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sexta-feira, dezembro 13, 2013
sábado, outubro 26, 2013
sábado, outubro 12, 2013
sexta-feira, setembro 27, 2013
sábado, setembro 14, 2013
Um poema para Luiz Gushiken
Eu estava me preparando para caminhar neste lindo sábado de sol em Poços de Caldas, quando soube. É tão bonito ver quantas pessoas o amavam. O amavam por causa da pessoa, e só por ser esta pessoa humana pôde ser amado pela atuação política. Porque o ser humano vem antes do ser político. Vejam, diz aqui a Tita Dias:
“Uma vida inteira acreditando na humanidade.
Uma vida inteira ampliando o sentido da palavra amor.
Valeu pelas opiniões, conselhos, ensinamentos e solidariedade que fizeram diferença pra valer nos rumos da minha vida. Na vida do país eu não preciso falar.”
Um beijo eterno para Luiz Gushiken. Abaixo vídeo que encontrei em comentário de Clovis Libanio, na página de Reiko Miura. E um poema que escrevi quarta-feira.
Um poema para Luiz Gushiken
Noite alta, madrugada de silêncios sem seriemas.
As seriemas não gritam agora, só debaixo do sol.
As seriemas não têm medo dos humanos.
E à noite dormem sossegadas.
Eu não.
Eu vejo a foto sorridente dele, cercado por amigas que também sorriem e pela mulher
Ele está morrendo.
Disse antes, quando podia falar, que não leva mágoas nem rancores
Minha amiga conta a ele que escrevi um texto lido na Fé Bahai, que é a sua trilha:
“A luz de uma lâmpada é boa, seja ela qual for”
Eu escrevi: Se existe uma luz, mas não é da lâmpada à qual nos acostumamos, não vamos apagar. Para nos livrar das trevas, a luz, qualquer luz.
Minha amiga perguntou se ele se lembrava de mim.
Ele moveu a cabeça dizendo sim, e sorriu.
.
Poços de Caldas, 11 de setembro de 2013
2H32m
quarta-feira, setembro 04, 2013
Republicando, de 2009: O árduo ofício do colunismo
Deu na Coluna do jornalista de O Globo Ancelmo Goes de domingo, 18 de abril de 2009
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Samba x bossa nova
De Ruy Castro sobre o abraço (registrado outro dia em foto aqui na coluna) que deu em José Ramos Tinhorão, com quem vive divergindo no embate bossa nova x samba:
— Aos que estranharam meu abraço no Tinhorão, arquiinimigo da bossa nova, explico: sou fã de Tinhorão como historiador da cultura popular brasileira. Concordo com tudo que ele diz... de 1900 para trás.
É que...
O movimento da bossa nova surgiu em 1958.
Ah, bom!
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Ruy Castro esteve no dia 14 na festa promovida pela Livraria Folha Seca em homenagem ao Tinhorão. Não ouvi exatamente o que o Tinhorão disse a ele-- estávamos em mesinhas na calçada, muito ruído--, mas acho que foi sobre não ter publicado algo importante no seu livro sobre Carmen Miranda, quando voltar a SP pergunto a ele. Parece que Castro não se referiu ao fato de o Bando da Lua não ter podido acompanhar Carmen nos EUA, em função de uma lei que preserva o mercado para músicos norte-americanos .(Eles são ciosos da defesa do seu mercado, tanto que, como sempre assinala Tinhorão, no disco gravado por Sinatra e Jobim, há composições de dois músicos norte-americanos- exigência do Sindicato local.)
Depois desse papo, ouvi Castro dizer que gosta muito de Tinhorão, e vice-versa. Pediu autógrafo dele e também tirou foto. Tinhorão comentou depois: "Eu sou o único a quem os desafetos ainda pedem autógrafo e tiram foto".
Não vi a foto que Ancelmo diz ter publicado, e creio que talvez Castro não tenha passado a ele o leve bate-boca com Tinhorão. Vejam vocês como é a vida jornalística e o árduo ofício do colunismo...
