Sérgio Neves/AE
Paulo Sérgio, operador da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) tentou o suicídio com um tiro no peito esta tarde em São Paulo.
Está internado em estado grave, 36 anos, 3 ou 4 filhas - as notícias são desencontradas- corretor da Itaú. Sofre, segundo essas notícias desencontradas, de síndrome de pânico, entre outras doenças graves do desequilíbrio, tão corriqueiras hoje em dia.
Comprou uma casa a prestação.
Com a fusão entre Itaú e Unibanco, estava preocupado com a possibilidade de perder o emprego, o que vai acontecer com muitos e muitos bancários, claro como água.
Em nota, o Itaú afirmou que está dando "total assistência ao funcionário e a seus familiares". "Em profundo respeito ao ser humano, não comentaremos o fato", acrescentou o comunicado.
Quem ler sobre o movimento do dia da BM&F no Globo online, talvez não repare. Eu reparei:
" RIO - A instabilidade voltou com força no dia ao mercado financeiro, no mesmo dia em que o Japão anuinciou quadroo recessivo. A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) apresentou queda durante toda a manhã, passou a subir por volta das 15h, começou a variar intensamente até fechar em queda de 0,2%, aos 35.717 pontos.(...)
Além da instabilidade predominante no dia, a sessão na BM&FBovespa ainda foi marcada por um grave incidente"
E aí entra o link para o tiro no peito.
Ia reclamar e xingar, quando senti do que se tratava, não sem um arrepio.
E disse lá que , na verdade, colocar a tentativa de suicídio no meio da notícia, que começa com o movimento da Bolsa, não é erro jornalístico.
(Afinal, nenhum homem mordeu um cachorro. Um homem apenas atentou contra a vida, diriam os manuais de redação).
Os trabalhos foram paralisados na Bolsa durante o tempo necessário para a retirada do corpo, e para os operadores se recomporem.
O que é uma mera vida humana perante a roda infernal da especulação financeira nacional e internacional?
A parada não foi oficial, e o pregão eletrônico continuou firme.
Por que eu iria reclamar da forma como foi redigida a notícia pelo jornalão?
Trata-se, constatei, apenas do reflexo de como essa SOCIEDADE DOENTE BANALIZA A VIDA E A MORTE, QUANDO, SEMPRE, O QUE ESTÁ EM QUESTÃO É O DINHEIRO.
A culpa não é só do jornal.
Ela é toda nossa.
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