Alguma coisa está fora da ordem, muita coisa
Recebi do Henrique Yasuda, filho da minha amiga Aurora, este relato.
É incrível!
Na década de 1980, eu fiz parte de uma turma que militava na região Sul de São Paulo e fazíamos o Jornal da Periferia. O problema habitacional já era grave. A situação só piorou.
Mas fico feliz que existam garotos como o Henrique, com essa visão clara e consciência das coisas.
Um beijo, Henrique!
Seguem o texto dele e o vídeo que colocou na net.
Atualizado em 20 de março, com entrevista de moradora
Bom, para contextualizar, eu faço trabalho no Nucleo de Práticas Jurídicas da PUC-SP, que é mantido pela Faculdade de Direito. Temos um convênio com a Defensoria Publica do Estado de S.Paulo, da qual recebemos casos que envolvem a questao da regularização fundiária em toda a cidade de S.Paulo.
Na Defensoria Pública, existe um Nucleo de Habitação e Urbanismo, que tem a finalidade de "defender" causas coletivas, de comunidades que possuem algum problema com relação a documentacao do imóvel, ou em alguns casos mais críticos, que estão com alguma ordem judicial vigente, ordens como: reintegração de posse, despejo e por ai vai.
O Parque Cocaia é uma comunidade que se enquadra tanto no problema da documentação, como na questão crítica. Lá, as familias moram há mais de 20 anos na região, que fica na Zona sul da cidade, à beira da represa Billings. A Billings, assim como a Guarapiranga, estão passando por um processo denominado Progama de Manaciais.
Este programa tem o objetivo de recuperar as áreas à beira das represas, porém eles estão recuperando apenas as partes ocupadas por populações de baixa renda, enquanto os "marajás" do outro lado da represa, vao continuar no mesmo lugar.
O mais estranho disso tudo, é o peso da lei, para os pobres a lei tem o peso da saída imediata, para os ricos, a saída é lenta e gradual, enfim."