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Samba x bossa nova
De Ruy Castro sobre o abraço (registrado outro dia em foto aqui na coluna) que deu em José Ramos Tinhorão, com quem vive divergindo no embate bossa nova x samba:
— Aos que estranharam meu abraço no Tinhorão, arquiinimigo da bossa nova, explico: sou fã de Tinhorão como historiador da cultura popular brasileira. Concordo com tudo que ele diz... de 1900 para trás.
É que...
O movimento da bossa nova surgiu em 1958.
Ah, bom!
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Ruy Castro esteve no dia 14 na festa promovida pela Livraria Folha Seca em homenagem ao Tinhorão. Não ouvi exatamente o que o Tinhorão disse a ele-- estávamos em mesinhas na calçada, muito ruído--, mas acho que foi sobre não ter publicado algo importante no seu livro sobre Carmen Miranda, quando voltar a SP pergunto a ele. Parece que Castro não se referiu ao fato de o Bando da Lua não ter podido acompanhar Carmen nos EUA, em função de uma lei que preserva o mercado para músicos norte-americanos .(Eles são ciosos da defesa do seu mercado, tanto que, como sempre assinala Tinhorão, no disco gravado por Sinatra e Jobim, há composições de dois músicos norte-americanos- exigência do Sindicato local.)
Depois desse papo, ouvi Castro dizer que gosta muito de Tinhorão, e vice-versa. Pediu autógrafo dele e também tirou foto. Tinhorão comentou depois: "Eu sou o único a quem os desafetos ainda pedem autógrafo e tiram foto".
Não vi a foto que Ancelmo diz ter publicado, e creio que talvez Castro não tenha passado a ele o leve bate-boca com Tinhorão. Vejam vocês como é a vida jornalística e o árduo ofício do colunismo...
sábado, agosto 24, 2013
domingo, agosto 18, 2013
Alberto Marsicano se foi hoje
"Estava numa gelida madrugada esperando o primeiro metro perto do Tamisa em Londres. Numa cena vitoriana, um vulto emerge entre o fog cambaleante me entrega um livro e esvai-se na névoa. Eram os 'Selected Poems' de Blake que posteriormente verteria ao portugues"
Alberto Marsicano
quarta-feira, julho 24, 2013
quarta-feira, julho 10, 2013
A Revolução será pós-televisionada
Artigo meu no Observatório da Imprensa,
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a_revolucao_sera_pos_televisionada
terça-feira, julho 09, 2013
Poema de Raimundo Arruda Sobrinho, que foi escritor nas ruas de SP
Sonho
Uma humanidade
cujos membros
funcionem com a
perfeição de todas
as peças do mais
refinado engenho.
Ass "O Condicionado"
SP 21-3-1999+8(c)
quarta-feira, junho 26, 2013
POSTV, de pós-jornalistas para pós-telespectadores
Artigo que escrevi para o Observatório a imprensa, sobre a midia digital independente POSTV na cobertura das manifestações e os novos caminhos da comunicação
.
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/postv_de_pos_jornalistas_para_pos_telespectadores
terça-feira, junho 18, 2013
Massao Ohno:Músicos, poetas, pintores, artistas, no geral e no particular,insurgi-vos!
"Noves fora, zero.
Reiniciaremos tudo novamente?"
Massao Ohno
Massao Ohno, que já se foi, um pouco depois de Roberto Piva, grande editor e visionário divulgador de novissima geração de poetas a partir da década de 60 me deu um belo, emocionante depoimento em 1994. Era para uma publicação de outro visionário, o artista plástico e jornalista Tide Hellmeister, que abria sua exposição "Obras Públicas".
Acho pertinente lembrar dele hoje ( e sempre).
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(...) Músicos, poetas, pintores, artistas, no geral e no particular,insurgi-vos! O mundo não é apenas um vasto circo de variedades, de consumo frenético. Viver é um ato prodigioso, uma dádiva a ser desfrutada, segundo a segundo, até a finitude. À la Lispector; 'Haverá um dia, em que haverá um mês, em que haverá uma semana, em que haverá um dia, em que haverá uma hora, em que haverá um minuto, em que haverá um segundo, e dentro do segundo haverá o não-tempo sagrado da morte transfigurada. Vida.'
