domingo, fevereiro 14, 2010

É Lira da Vila, outra vez, mas com Kassab no pé






Os blocos de São Paulo estão voltando, e o Lira da Vila está aí, há dois anos, na Vila Buarque. Ponto de reunião, Bar do Raí, esquina da General Jardim com Dr .Vila Nova, na Vila Buarque. Uma vez por mês, o Lira promove, no buteco, uma apresentação de música popular. Até Paulo Vanzolini já esteve por lá.
O Lira sai dessa esquina, sobe a rua Dr. Vila Nova, onde está o Sesc Anchieta, dobra à direita. na histórica rua Maria Antonia, onde havia a Faculdade de Filsofia da USP e o Bar do Zé, volta pela Major Sertório.
Á frente vão os músicos,: trombone, clarineta, sanfona(!), cavaquinho, e o pessoal da bateria. O carrinho de som é empurrado pelos amigos.
Marchinhas o tempo todo, e inclusive a homenagem ao centenário de Noel Rosa, com As Pastorinhas.
Crianças, menina com seu caõzinho, mulher na perna de pau, avôs, avós, pais, mães, bonecões, gente de todos os sexos , estandartes de blocos amigos, gente de outros estados, de todas as idades.
Gente sinceramente alegre em Sampa.
É quando reconhecemos nossa cidade, vida comunitária.
Marcha, suor e cerveja.
Mas,
janelas dos prédios , a maioria fechadas, todos fora da cidade. As poucas acesas, um ou outro se interessava em espiar.
São Paulo é esquisita, diz alguém, se tem um acidente ou tiroteio, todo mundo sai pra ver. Já a alegria... estamos desacostumados. Achamos estranho, como a senhora que saía do supermercado e fez uma cara horrível ao se deparar com o Lira.
Mas , nem todos. Nos ônibus, passageiros e motoristas saudavam o bloco.
Transeuntes paravam para olhar.
E seguiu o Lira, na sexta e no sábado, das 19 às 21 horas. Depois, todos para outro bar, que ninguém é de ferro, até o dia raiar.
Só uma coisa atrapalhou a alegria; o bloco, que não tem fins lucrativos, nem sócios pagantes, teve de desembolsar R$ 1.500,00 para pagar a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), orientando o trânsito.
Mas como pagar? Eu perguntei. Diz que há uma lei da prefeitura, para todos os blocos.
Eu até agora entendia que a orientação do trânsito é um serviço público, que está contemplado nos altos impostos que nós, paulistanos, pagamos, inclusive para ter em troca enchentes sem solução, falta de água, falta de luz, etc.
Agora, Kassb inaugura a Taxa- Bloco. As comunidades se esforçam por resgatar os nossos velhos carnavais de rua, e o que faz o alcaide? Taxa.
Isso não tem nem como se comentar, para não empanar o brilho de tão lindo bloco. São Paulo nao merece os governantes que tem, e espera-se, reza-se, faz-se qualquer coisa para que não os reeleja.
Disse minha amiga Tita, que já foi vereador pelo PT, que sabia de uma taxa que cobram para manifestações públicas, no claro intuito de esvaziar manifestações populares. Desta, entretanto, ela não tinha conhecimento. Aliás, nem os blocos, que foram pegos de surpresa.