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domingo, fevereiro 26, 2012
Bonecos para as crianças do Pinheirinho
Expulsos de suas casas, filhos de centenas de familias ainda abrigadas em um lugar , apinhadas, receberam bonecos feitos por muitos voluntarios comadados por Andrea Cordeiro. Solidariedade da sociedade, enquanto os escroques são favorecidos
sábado, fevereiro 25, 2012
Crimes e pecados-Woody Allen
“Durante toda a nossa vida enfrentamos decisões penosas, escolhas morais. Algumas têm grande peso. A maioria não tem tanto valor assim. Mas definimos a nós mesmos pelas escolhas que fizemos. Na verdade, somos feitos da soma total de nossas escolhas. Tudo se dá de maneira tão imprevisível, tão injusta, que a felicidade humana não parece ter sido incluída no projeto da Criação. Somos nós, com nossa capacidade de amar, que atribuímos um sentido a um Universo indiferente. Assim mesmo, a maioria dos seres humanos parece ter a capacidade de continuar lutando e até encontrar prazer nas coisas simples, como sua família, seu trabalho, e na esperança que as futuras gerações alcancem uma compreensão maior”
Crimes e Pecados-Woody Allen
Apontamentos do prof. Levy
Assim como em Match Point, neste filme Allen joga luz forte sobre o que nos move: as escolhas morais. Isto ou aquilo? Um crime elimina um grande empecilho, e se ele não for descoberto, e se a ética do criminoso permitir, ele continuará levando sua vida normalmente. Tudo passa, e ele terá prazer nas coisas simples da vida.
“Isso só acontece no cinema”, diz um personagem.
Embora eu não queira/possa acreditar que um humano continue o mesmo depois de eliminar outro para seu conforto, isso acontece cotidianamente na vida real, sabemos.
Concordo com o prof. Levy: somos feitos da soma total de nossas escolhas .Não concordo com o prof. Levy: o Universo não é indiferente. Mas isso é só para quem crê, e também está em Crimes e Pecados.
Dois grandes filmes de Allen.
sexta-feira, fevereiro 24, 2012
quinta-feira, fevereiro 23, 2012
Cinema americano
Tão homem tão bruto tão coca-cola nego tão rock n'roll
Tão bomba atômica tão amedrontado tão burro tão desesperado
Tão jeans tão centro tão cabeceira tão Deus
Tão raiva tão guerra tanto comando e adeus
Tão indústria tão nosso tão falso tão Papai Noel
Tão Oscar tão triste tão chato tão homem Nobel
Tão hot dog tão câncer social tão narciso
Tão quadrado tão fundamental
Tão bom tão lindo tão livre tão Nova York
Tão grana tão macho tão western tão Ibope
Racistas paternalistas acionistas
Prefiro os nossos sambistas
A ponte de safena Hollywood e o sucesso
O cinema a Casa Branca a frigideira e o sucesso
A Barra da Tijuca Hollywood e o sucesso
Prefiro os nossos sambistas
Prefiro o poeta pálido anti-homem que ri e que chora
Que lê Rimbaud, Verlaine, que é frágil e que te adora
Que entende o triunfo da poesia sobre o futebol
Mas que joga sua pelada todo domingo debaixo do sol
Prefere ao invés de Slayer ouvir Caetano ouvir Mano Chao
Não que Slayer não seja legal e visceral
A expressão do desespero do macho americano é normal
Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural
É preciso mais que um soco pra se fazer um som um homem um filme
É preciso seu amor seu feminino seu suíngue
Pra ser bom de cama é preciso muito mais do que um pau grande
É preciso ser macho ser fêmea ser elegante
Prefiro os nossos sambistas
quarta-feira, fevereiro 22, 2012
segunda-feira, fevereiro 20, 2012
sábado, fevereiro 18, 2012
sexta-feira, fevereiro 17, 2012
sexta-feira, fevereiro 10, 2012
Colegio Sion, São Paulo, 1981
Pecado original
Fernando Pessoa
Ah, quem escreverá a verdadeira história do que poderia ter sido?
Será essa, se alguém escrever,
A verdadeira história da humanidade.
Foto histórica: reunião no Colégio Sion de São Paulo, em 1980
Paulo Skromov, então presidente do Sindicato dos Coureiros, é o quinto na mesa, depois de Wagner Benevides, Olívio Dutra, Lula e Jacó Bittar. Foi um encontro para discutir a criação do PT. Um ano depois, esse grupo de sindicalistas também coordenou a realização do Conclat (Congresso da Classe Trabalhadora) que daria origem à CUT. O
Cauby faz 81 hoje.É o maior!
Cauby era uma das atrações do Show do Trabalhador de 1981, realizado no Riocentro, cenário de um atentado à bomba num episódio marcante da decadência da ditadura militar brasileira."
