que são um só
Clareai!

São Paulo, sol de verão na tarde de fim de inverno

Havana Vieja



Foto Beatriz Faleiros