terça-feira, outubro 19, 2010

Geraldino Brasil (1926-1996)

Olha só, eu nem sabia, quarta-feira é dia do poeta. Mas o Fernando Monteiro, grande poeta e escritor pernambucano, me mandou esse convite. Fernando escreveu recentemente o belissimo poema-longo-pauleira em homenagem a Roberto Piva "E para que ser poeta em tempos de penúria?"

O convite é o lançamento de um livro póstumo de poesia.É hoje, que pena, queria estar lá.
E me disse o poeta:
"Será como se você aqui estivesse, Beth, pisando -- com os pés tão bonitos -- sobre o tecido da noite rumorosa do rio Capibaribe."

Delicadeza, num mundo da delicadeza perdida é tão bom.


Às 19 horas, a Companhia Editora de Pernambuco estará promovendo, na Livraria Cultura (Paço Alfândega), o lançamento de A Intocável beleza do fogo, livro inédito do inesquecível Geraldino Brasil.

Fernando vai apresentar o livro, que prefacia. Você conhecia Geraldino Brasil? Eu também não, porque ninguém conhece nada de poesia do Nordeste por aqui. Parece uma cortina de ferro.
Também vao debater a situação atual da Poesia (o que será, segundo ele, "sem dúvida, uma das melhores formas de homenagearmos a memória do Autor de "A Intocável Beleza do Fogo". E o dia do poeta, na quarta).

Dois poemas de Geraldino

A derrota

A cidade não saberá do poeta no seu quarto, seu coração, sua cabeça, a tentativa do poema.
A cidade não saberá
da expressão de beleza
de que flor,
de que amor,
gerou nele.
A cidade não saberá do momento
de pesada carga de dor do homem e de Deus.

Problema de família

A família ia bem,
mas o filho mais novo.
A família ia bem,
quebra a casca do ovo.
A família ia bem,
vê a rua, olha o povo.
Um problema, surgiu
um poeta na família.

Pedras rolando em 72