terça-feira, janeiro 19, 2010

PM no Sindicato dos Jornalistas: novos velhos tempos?

O Movimento Nacional de Direitos Humanos marcou a data de quinta-feira, 14 de janeiro, para a realização de atos em todo o país em defesa do PNDH-3, da criação Comissão da Verdade (e de suas atribuições), e do ministro Paulo Vannuchi. No Rio, no mesmo dia 14, a exibição do documentário de Silvio Tendler sobre Carlos Marighela e um debate relativo à Comissão da Verdade (PNDH 3 ), foram interrompidos pela polícia, que pediu para que o local fosse evacuado sob a falsa ameaça de uma bomba. Foi no auditório da Caixa Cultural, à Av. Almirante Barroso, 25. Saiu uma notinha de pé de página em O Globo.





Ainda no dia 14, no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo ( Rego Freitas, 530, sobreloja), transcorria o ato quando, segundo a diretora Rose Nogueira, “dois PMs entraram no auditório - invadindo mesmo - foram direto para um canto pequeno, onde fica o banheiro feminino. Corremos atrás, fotografamos e eles deram desculpas como "estamos procurando um amigo". Que amigo? Ficaram loucos? Eu estava na mesa, mas saí, fui atrás deles e um me disse: "só queremos participar da cerimônia". Respondi-lhe: "Então sente aí". Acabaram saindo e a repórter Lucia Rodrigues, da Caros Amigos, foi atrás.


Segundo relato de Lucia Rodrigues, “o soldado Ricardo Lima disse que haviam recebido um e-mail solicitando a presença da PM no local. Perguntei quem havia passado esse e-mail. Ele respondeu que o sindicato havia solicitado”.
Ela não acreditou, insistiu “ para que ele entrasse em contato com o batalhão para saber quem de fato havia mandado a polícia para ali, ele começou a tentar contato pelo rádio. Como lá em cima não tinha sinal, ele disse se poderíamos descer e eu desci com eles. No saguão, mais dois soldados. O soldado J. Ferreira que comandava os outros militares ficou nervoso porque o Ricardo Lima tava tentando ligar para o batalhão a pedido meu.”
Ela começou a questionar o superior J. Ferrreira , quer epetiu o que o outro soldado havia dito. "Mandaram um e-mail solicitando a nossa presença.". Mais uma vez eu disse que essa informação era no minímo estranha .Questionei de quem partira a ordem para que eles viessem. "Mandaram a gente vir aqui dar apoio para vocês. A gente não tem acesso, cumpre ordens."
Lucia questionou o fato de eles estarem dentro de um prédio particular e terem entrado no sindicato sem serem convidados. “Ele reconheceu que realmente era estranho e essa era a primeira vez que isso estava acontecendo. Solicitei então que ele entrasse em contato com seu superior.
Ele ligou, falou com o tenente, mas a mesma história foi repetida. Solicitei então que o tenente viesse até a rua Rego Freitas para que me dissesse pessoalmente quem havia solicitado a presença da PM. Vieram o tenente Aurimar e o aspirante da PM Flávio. "É uma determinação para o patrulhamento da área. Eu não questionei a ordem", afirmou Aurimar. Eu solicitei então que ele entrasse em contato com o seu superior para saber quem solicitou a presença deles ali. Ele disse que era impossível saber porque quem poderia responder o meu questionamento havia saído às 19h.
Respondi que assim como nos plantões médicos os policiais que assumem o turno recebem as informações do turno anterior para saber o que está rolando. Solicitei portanto, que ele entrasse em contato com o superior de seu turno, porque obviamente essa informação exisitia. Ele começou a se irritar: "Não vou gastar meus créditos. Eu como militar não vou falar". Eu disse que não estava falando para ele ligar do seu celular, mas do seu rádio. Disse que essas informações deveriam estar no computador da PM e que se a corporação não estivesse informatizada, que em algum papel a informação deveria constar.
Ele ficou mais bravo ainda. Disse que não ia mais conversar comigo e se dirigiu para o soldado afirmando: "Encerra o talão, vamos recolher". Disse que se eu quisesse mais informações que entrasse em contato com a PM (surreal, para dizer o mínimo). Pelo que os soldados haviam dito anteriomente eles pertencem ao 7º batalhão da PM, localizado na avenida Angélica, na zona oeste. Como eles haviam ido à tarde no sindicato e foram recebidos pelo diretor André, eles consideraram o André como o responsável pelo evento.
Depois conversei com o André que me contou que os recebeu em sua sala no Sindicato e inclusive deu o seu cartão para o PM que foi até o local. O André negou que o sindicato tenha solicitado a presença da PM. "O sargento veio perguntar se precisava de apoio. Foi na minha sala, dei meu cartão. Não tem e-mail nenhum", afirmou. Os quatro soldados que estiveram no prédio do Sindicato são: J. Ferreira, Ricardo Lima, Murilo e Vilares."
Segundo a jornalista Rose Nogueira, no ato na avenida Paulista, no dia 14, ao meio-dia, em frente ao escritório de representação do governo federal, “a PM interpelou nossos companheiros por duas vezes”. Um grande numero de PMs tambem foi visto, cerca de 19 horas do dia 14, na esquina da rua Rego Freitas, onde estava se realizando o ato.
O Sindicato aguarda audiência com o Secretario de Segurança Pública de São Paulo.

Um comentário:

Caseiro disse...

Bizarro, Companheira. Os esqueletos no armário insistem em feder.