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(...) Creio que tudo aponta, inclusive no Brasil, para um ressurgimento natural das artes, da sensibilidade brasileira. Creio que teremos um início de milênio bastante florescente. Difícil foi conservar a própria integridade física e de cabeça até agora. Essa travessia foi terrível".
(...)
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***Noves fora, zero.
Reiniciaremos tudo novamente?
domingo, junho 16, 2013
sexta-feira, junho 14, 2013
Sonhos não envelhecem
“O cheiro de vinagre impregnava o ar. Descobri hoje, minutos antes de sair de casa, que os manifestantes brasileiros aprenderam dos espanhóis, egípcios, turcos etc. que o vinagre neutraliza a ação fulminante do gás lacrimogêneo.”
No meio de tanta informação, não sei mais onde li esta. Mas juntou-se ao quebracabeças que está quebrando a minha esses dias. Uma ótima noticia é essa, as redes que entrelaçam as pessoas pelo mundo.
Eu posso ser uma pessoa ingênua, como me dizia um grande amigo jornalista, meu primeiro chefe, o Zéduardo,que se suicidou no início deste ano. Ele vivia cercado de jovens, aos 70 anos. De onde vem o novo, se não for deles?
Não estava muito certa disso, pois as novas gerações, no meu quebracabeças, estavam se mostrando muito conservadoras. Com bravas e belas exceções, claro. Mesmo os mais inteligentes, sensíveis, estavam me parecendo desiludidos, conformados.
Um mundo velho e carcomido, opressor, controlador --e acabamos de saber o que já temíamos, o grande irmão do norte acompanha a vida virtual de todos nós, habitantes do planeta-- não é mesmo animador.
Um motivo aparentemente banal -- em Istambul a destruição de uma área verde, aqui aumento de passagens de ônibus-- virou a gota d’água a transbordar esse cálice tão amargo, há tanto tempo.
Isso é o que a esquerda não entende, apontando oportunistas de partidos radicais, “tentando desestabilizar um governo popular de esquerda eleito”.
O que a direita não entende, falando em “terrorismo”. O que vereadores paulistanos de um e de outro lado do espectro político jamais entenderão, taxando, juntos, os manifestantes de criminosos.
O que o velho mundo absolutamente não compreende é que o status quo , o arcabouço político, o sistema político partidário não dá mais conta do presente e não dará conta do futuro.
Há pelo menos duas décadas, em todo o mundo, começaram as marchas. Reportei o início, foi a Marcha Mundial de Mulheres, na década de 1990. Por vários países. Daí, a primeira grande mudança: manifestações em movimento. Pessoas caminhando para protestar.
Marchas de sem terra, de índios, de mulheres, de jovens.
Tantas.
Movimentos horizontais, tecidos em redes, com novas hierarquias, não necessariamente com líderes. Pelo mundo.
Aliás, leio em comentários de participantes do Movimento Passe Livre que :
--“não existe liderança. As bandeiras de partidos não fazem com que a causa perca valor. Causa que se estende agora muito além do transporte e virou questão democrática. Então soma na luta --- ela não tem dono”.
(Minha mente logo associou isto ao belíssimo livro de André Gide, “Os frutos da terra”, Les nourritures terrestres, que li na adolescência, onde Menalque, acho que alter-ego o autor, encerrava assim os conselhos ao jovem Menalque: “Não sacrifiques aos ídolos”.)
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Sempre que a desolação me abate, eu penso: neste mundo, aqui e ali, no vasto planeta , tem gente fazendo diferente, começando experiências, projetando um novo modo de ser, de viver.
Isso em todos os setores, da arte e cultura à política. (Nas nossas periferias, por exemplo, podemos ver como as pessoas constróem seus espetáculos, sua atuação, sem depender da grande mídia. Há correntes culturais, movimentos fora do eixo que inclusive fazem parte destas manifestações do MPL.)
