quarta-feira, novembro 28, 2007

Suplemento Literário-Que falta ele faz! Artigo no Estadão

Páginas que revelam uma época

Autora discute legados do Suplemento Literário, editado nos anos 50 e 60

Luiz Zanin Oricchio e João Luiz Sampaio

Que Falta Ele Faz! É esse o significativo subtítulo do livro de Elizabeth Lorenzotti sobre o Suplemento Literário do Estado de S. Paulo, marco do jornalismo literário brasileiro que circulou de 6 de outubro de 1956 a 17 de dezembro de 1966, deixando um legado de textos até hoje atuais e saudades em leitores e colaboradores. O estudo de Elizabeth, porém, não se quer saudosista ou nostálgico. A pesquisadora entende que a compreensão daquele que foi um modelo de excelência no passado pode servir de inspiração para o presente, mesmo que seja neste mundo veloz de hoje.

Idealizado por Antonio Candido e dirigido por Décio de Almeida Prado, o Suplemento Literário mantinha em seu quadro de colaboradores fixos nomes como Wilson Martins, Paulo Emilio Salles Gomes, Ruy Coelho e Lívio Xavier, autores que se tornaram paradigmas em suas áreas de atuação específicas - a crítica literária, a cinematográfica, a antropologia, etc. Um dos segredos do SL foi fazer de suas páginas ponto de encontro dos maiores talentos de uma geração.

Suplemento Literário - Que Falta Ele Faz! (Imprensa Oficial, 208 págs., R$ 40) traz um histórico da publicação e das condições sociais e culturais na época da sua aparição. Inclui entrevista inédita com Antonio Candido e uma cópia do projeto inicial do suplemento apresentado a Julio de Mesquita Neto, então diretor do jornal. E, sim, a cereja no bolo - um conto do então candidato a escritor Francisco Buarque de Holanda. O autor de Estorvo, na época já famoso como cantor e compositor de A Banda, era um neófito como ficcionista. Estreou no Suplemento Literário, com um conto chamado Ulisses, na edição de 30 de julho de 1966. Abaixo, trechos da entrevista com Elizabeth Lorenzotti, que lança o livro na quarta-feira, a partir das 17h30 , no hall do Auditório Simon Bolívar, no Memorial da América Latina.

A sra. lembra que uma das características principais do Suplemento Literário era sua autodefinição como "suplemento artístico e não jornalístico". O que significava isso?

Já existia no jornal uma seção, Letras e Artes, dedicada basicamente ao noticiário jornalístico. O Suplemento, desde o projeto de Antonio Candido identificado como Suplemento Literário e Artístico d?O Estado de S. Paulo, pretendia ser uma pequena revista semanal de cultura. Mas já no plano inicial, Candido frisava que se devia evitar dois extremos, "o tom excessivamente jornalístico e o tom excessivamente erudito". O primeiro, porque não pesaria na opinião, não contribuiria para criar hábitos intelectuais, não colocaria o leitor em contato com o pensamento literário; o segundo, porque seria de leitura penosa. Considerava que quase não havia revistas literárias no Brasil, e os suplementos de jornais funcionavam como sucedâneos delas. O texto de apresentação do primeiro número frisava: "O Suplemento não será jornalístico, nem no alto nem no baixo sentido do termo." E continuava Décio de Almeida Prado: "O jornal, por definição, por decorrência, poder-se-ia dizer, da própria etimologia da palavra, vive dos assuntos do dia (...) A perspectiva do Suplemento tinha, pois, de ser outra, mais desapegada da atualidade, mais próxima da revista que, visando sobretudo a permanência, pode dar-se ao luxo de considerar mais vital a crônica dos amores de um rapaz de 18 e uma menina de 15 anos na Verona pré-renascentista, do que qualquer fato de última hora, pelo motivo de que as crises, as guerras, até os impérios, passam com bem maior rapidez que os mitos literários, muitos dos quais vêm acompanhando e nutrindo a civilização ocidental há pelo menos 30 séculos." Essa concepção não é de fácil assimilação para nós hoje, o que já acontecia na época, aliás. O próprio Décio, em entrevista de 1997, afirmava que existiam reclamações , "dizia-se que não era jornalístico, que falava de coisas que não interessavam ao leitor comum". Mas na verdade interessaram muito a quem estava de alguma forma ligado às letras, às artes plásticas, à música, ao cinema, ao teatro, à dança. Encontrei e encontro pessoas que mantêm coleções do Suplemento em casa, que estudaram nele e o utilizaram para dar aulas.

Qual acha que foi o papel do Suplemento Literário na efervescência da vida cultural da época? Ele a influenciou ou foi apenas reflexo de uma época também bastante rica? Qual o papel do SL ao lado de outros suplementos, como o do Jornal do Brasil, por exemplo?