Longa vida ao Cauby! Cauby!
quinta-feira, fevereiro 09, 2012
quarta-feira, fevereiro 08, 2012
terça-feira, fevereiro 07, 2012
domingo, fevereiro 05, 2012
Atrás dos olhos das meninas sérias II
Variações Sérias em Forma de Soneto
Manuel Bandeira
Vejo mares tranqüilos, que repousam,
Atrás dos olhos das meninas sérias.
Alto e longe elas olham, mas não ousam
Olhar a quem as olha, e ficam sérias.
Nos encantos dos lábios se lhe pousam
Uns anjos invisíveis. Mas tão sérias
São, alto e longe, que nem eles ousam
Dar um sorriso àquelas bocas sérias.
Em que pensais, meninas, se repousam
Os meus olhos nos vossos? Eles ousam
Entrar paragens tristes tão sérias!
Mas poderei dizer-vos que eles ousam?
Ou vão, por injunções muito mais sérias,
Lustrar pecados que jamais repousam?
sábado, fevereiro 04, 2012
Sobre o fim da canção e etc
“Se a canção vive mesmo uma crise e não tem a mesma relevância na transformação cultural do nosso país, é porque vivemos um tempo diferente, o que envolve questões que vão muito além do modo como nos relacionamos com ela. A pergunta pertinente, agora, é se ainda precisamos de canções”.
Rômulo Froes, cantor e compositor, no ótimo artigo aqui lincado.http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer,chico-e-caetano-ao-mesmo-tempo,831109,0.htm
Em 2004 o sociólogo da cultura urbana José Ramos Tinhorão deu uma entrevista a jornal paulista falando sobre o fim da canção. Não que ele na goste da canção, como tantos de nós gostamos, não que estivesse lá pra decretar seu fim, quem pode fazer isso? Mas é um pesquisador que completa esses dias 84 anos, e há pelo menos 60 transita pela sociologia da cultura.
O que ele disse e continua dizendo, e está no meu livro “Tinhorão, o legendário”, é mais ou menos isto: assim como a ópera foi um fenômeno do século 19 e não tem mais apelo popular como naquele século-- apenas em espetáculos restritos e locais que reúnem apreciadores, a canção foi um fenômeno do século 20. Quando as pessoas saiam de casa para desfrutar do som de um sujeito (a) cantando com uma orquestra, um violão e/ou um cantinho. E ficará restrita, da mesma forma.
E eu concordo e vou misturando o que ele pensa, o que eu penso.
Hoje os shows são realizados no mínimo em estádios e os meios de comunicação produzem/ reproduzem processos culturais da mais baixa extração, nivelando por baixo.
Extensas populações jamais saberão o que é música erudita e/ ou mesmo uma bela canção, porque só têm acesso ao que é ditado pela estrutura comercial e ponto. Uma cidade como Poços de Caldas, onde eu moro, berço de talentos musicais por muito tempo, não transmite em suas estações de rádio senão o pior trash breganejo. Assim vai o resto do país. A mais poderosa emissora de televisão povoa de ivetes sangalos e duplas qualquer programa musical. Não existem só esses cantores num pais tão cheio de talentos, sabemos. Haveria lugar para todos eles/elas.
No artigo, Froes analisa a grande produção de Chico Buarque e Caetano Veloso, e especialmente a intersecção deste com os novos. Bom para todos nós, que somos seus fãs, mas que público novo eles conquistaram? E como conquistar, frente a essa barreira marquetológico-emburrescente nacional (e mundial)? Que está inserida no que Pasolini, nos anos 70, classificou de “fascismo da alma”, a sociedade de consumo. E que Hannah Arendt pontificou: ”a sociedade de massas arruína tudo o que toca”.
Conversando com Tania Mendes, amiga jornalista, ficamos nos perguntando dia desses pela falta de repercussão. Como, por exemplo, Milton Nascimento e seu clube saíram dos confins do sul de Minas, em fins da década de 60, e se projetaram nacional e internacionalmente. E Veloso, que veio de Santo Amaro da Purificação, interior da Bahia.
Porque havia condições para isso. Mas hoje, os grandes talentos dos confins, para onde irão? É claro, como diz outra jornalista amiga, Ana Lagoa, que em comunidades várias pelo país se desenrolam as produções culturais, sem precisar de mídia.
Ainda bem, mas são exceções perto da grande massa. Alguma pesquisa nova, na área popular ou erudita, não terá condições de alcançar e influir na vasta população do país, refém do poder dos que impõem os padrões culturais.
E este panorama se estende a outras áreas da cultura.
Ainda precisamos de canções, pergunta Froes? Eu sei que preciso, mas não sei se o mundo como está, tem essa precisão. Só se ama o que se conhece.
sexta-feira, fevereiro 03, 2012
Fredera e grupo
acabo de achar esse video de um dos grandes guitarristas do país, ex-Som Imaginario,Fredera, que mora aqui no sul de Minas, em Alfenas, meu vizinho de cidade, descobri agora.
quinta-feira, fevereiro 02, 2012
Pinheirinho, SP, day after
Foto Leda Beck/
Os Ombros Suportam o Mundo/
Drummond
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teus ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.
quarta-feira, fevereiro 01, 2012
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