E não há repressão que possa matar o que teimosamente se instalou lá dentro de corações e mentes, (o que será, que será?) de pessoas correndo de bombas e borrachadas em tantas praças, ruas e avenidas de tantos países desse mundão.
1968 provou que as rebeliões não se dão em um só país, espalham-se pelo mundo. O mesmo acontece com o oposto. O mesmo ocorreu a partir dos anos 1980, a década perdida, com a implantação, em todo o mundo ocidental, do neoliberalismo e suas consequências terríveis, hoje diretamente comprovadas com a enorme crise nos países do Norte. A mesma crise que provocou o florescimento de novos movimentos , estes de que falo.
É, a roda da Historia se move, sim. E mesmo sabendo que a velha humanidade sempre dá dois passos à frente e um atrás, como eu disse há pouco ao amigo Marcelo Mirisola --que como eu, também teimosamente tem esperança , mesmo sabendo que podemos quebrar a cara mais uma vez. Eu disse ao MM que nada está parado, até as moléculas deste banco de madeira onde estou sentada digitando. Por que não a História?
h
terça-feira, junho 11, 2013
Gripe? O conselho de Sonia Hirsch
Existem comidas milagrosas, sim, e a canja de galinha
é uma delas. A melhor que tomei na vida foi em
Minas, num hotel de Cambuquira, muitos anos atrás.
Cheguei lá com dor de cabeça, o rosto congestionado,
uma sensação de gripe encostando, apetite nenhum.
A dona do hotel me convenceu a tomar um
prato de canja. Tomei dois. Dia seguinte era outra
pessoa, feliz e bem disposta.
A canja de galinha tem a felicidade de combinar
sabor e textura agradabilíssimos com uma poderosa
ação medicinal. É conhecida no mundo inteiro por
suas propriedades benéficas para adoentados e convalescentes.
Chegou ao Brasil com os marinheiros
portugueses que vinham da Ásia, ainda no século
XVI; daí ter virado um prato tradicional brasileiro.
Canja vem do kanji indiano e do congee chinês,
papas ralas de arroz longamente fervido. Na China a
pessoa acorda e vai à lanchonete comer congee. Escolhe
e coloca numa tigela pedacinhos de vegetais,
carnes, peixes e ovos, todos crus, que vão receber
por cima o caldo de arroz pelando que os deixa
semicozidos: fáceis de digerir, mas sem perda de
enzimas e vitaminas. Há muitas opções entre os complementos,
inclusive medicinais.
Nos mosteiros Zen o congee se chama okaio. O
arroz cozinha a noite inteira em fogo baixo e é servido
no desjejum, acompanhado por uma pequena
porção de verduras como repolho ou couve-chinesa,
refogadas em óleo de gergelim com um pouquinho
de shoyu. Gersal e salsa por cima. Um pedaço de
nabo em conserva é a sobremesa, e uma taça de chá
encerra o serviço. É comida suave, para ajudar a esvaziar
a mente.
O longo tempo de cozimento torna as papas de
arroz muito fáceis de digerir e absorver. Acalmam o
trato intestinal e limpam os rins. O leite de arroz, que
se obtém passando a papa na peneira, é uma bebida
deliciosa e altamente nutritiva. Pode ser dado na mamadeira
aos bebês já no início do desmame, após os
6 meses. Também é alimento ideal para pessoas muito
idosas, que segundo a medicina chinesa podem comer
papas o dia inteiro, a qualquer hora, para se
manterem fortes mas sem sobrecarga.
Buda, no Livro da Disciplina, enaltece os poderes
da papa de arroz, que comia com leite fresquinho
e mel: “Dá dez coisas aos que a comem – vida e
beleza, facilidade e força. Dissipa fome, sede e vento.
Limpa a bexiga. Digere a comida. É louvada pelo
bem-aventurado.”
A papa de arroz se faz com uma parte de arroz
integral ou branco e oito a dezesseis partes de água.
Lave o arroz e deixe de molho na véspera para
ir transformando os grãos. Panela grossa é importante.
