Crianças, crianças, milhares delas no Parque da Água Branca. De onde veio tanta gente? Dos bairros da zona oeste, e da leste, e de tantos, afinal tem metrô no Memorial , mais ou menos perto. Caminho quase sempre lá pela manhã, mas hoje, sinto não ter máquina ou celular, muitos tinham e faziam sua festa.
Olhando de cima, as alamedas apreciam avenidas fervilhantes de gente. Para as crianças, só um parque de diversões, e pago, claro. Nada de palhaço, nada de teatrinho, nada de contador de história: parece que o governo do estado se esqueceu daquele povão no Dia da Criança.
Hot dog, pernil, barraquinhas. E cataventos a R$ 2 cada.
Mas para os pequenos tudo vira festa,e com pai ou sem pai, com mãe, tia ,avó, elas se divertiam, alegres- que alegria é natural em criança desde que nasce.
Nada de grifes, nada de brinquedo importado: só alegria de um dia. Especial, porque quando é que podem ver galinha, pavão, árvores, bancos de jardim? A festa pobre não é pobre aos olhinhos brilhantes: se o pai tem um dinheirinho, ou a mãe -- elas são a maioria dos chefes de familia neste país -- sobem nos brinquedos e gritam, lá perto do céu.
Um cachorro quente, um refri, um doce, um catavento.
E se não, o piquenique veio no isopor lá de casa. Pegar um lugar, estender a toalha e comer sanduiche.
Não sei o que aconteceu com essas milhares de crianças e suas famílias e amigos quando caiu o maior toró, depois do almoço. O parque não tem áeas cobertas pra tanta gente.Devem ter ficado lá mesmo, tomando chuva.
Eu estava abrigada na porta do Sesc Pompéia, ao lado de uma jovem mãe e seu filho de uns 2 anos. Ela veio do bairo de Morro Doce para ir ao parque, mas ficou no meio do caminho.
"O menino fica a semana toda na escolinha e hoje nem deu pra se divertir", lamentava a moça olhando a chuva, o menino quietinho.
Digo a ela que ali no Sesc sempre tem programação infantil, ainda mais hoje. E que ela até teve sorte de escapar do toró no parque. "É, deve estar um caos", ela diz.
A mãe resolve pegar um pouco de chuva, virar à direita e entrar. Sigo atrás, e fico feliz, porque uma roda de crianças assitia a uma apresentação de atores. A mãe e o filho afinal nao perderam a viagem.
Fico pensando que nem todos nesta cidade sabem das maravilhas do Sesc Pompéia, nem têm idéia , lá, parados na porta , esperando a chuva passar.
Um dia de festa, num parque público, que não apresenta nenhuma atração especial, e numa entidade bancada pelo comércio do estado, com várias atrações e aberta ao público: coisa civilizada entre tanta falta de cidadania que nos rodeia, exceção bendita. A César o que é de César...
Fernandinhos, Ivos, Marias, tantos/as. Pelo menos foram esses os nomes que ouvi, gritados pelas mães.
Vão dormir cedo, na volta de ônibus, de fusca, de Corcel, de Chevete, de trem, de metrô, depois de tantas emoções. Já vão dormindo na viagem, é claro. Felizes, têm colos.
Festa de ricos, festa de pobres, não se importam, nem sabem a diferença.
Festa, e ponto.
Olhando de cima, as alamedas apreciam avenidas fervilhantes de gente. Para as crianças, só um parque de diversões, e pago, claro. Nada de palhaço, nada de teatrinho, nada de contador de história: parece que o governo do estado se esqueceu daquele povão no Dia da Criança.
Hot dog, pernil, barraquinhas. E cataventos a R$ 2 cada.
Mas para os pequenos tudo vira festa,e com pai ou sem pai, com mãe, tia ,avó, elas se divertiam, alegres- que alegria é natural em criança desde que nasce.
Nada de grifes, nada de brinquedo importado: só alegria de um dia. Especial, porque quando é que podem ver galinha, pavão, árvores, bancos de jardim? A festa pobre não é pobre aos olhinhos brilhantes: se o pai tem um dinheirinho, ou a mãe -- elas são a maioria dos chefes de familia neste país -- sobem nos brinquedos e gritam, lá perto do céu.
Um cachorro quente, um refri, um doce, um catavento.
E se não, o piquenique veio no isopor lá de casa. Pegar um lugar, estender a toalha e comer sanduiche.
Não sei o que aconteceu com essas milhares de crianças e suas famílias e amigos quando caiu o maior toró, depois do almoço. O parque não tem áeas cobertas pra tanta gente.Devem ter ficado lá mesmo, tomando chuva.
Eu estava abrigada na porta do Sesc Pompéia, ao lado de uma jovem mãe e seu filho de uns 2 anos. Ela veio do bairo de Morro Doce para ir ao parque, mas ficou no meio do caminho.
"O menino fica a semana toda na escolinha e hoje nem deu pra se divertir", lamentava a moça olhando a chuva, o menino quietinho.
Digo a ela que ali no Sesc sempre tem programação infantil, ainda mais hoje. E que ela até teve sorte de escapar do toró no parque. "É, deve estar um caos", ela diz.
A mãe resolve pegar um pouco de chuva, virar à direita e entrar. Sigo atrás, e fico feliz, porque uma roda de crianças assitia a uma apresentação de atores. A mãe e o filho afinal nao perderam a viagem.
Fico pensando que nem todos nesta cidade sabem das maravilhas do Sesc Pompéia, nem têm idéia , lá, parados na porta , esperando a chuva passar.
Um dia de festa, num parque público, que não apresenta nenhuma atração especial, e numa entidade bancada pelo comércio do estado, com várias atrações e aberta ao público: coisa civilizada entre tanta falta de cidadania que nos rodeia, exceção bendita. A César o que é de César...
Fernandinhos, Ivos, Marias, tantos/as. Pelo menos foram esses os nomes que ouvi, gritados pelas mães.
Vão dormir cedo, na volta de ônibus, de fusca, de Corcel, de Chevete, de trem, de metrô, depois de tantas emoções. Já vão dormindo na viagem, é claro. Felizes, têm colos.
Festa de ricos, festa de pobres, não se importam, nem sabem a diferença.
Festa, e ponto.
4 comentários:
Pois é,
Cacoete de jornalista, Beth? Crônica de uma segunda-feira em que a cidade, ao menos uma parte dela, parou ouvir e pra dar passagem às crianças.
Nem o temporal escapou ao olho clínico. Bonito que só.
Belo título, viu? Pra quem viveu/curtiu as antigos festivais.
Segunda no parque, alegria alegria nesta roda viva de uma São Paulo meu amor em disparada.
Perdoe a "viajada", hahá!
Oi Liu, há tempo não aparecia, bjs
Oi Liu, há tempo não aparecia, bjs
Pois é, Beth,
Imensa saudade.
Sempre.
Beijo.
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