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sábado, outubro 14, 2006
Jantar no Filé do Moraes
Tide Hellmeister e Jô Fevereiro (de costas)
Eu sempre admirei quem sabe desenhar. Por isso, sempre me cerquei deles, os artistas.Gráficos, especialmente, por causa da minha profissão. E entre os tantos e queridos amigos, o maravilhoso mestre da colagem e da tipografia, Tide Hellmeister.
Ele fez o primeiro projeto gráfico do Jornal da Tarde, na época de Mino Carta, que o criou. Um diagramador de mão cheia, da Ultima Hora, da Gazeta Mercantil, da Editora Abril, de tantos livros de poesia do outro mestre Massao Ono, de tantos livros, de tantas ilustrações, de dezenas de milhares, sim, pois ele produz muito.
Fica lá, ouvindo a rádio Cultura FM, cortando, colando, pintando.
Acabei de jantar com ele e com outro velho e querido amigo jornalista, Vasco Nunes, no Filé do Moraes, na Praça Julio Mesquita, perto da Folha.
É pra onde ele se mudou, e do seu apê dá pra ouvir, todo dia às 18 horas, uma sirene : a Folha apitando? Mas por que? eu perguntei e o Vasco, a história da imprensa recente em pessoa, contou que isso vem da época do Cásper Líbero, da Gazeta...
Vejam só, a gente mora nesta Sampa a vida inteira e não sabe nem de um terço dela...
Quantas histórias se lembraram, velhos companheiros da Última Hora dos anos 60: com Antonio Contente, o chargista Otavio, Plinio Marcos, quanta gente interessante. E que clima cordial, quente e amigo naquela redação...
Tide , excelente cozinheiro, tem saudades de alguns pratos de antigamente nos restaurantes, sumidos completamente: arroz de Braga, dobradinha!
E vai contando: o velho dono da Editora Martins o convidou, século passado, pra fazer as capas de três livros do Jorge Amado.Passou semana, passou mês, passou um ano, Tide volta lá com as três capas. O seu Martins diz: "Mas que coincidência, sabe quem está aqui? O Jorde Amado".
Claro que já tinham saído os livros, com as eternas capas do Carybé. Tide ganhou um, com dedicatória do grande escritor: "Ao Tide, com admiração, do Jorge Amado".
Você tem o livro, Tide? pergunto, porque sei da enormidade de coisas que ele guarda na casa, no escritório. "Tenho sim, lá no sítio". Já eu duvido...
Aristides Hellmeister. Que felicidade juntar amigos assim, ele, Vasco, e eu.
As mesmas pessoas,passados tantos anos. Os amigos são o sal da Terra.
Outro dia conto mais história dos bastidores das redações que esses amigos queridos lembraram, lá nos tão ricos e dourados anos 60.
É do Tide o projeto gráfico do meu livro que sai breve, ao qual ele próprio deu o nome, bom tituleiro que é: "Suplemento Literário-Que falta ele faz!"
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