Se não tiver, coloque uma chapa de ferro ou pedra
por baixo, ou um bom dispersor de calor. No
fogão: reduzir a chama ao mínimo assim que ferver e
cozinhar por três horas ou mais. No forno: em caçarola
tampada, por três ou quatro horas, também em
fogo baixo. Na panela elétrica slow cooker: 8 horas
na temperatura mínima.
Em caso de gripe ou resfriado, a canja de galinha
– arroz cozido longamente com uma galinha inteira
em bastante água – ajuda a vítima a melhorar
mais rápido porque é rica em cisteína, um aminoácido
que ajuda a expelir o muco dos pulmões. Mas tem
que ser galinha caipira, criada sem antibióticos nem
substâncias químicas, ou seja: comendo minhoca e
namorando o galo até ficar bem velhinha e generosa.
Quem se resfriou com frio ou vento pode tomar
a canja bem quente e apimentada, pois o calor e a
pimenta vão ajudar a mover os fluidos para fora e
expectorar. A pimenta-vermelha pode ser usada ao
natural, em conserva ou em pó, para um resultado
antibiótico, antiviral e altamente suadouro, que expulsa
o fator externo da gripe e faz a energia circular.
Já para fraqueza pós-parto, a canja deve ser muito
mais santa: começa com uma galinha inteira, fervida
até desmanchar. Coe, deixe esfriar, retire a gordura
com papel-toalha e reserve o caldo. Faça a papa normalmente
com arroz e água. Quando estiver quase
pronta, junte o caldo de galinha, cozinhe mais um
minuto e sirva.
Considerem-se com fraqueza pós-parto todos os
que assim o desejarem.
Crônica do livro Amiga Cozinha
http://correcotia.com/amigacozinha,
com galinhas de estimação da Celina Gusmão
sábado, junho 01, 2013
sábado, maio 25, 2013
quarta-feira, maio 01, 2013
quarta-feira, abril 17, 2013
segunda-feira, abril 15, 2013
Pessoa
O PESO DE HAVER O MUNDO
Passa no sopro da aragem
Que um momento o levantou
Um vago anseio de viagem
Que o coração me toldou.
Será que em seu movimento
A brisa lembre a partida,
Ou que a largueza do vento
Lembre o ar livre da ida?
Não sei, mas subitamente
Sinto a tristeza de estar
O sonho triste que há rente
Entre sonhar e sonhar.
- Fernando Pessoa [19-5-1932], in "Poesias Inéditas (1930-1935)", 1955, Ed. Ática, Lisboa (imp. 1990).
sexta-feira, abril 05, 2013
167 anos de Lautréamont
167º aniversário de Lautréamont.
(Lautréamont, Os Cantos de Maldoror, oitava estrofe, Canto I), tradução de Claudio Willer.
“Eu, como os cães, sinto a necessidade do infinito... Não posso, não posso satisfazer essa necessidade! Sou filho do homem e da mulher, ao que me dizem. Isso me espanta...acreditava ser mais! De resto, que me importa de onde venho? Se dependesse da minha vontade, teria preferido ser antes o filho da fêmea do tubarão, cuja fome é amiga das tempestades, e do tigre, cuja crueldade é reconhecida: eu não seria tão mau”.
sábado, março 30, 2013
sábado, março 23, 2013
terça-feira, março 19, 2013
domingo, março 10, 2013
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
quarta-feira, fevereiro 06, 2013
Xuxa vence na Justiça e impede distribuidora de vender filme "Amor, Estranho Amor"
"O desembargador Claudio de Mello Tavares, da 11ª Câmara Cível do TJRJ, negou recurso da Cinearte Produções, distribuidora do filme "Amor, Estranho Amor", no qual a apresentadora Xuxa aparece nua com um menino de 12 anos. A Cinearte pleiteia o relançamento do filme, alegando que o contrato de cessão dos direitos com a apresentadora expirara em 2009. No entanto, a empresa Xuxa Produções Artísticas garante ter feito depósitos extrajudiciais."