Creio que o Suplemento Literário foi uma via de duas mãos: influenciou e refletiu essa época rica de desenvolvimento em todos os setores da vida do País. Com seu projeto (equilibrado, como diz Antonio Candido, entre a tradição e a inovação) refletindo a discrição e a sobriedade de seus idealizadores, conseguiu dar uma idéia do panorama nos Estados, sem descuidar-se do foco internacional. Aliás, acompanhar o que acontecia nas artes e nas letras do exterior foi uma das grandes contribuições do Suplemento, numa época em que a tecnologia das comunicações ainda engatinhava. O Suplemento Dominical do Jornal do Brasil teve igual importância. Entretanto, era uma publicação de combate, de movimentos. O SL realizou uma fórmula paulista, com um tom universitário. Como diz Antonio Candido, acolheu a vanguarda, mas esteve sempre ligado a uma espécie de linha média das concepções literárias.

Em que medida seria possível pensar a vida cultural de São Paulo tomando como ponto de partida e de referência a criação e o desenvolvimento do projeto do SL?

A São Paulo de fins dos anos 50 era uma cidade que ainda não se descentralizara. Até a segunda metade dos anos 1960, no grande quadrilátero formado pelas avenidas Angélica, Brigadeiro Luiz Antônio, Paulista e São João, concentravam-se não apenas comércio e serviços, como sobretudo os principais equipamentos culturais da cidade: universidades, bibliotecas, teatros, cinemas, livrarias, redações e sucursais de jornais, etc. Intelectuais, artistas, jornalistas encontravam-se no barzinho do MAM, na Rua Sete de Abril, instalado no mesmo endereço do Masp, fundado um pouco antes, em 1947, por Assis Chateaubriand e Pietro Maria Bardi. Desde a década de 50, a redação do Estadão ficava na Rua Major Quedinho; na Alameda Barão de Limeira, o grupo Folha; na Rua João Adolfo, a Editora Abril; mais tarde, na Avenida São Luís, as sucursais de O Globo e Jornal do Brasil. Ainda no centro velho, as agências internacionais; na Nestor Pestana, o auditório da TV Excelsior. E, claro, as livrarias, nas imediações da Biblioteca Mário de Andrade. Subindo um pouco a Consolação, a Filosofia da USP, na Rua Maria Antônia. Esse ambiente cultural - que vinha da Semana de Arte Moderna de 1922, dos anos 30, com a criação do Departamento de Cultura; do TBC, da Vera Cruz, nos anos 40, da revista Clima - do mesmo grupo de estudantes da USP que se tornariam os colaboradores do SL; dos museus, das bienais - alcançou a década de 60 ampliado, transformado, evoluído, assim como a cidade que crescia, não era mais uma província. A redação do SL era um centro animado de discussões. E o Suplemento, um veículo transmissor de idéias, um intermediário, um mediador cultural que teve seu importante papel na reflexão e na difusão da crítica cultural da cidade e do País.

Se o livro se preocupa em mostrar que o Suplemento Literário é fruto de uma época, de um momento específico, será que cabe a nostalgia que perpassa o texto, desde o título (Que Falta Ele Faz!), e a tentativa de julgar os cadernos culturais atuais tendo o SL como referência?

O título foi sugerido pelo artista Tide Hellmeister, que fez a capa do livro, ele mesmo um ex-colaborador do Suplemento. Tide traduziu o sentimento da maioria das pessoas com as quais falei. Na verdade, esta é uma preocupação minha com a recepção do livro: pensarem que se trata de algo nostálgico, um carro com os faróis voltados para trás, que de nada vale para jogar luz na nossa acidentada estrada do século 21. Não! Resgatar a história serve e servirá sempre para iluminarmos o presente e o futuro. E, sempre à luz do espírito crítico, clarear, recuperar experiências boas ou más, peneirar, transformá-las. Não é verdade que o leitor de hoje não gosta e/ou não tem tempo de ler textos mais reflexivos, densos e, portanto, maiores. Vivemos um tempo em que as pessoas estão ávidas por saídas, e saída só se encontra pensando e lendo o que pensa o outro. Arte e cultura não são separadas da vida, não constituem só uma indústria. São legados imemoriais. A mídia, que tanta responsabilidade carrega, tem o dever de rever sua história e abrir mentes e corações para novas experiências que ajudem o homem a se tornar mais humano.

O SL poderia ter-se adaptado à nova época ou seu fim era inexorável? Quais seriam as possibilidade, hoje, de um caderno cultural de mesmo nível, adaptado à realidade do presente? Ou, mudando o enfoque da questão: a sra. acha que o SL pode servir como inspiração para o jornalismo cultural de hoje, sem que se caia na nostalgia, sempre paralisante, dos "bons tempos" e de uma época de ouro que já passou e não volta mais?

