sexta-feira, abril 27, 2007

Dúvidas existenciais em mineirês

Oncotô?
Doncovim?
Proncovô?

A graça de Deus está na cortesia

Eu gosto de gente assim, que não quer ser nome de biblioteca enquanto vivo, porque ou é puxa-saquismo ou muito temerário, porque o sujeito que vira nome pode vir a cometer qualquer escrotice, e como é que fica? Eu gosto de gente que atende o telefone, que responde emeios, que cumprimenta o vizinho no elevador, ou como em algumas cidades do interior, te diz bom dia, boa tarde, boa noite só de encontrar, nem precisa conhecer. Porque é ser humano que está andando pela rua. Dia desses aconteceu várias vezes em Poços de Caldas, já uma grande cidade, mas que guarda delicadezas ainda. Até quando?
Mas ninguém delicado igual ao Jurandir Ferreira, grande farmacêutico, grande cronista, já falecido, de uma delicadeza sem igual. Li umas 400 páginas em uns 3 dias, “Da quieta substância dos dias”, sobre gente de Poços e do mundo. Me conta o professor Antonio Candido, sue velho amigo e prefaciador, que está terminando de ler uma bela tese sobre o escritor, e quanto esse homens escreveu, meu Deus! Uma das lindas coisas que anotei nesse livro foi: Belloc citado por Chesterton em livro sobre São Francisco de Assis:
“ Of courtesy, it is much less
than courage of heart or holiness
Yet in my walks it seems to me
That the grace of God is in courtesy
E Jurandir falava sobre um homem cortês, mas só podia reconhecê-lo porque trazia dentro essa mesma cortesia.
No país da delicadeza perdida, que falta gente assim faz!

“Da quieta substancia dos dias”
Crônicas
Jurandir Ferreira
Instituto Moreira Salles
Casa de Cultura de Poços de Caldas, 1991