Mas não é mesmo inqualificável essa gente que rouba vagas de idosos e deficientes? Muito bem fez a Regina Helena de Paiva Ramos , deu nas cartas do jornal.
No filme Tomates verdes fritos, a maravilhosa atriz passa pelo mesmo problema. Duas garotas dizem que ela é velha e entram no supermercado. Ela diz: "mas o meu seguro é maior do que o de vocês.Towandaaaaa"!
E bate várias vezes no carro das peruas.
"Aconteceu há alguns dias: estava saindo da vaga de idosos de um shopping de São Paulo quando um carro estacionou numa vaga de deficientes e dele sairam dois alegres jovens de cerca de 17 ou 18 anos. Parei perto e perguntei se não tinham vergonha de ocupar vagas de deficientes. Um deles riu na minha cara depois de me chamar de velha, acrescentando adjetivos impróprios para publicação. Não esperei para reagir. Saí do meu carro com a minha bengala - estou usando bengala provisoriamente, enquanto me refaço de uma cirurgia para colocação de prótese no joelho - e dei uma bengalada no que estava mais próximo de mim, enquanto o outro fugia. Refeita do aborrecimento, com o coração saindo pela boca de tanta raiva - o que certamente faz mal aos meus 78 anos! -, comecei a pensar e desejaria repartir minhas reflexões com os leitores do Estadão. Rapazes como esses - que ocupam vagas de deficientes físicos e xingam uma velhinha indefesa (reconheço que nem tanto, afinal, eu tinha a minha bengala...), certamente, se eleitos para qualquer cargo - vereador, deputado, senador ou presidente -, farão exatamente aquilo que temos visto: receberão gordos pacotes de dinheiro sem sequer se levantarem do sofá, enfiarão dinheiro na cueca, no bolso, na bolsa, nas meias, e tudo com a maior naturalidade do mundo! É de pequeno que se torce o pepino. Se a educação não começa em casa, dentro da família, não é mais tarde - lá na Assembleia ou no Congresso - que irão se corrigir. Farão o que aprenderam - ou o que não aprenderam - em casa. Só há um caminho certo para o combate à corrupção e à safadeza e esse começa numa educaçãozinha básica em casa, com introdução de valores éticos e cívicos. Como não é isso que tem acontecido neste país, preparemo-nos para uma desgraça total. Quase ninguém educa os filhos como deveria. São preparados para vencer a todo custo, doa a quem doer. O negócio é tentar enricar. Há casos até em que os filhos são elogiados pelos pais como verdadeiros "Ronaldinhos". Dá no que dá. Finalmente, acho que não vou mais abandonar minha bengala, mesmo quando a prótese não me exigir isso. Se essa gentinha não recebe educação em casa, certamente receberá minhas bengaladas. Neste caso acertei no ombro, da próxima vez prometo acertar na cabeça."
Regina Helena de Paiva Ramos
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5 comentários:
Querida Regina, de quem não tenho notías há várias décadas. Do que a minha um tanto falida memória, lembro trabalhamos na revista Construção. A "mais recente" era de quando vc era secretária do meio ambiente em São Sebastião (litoral norte de Sampa), se não estiver equivocada. Embora distante, sempre admirei muito seu trabalho em defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustentával. Afinal somos (ou fomos, não lembro) vizinhas do Litoral Norte, onde tenho uma casinha na Praia das Cigarras. Com certeza vou aderir à sua tática e estratégia: bengaladas naqueles que tornam as nossas magníficas praias em locais poluídos (apesar de haver lixeiras e distribuição de sacolinhas para lixo). MUITAS BENGALADAS NOS PORCOS DESEDUCADOS E INSENSÍVEIS AO NOSSO MEIO AMBIENTE. OU COMO DIRIA UM VELHO SINDICALISTA: NÃO AO MEIO, MAS AO AMBIENTE INTEIRO!
Aí, Dona Regina, parabéns pelas bengaladas!
Arrume uma bengala mais pesada...
Grande dona Regina! Da próxima, use o Towanda!
Aí lulu
Adorei seu comentário. Afinal aquela menina suave e pacífica aprendeu (não sei com quem, nem como) que um pouco de violência é necessária quando as pessoas se portam como animais. Hoje já não teria aquele olhar de censura que tinha quando eu chehava com as mãos machucadas depois de entreveros. Bem como sou muito presunçoso, talvez o olhar de não fosse de censura à violência mas de preocupação comigo, que poderia um dia chegar com a cara e não as maos arrebentada
um baita beijo
cap. pepe
Querido, amado e irmão mais que especial Cap. Pepe
Continuo pacífica, porém, com boladeiras nas mãos, garrucha na cintura e otras cositas más contra os imbecis. Não importa se me arrebento (afinal, como vc me disse uma vez, seguro balas de revolver com as mãos). Sempre será por uma boa causa! Revendo os anos vividos até agora, aprendi muita defesa, tática e estragégia com vc., Cap. Pepe. Só espero que daqui pra frente, com o avanço da idade, eu não perca seus ensinamentos vitais para minha sobrevivência. Sem ser mística, considere que somos do mesmo sígno: escorpião. Se, por acaso, isto vale algo, reforça nossa eterna amizade pena de carinho.
Beijo grande.
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