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quarta-feira, setembro 26, 2012
Meus livros nas bibliotecas dos EUA. Mas, e nas brasileiras?
Uma entrevista ótima com o diretor da biblioteca da Universidade de Harvard, Robert Darnton, no Roda Viva, me levou a uma pesquisa. Encontrei dois de meus livros, rapidamente, na busca online, não só lá, como no link da Biblioteca do Congresso.
Já fiz essa pesquisa antes, e encontrei os livros em várias bibliotecas de universidades norte-americanas de renome.
Voltei a pesquisar aqui, no SibiUSP, Sistema Integrado de Bibliotecas da USP e encontrei o de sempre: minha dissertação de mestrado na ECA, sobre o Suplemento Literário. O livro, “Suplemento Literário- Que falta ele faz!”, no Instituto de Estudos Brasileiros, assim como a biografia “Tinhorão, o Legendário.”.
Nada na Faculdade de Letras, onde pessoalmente entreguei a obra sobre o Suplemento Literário, prefaciada por Antonio Candido, e que fala de um caderno cultural criado por ele e por Decio de Almeida Prado, ambos professores de lá.
Nada de livro na ECA, onde fui aluna de graduação e de mestrado, e onde, repito, a dissertação sobre o Suplemento foi escrita. Naquela Escola, também entreguei pessoalmente o livro, publicado em 2010.
Ainda me lembro de que, quando expliquei do que se tratava, o atendente respondeu: “Vamos ver se interessa”. Entreguei pessoalmente também na Biblioteca da PUCSP.
Ambos os livros editados pela Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, onde me asseguraram distribuir suas obras por várias escolas e faculdades.
Naquela editora, uma ex-assessora, ao ouvir meu pedido de envio do livro para a FFLCHUSP- local privilegiado e personagem também do livro --- afirmou: “Não, já mandei muitos de seus livros para a imprensa”.
Tudo isso não é de se estranhar, infelizmente. Pois a EDUSP, a primeira editora que procurei, para publicar a obra que tinha como personagens a USP, professores da FFLCHUSP, etc., etc. , recusou o trabalho. Seu parecerista anônimo afirmou que Décio de Almeida Prado, o editor do Suplemento Literário do Estadão, teria sido elitista em suas concepções e eu não deveria ter concordado com ele... Isto é, censura de ideias na maior universidade da América Latina.O livro foi publicado, rendeu muitas páginas não só no Estadão como no concorrente, a Folha, em vários jornais e sites de todo o país. Hoje faz parte das bibliográficas de todos as pesquisas sobre jornalismo cultural, conforme tenho ciência.
“Tinhorão, o legendário” é a biografia de um jornalista polêmico especializado em cultura urbana, em música popular, e traça um retrato de um período rico de nossa imprensa, no caso a carioca, nas décadas de 1950 e 1960. Também teve ótima cobertura da imprensa do Rio de Janeiro.
Livros que, no mínimo, deveriam estar nos catálogos de faculdades de Jornalismo e de Letras e de Música do país.
Sempre que levanto esse assunto, penso na dificuldades enormes enfrentadas por muitos pesquisadores brasileiros. E na falta de discernimento de certas instâncias acadêmicas e não acadêmicas.
Ah, não contei com qualquer bolsa para escrever dissertação e livros. Tive mesmo de trancar a matrícula na ECA durante um tempo, porque o trabalho na redação não deixava tempo livre para pesquisa.
Já comprá-los nas livrarias é outro calvário: só encontra quem conhece e encomenda. Mas esta é uma outra história triste.
Na Semana Internacional do Livro, esta é minha colaboração. A alegria de saber que um esforço é reconhecido em universidades estrangeiras, mas não naquelas do Brasil, no país onde esses trechos de História da Imprensa e da Cultura se registraram.
Aqui, o link da Libray of Congress. É só colocar meu nome na busca
http://catalog.loc.gov/
Aqui, da Biblioteca de Harvard. Idem
http://catalog.loc.gov/cgi-bin/Pwebrecon.cgi?DB=local&PAGE=First
ou
http://hollis.harvard.edu/?q=author:%22Elizabeth%20Lorenzotti%22
Aqui, o link da USP, idem.
http://www.sibi.usp.br/buscaintegrada/
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Um comentário:
Elizabeth
Agradecido, primeiramente pelo seu "blog" e os "posts".
Sou pesquisador diletante da Canção Brasileira com algumas interfaces culturais,focado, momentaneamente no Lazer, Trabalho e Tempo, como categorias e sua relações com o tema central.
Fico envergonhado com a postura conservadora/alienada de uma certa "elite" paulistana, sobretudo, e brasileira em geral, para não fugir à regra. E 'acadêmica" em geral.
Muito baca seu trabalho!
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