Em 1985 Xuxa se apresentava assim para crianças, que ajudou a erotizar precocemente e a transformar em consumidoras vorazes. Isso é pornografia. Apagar a própria historia nunca é possivel.
terça-feira, janeiro 22, 2013
Oscar Wilde
l y a des moments où il faut choisir entre vivre sa propre vie pleinement, entièrement, complètement, ou traîner l'existence dégradante, creuse et fausse que le monde, dans son hypocrisie, nous impose (...) Le monde pris en masse est un monstre bourré de préjugés, rempli de préventions, rongé par ce qu'il appelle les vertus, un puritain, un poseur . Or l'art de la vie est l'art du défi . Le défi, voilà ce pourquoi nous devrions vivre, au lieu de vivre comme nous faisons, en acquiesçant . Qu'un homme cultivé puisse accepter les normes de cette époque me semble la pire des immoralités"
domingo, janeiro 13, 2013
Crônica, o que é?
Crônica, o que é?". Eis que Sérgio Augusto informa a definição dada pelo Velho Braga: "Se não é aguda, é crônica"
Do blog do Dodó macedo
sábado, janeiro 05, 2013
Amigos
Eu me sinto bem por ter amigos queridos , sensíveis, com alma poética, sendo ou não sendo. Amigos que vão vivendo nas quebradas do mundaréu, como dizia o Plinio Marcos, nadando contra a maré, caindo e levantando. Sou mesmo privilegiada pelos amigos que tenho. Um deles me mandou pelo correio um livro, como ele diz, que precisava ser escrito. Um balanço existencial. Disse : "esqueça o valor literário, julgue apenas como o coração".
Esse amigo maravilhoso, da vida inteira, é difícil descrever em palavras: um personagem. As passagens importantes de sua vida sempre foram marcadas por belos textos.Ator, publicitário, jornalista, tantas coisas. Uma vez, descobriu crianças que moravam dentro de um buraco na parede (!!!) no Anhangabaú. Fotografou e fez um texto inesquecivel , guardado comigo sempre. Fala de seu pai, incrível sedutor cheio de mumunhas "que me ensinou que ter sonhos é muito mais importante do que ter dinheiro". De sua mãe, que eu conheci, mulher de fibra aquela. De sua avó analfabeta "que me ensinou quase tudo na vida, menos andar de bicicleta".Quinze viagens que precisa fazer antes de morrer. As celebridades que adora- especialmente Alain Delon. O dialogo visual com uma lagartixa...Reclama, lembrando Pessoa, que todos os seus amigos são gente tão normal, só ele leva porrada? ( ah, se soubesse, meu amigo). Fala dos amigos mortos, e de sua prisão, por ter roubado remédio para sua mãe e...um livro. Teve a cabeça raspada, foi algemado e conviveu com companheiros de cela com quem riu e chorou e conheceu uma solidariedade difícil aqui fora. Um deles não conseguiu entender por que meu amigo tinha roubado um livro: "Prá vender?" Não, respondeu meu amigo, pra eu ler. "Nossa, é mesmo???? Ah, eu nunca consegui ler um inteiro", respondeu.
Conta o Edson:
"Fui preso porque não tinha dinheiro, por isso acabei roubando.Brecht tem uma peça que diz que o capitalismo perdoa todos os crimes menos o de não ter dinheiro". E lembrou Jean Valjan, de "Os miseráveis", destruído por ter roubado um pedaço de pão"
Ri e chorei como balanço existencial do querido amigo.Porque a vida é assim, imita um filme de quinta categoria segundo Woody Allen, e eu concordo.
Aqui, um dos poemas do Edson. A compaixão me lembrou o Kerouac.
"Fodidos, sim.Mas privilegiados
Os que têm cáries mesmo sem ter dentes
Os doentes da cabeça aos pés
Os zés manés
Os apenas zés
Os que amam e não são amados
Os ferrados no emprego e nas filas do supermercado
Os pobres coitados
Os sem-tênis
Os sem-pênis
Os sempre sós
Os , enfim,que apesar de todos os nós e os ohs!
são os que o mundo tem de melhor
Porque são aquilo que nós
nós que temos tudo
nunca saberemos ser ou ter"
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