i Yam
Este texto foi publicado no Portal do Nassif por Zezita via de Regra, alter ego de Liu Sai Yam.
Continuo não entendendo de futebol, mas nem precisa, pra entender do que Zezita fala.
A seleção de Dunga é reedição da corrente pra frente, da “coerência” careta e do “comprometimento” fascista. Só se compromete quem não pensa, e Dunga, à semelhança do novo admirável mundo novo, é refratário aos que pensam criativamente.Nem se trata de criticar escalação, inclusão ou exclusão de nomes, mas o discurso nitidamente patriótico nacionalista beirando ao fascismo, descarregando todo o jargão auto-ajuda mesclado à fidelidade pitbull, à obediência cega e ao conformismo tático de linha militarista. Pátria, família e comprometimento. Cegueira bitolada de milícias direitistas e chacinadores de outsiders.
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Será por mera coincidência que no mesmo dia em que Dunga (representando a autoridade constituída de situações constituídas mediante a medíocre qualificação “winner”) proferia o seu discurso de retorno aos anos 1970, seis sem-tetos tenham sido mortos a tiros debaixo de um viaduto em São Paulo? Não estavam comprometidos com uma sociedade ordeiramente desenvolvimentista e vencedora, que aufere láureas de gringos mundo afora, mas não sabe lidar com seu próprio povo.
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E ai das vozes discordantes, imediatamente tachados de voluntaristas, irrealistas, indigestos, individualistas, putanheiros, firulentos desobedientes de táticas do ferrolho, preferindo a derrota debaixo de trágica alegria e dolorido sonho à vitória cinzenta dos conservadores, os eternos winners. Brasil tem condições de montar 10 seleções, todos com chances reais de abocanhar a malfadada copa. Tinha uma chance de selecionar arte/alegria estruturada sobre descompromisso, irresponsabilidade e prazer. A partir da escalação inicial de Dunga, optou pela Solange da lentidão gradual, do reacionarismo fanático e da chapa-branquice.
Si zouzou fuera Maradona, jugaría/viviría como Maradona...
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