Estava vendo pela tevê alguma coisa da - não sei como se chama- festa do boi de Parintins (AM) e tive a impressão de assistir a uma Marquês de Sapucaí amazônica, pero no mucho.
Tudo muda, e fica muito esquisito, com a embalagem pra turismo.
Dai li no blog do Pedrão Martinelli- que está lá na festa - o comentário que explica o que eu estava intuindo.
"A festa simples dos caboclos que chegavam nas suas embarcações para assistir o seu boi de uma arquibacada de madeira não existe mais. Os artistas regionais faziam fantasias e alegorias com materiais recicláveis da terra. A animação dos bichos era feita com varas de bambu, forquilias e alavancas que hoje deram lugar a uma parafernália de ferro, motores movidos a eletrecidade que são gerados por uma termoéletrica que ocupa um quarteirão na cidade de Parintins, para dar movimento a figuras nunca imaginadas pelos pajés mais loucos da Amazônia. Os carnavelescos do Rio e São Paulo aproveitaram estas idéias simples e de baixo custo dos caboclos que foram ensinar a técnica e voltaram deslumbrados com o conforto do maquinário moderno.
Esta certo, ninguém é bobo, conforto é muito bom.
Acontece que o caboclo e suas lendas que originaram a festa estão cada vez mais distantes do que se apresenta hoje na arena.
“Pai que bicho é esse?” perguntou o menino para o pai que estava do lado de fora do bumbódromo vendo a entrada dos carros alegóricos. O pai ficou mudo. A cara do bicho era uma mistura de Homem Aranha num corpo de jacaré com garras de unhas retorcidas, aliás todos os monstros tem unhas que fazem lembrar as do Zé do Caixão.
Dentro do bumbódromo é uma ginástica tentar assistir a apresentação sem alguma interferência no primeiro plano. Fotografar então, um martírio. São operadores de TV que querem entrar com suas câmeras dentro do vestido da sinházinha, gruas que cruzam o espaço sem parar. Balões e banners dos patrocinadores fluturam por todo o recinto. O boi Garantido tinha dezenas de pessoas para orientar o traçado simples dos “cavalinhos dos parques de diversão”, tinha tanta gente dentro da pista que atrapalhava a evolução do próprio boi.
Este ano o público caiu bastante. Dizem que foram as águas grandes do rio Amazonas que atrapalharam, mas acho que não. Já tem muita gente enjoada com a pegada comercial desta festa popular. A festa não é mais dos caboclos."
Acontece que o caboclo e suas lendas que originaram a festa estão cada vez mais distantes do que se apresenta hoje na arena.
“Pai que bicho é esse?” perguntou o menino para o pai que estava do lado de fora do bumbódromo vendo a entrada dos carros alegóricos. O pai ficou mudo. A cara do bicho era uma mistura de Homem Aranha num corpo de jacaré com garras de unhas retorcidas, aliás todos os monstros tem unhas que fazem lembrar as do Zé do Caixão.
Dentro do bumbódromo é uma ginástica tentar assistir a apresentação sem alguma interferência no primeiro plano. Fotografar então, um martírio. São operadores de TV que querem entrar com suas câmeras dentro do vestido da sinházinha, gruas que cruzam o espaço sem parar. Balões e banners dos patrocinadores fluturam por todo o recinto. O boi Garantido tinha dezenas de pessoas para orientar o traçado simples dos “cavalinhos dos parques de diversão”, tinha tanta gente dentro da pista que atrapalhava a evolução do próprio boi.
Este ano o público caiu bastante. Dizem que foram as águas grandes do rio Amazonas que atrapalharam, mas acho que não. Já tem muita gente enjoada com a pegada comercial desta festa popular. A festa não é mais dos caboclos."
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