O Suplemento cumpriu o seu papel na sua época. Poderia, sim, ter se adaptado aos novos tempos, se as mudanças não tivessem se imposto, no jornalismo, na tecnologia, na economia, na política, na chamada indústria cultural, no País, no mundo enfim, de forma tão abrupta. Não tenho dúvida de que essa experiência pode ser retomada. Não tenho dúvida de que grupos de pessoas podem transformar radicalmente as coisas em qualquer setor da vida humana. E para melhor. Algo se perderia em moeda? Talvez sim, talvez não. Mas certamente muito se conquistaria em reflexão, pensamento crítico, maior compreensão e contribuição para a cultura que, no fim, significa maior contribuição ao esclarecimento e à ampliação de horizontes de leitores que, sim, agradeceriam. A internet é um veículo que conquista, cada vez mais, possibilidades para várias experiências. Setores representativos do pensamento de várias correntes da sociedade e de seus múltiplos movimentos culturais também abrem seus caminhos em publicações próprias, mostrando aspectos que quase nunca chegam à chamada grande imprensa. Mais cedo ou mais tarde os jornais trilharão o caminho, já apontado por especialistas há algum tempo, da análise, da opinião, da crítica, enquanto a notícia ficará por conta de veículos mais ágeis. E que papel importante esse, o da reflexão e do reconhecimento da pluralidade. É quando uma experiência como a do Suplemento Literário poderá ser resgatada, em papel, que é muito melhor de se ler, reunindo os novos críticos e pensadores da literatura, do cinema, do teatro, das artes e os que já trilharam várias estradas, para repassarem sua experiência
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Equilíbrio entre tradição e inovação

Para Antonio Candido, que elaborou o projeto, eis a fórmula que explica o sucesso do trabalho no jornalismo cultural do País

Ubiratan Brasil

Autor do planejamento que resultou no Suplemento Literário, o crítico Antonio Candido foi um dos responsáveis pela criação de um espaço privilegiado para debate de idéias,surgimento de novos autores e revisão dos consagrados. Aos 88 anos, ele lembra que o SL, como era carinhosamente conhecido o suplemento, tinha uma posição de equilíbrio entre tradição e inovação.

'Naquela época, São Paulo não tinha a densidade cultural do Rio', comenta ele, em entrevista ao Estado. 'O SL foi uma tentativa de fundir o tom de jornal com o de revista.'

Como foi seu trabalho de estruturação do Suplemento Literário, ou seja, a definição das áreas, seções e escolha dos principais colaboradores? A divisão se seções foi inspirada em Clima?

Não pensei em Clima, embora alguns dos encarregados de suas seções tenham vindo para o SL. A escolha das seções é diferente. A de Clima segue os setores habituais: Livros, Teatro, Cinema, Música, Artes Plásticas, Economia e Direito. A do SL compreende quase todos eles mas privilegia a literatura referida ao lugar de origem, tanto exterior quanto interior: Letras Alemãs, Francesas, Anglo-Americanas; Letras de Pernambuco, de Minas etc. Foi uma inovação que deu abrangência à matéria.

Já em sua diretriz estava claro que o Suplemento não se confundiria com o jornalismo diário. Qual era propriamente o seu objetivo?

A diretriz que norteou o plano foi a seguinte: São Paulo naquele tempo não tinha a densidade cultural do Rio, onde se concentrava o mais vivo da literatura e das artes. Não valeria a pena, portanto, pensar uma fórmula 'de movimento', como a que caracterizava, por exemplo, o famoso suplemento do Jornal do Brasil. A maior contribuição de São Paulo era a cultura universitária, mas não havia aqui revistas culturais importantes, nem na USP nem fora dela. Sendo assim, era recomendável tentar uma espécie de equilíbrio entre o movimento vivo da literatura e das artes e a tonalidade mais estável dos estudos universitários. O SL foi uma tentativa de associar as duas dimensões de maneira criativa e acessível, fundindo o tom de jornal com o tom de revista.

Que tipo de orientação recebiam os colaboradores quanto à escolha do assunto e à forma de escrever?

Os colaboradores eram livres para escrever sobre o que quisessem, da maneira que quisessem. Havia apenas o pedido de clareza e, na seção de resenhas, normas de apresentação da matéria e dos dados bibliográficos.

Não existe obra sem consciência da linguagem ou das linguagens que utilizará. Como o Suplemento evitou o rebaixamento do discurso que, de tempos em tempos, ameaça a integridade do pensamento?

Por isso mesmo a seleção dos colaboradores foi cuidadosa. Foram convidados sempre autores de boa qualidade, que mantiveram o nível característico do SL. Na escolha para as seções, por exemplo, consultei diversos amigos. Lembro que Egon Schaden, professor de Antropologia da USP, sugeriu para Letras Alemãs Anatol Rosenfeld, então praticamente desconhecido, que foi um dos principais colaboradores e ganhou fama por meio do SL. O escritor Antonio Olavo Pereira sugeriu alguns nomes, entre os quais Brito Broca para Letras Francesas e Willy Levin para Letras Anglo-Americanas. Para Letras de Minas, o historiador Francisco Iglesias indicou Afonso Ávila, e assim por diante. Como vê, a preparação foi cuidadosa e eu procurei reunir pontos de vista consensuais. Por isso erramos pouco, o nível se manteve e o SL acolheu colaboradores de várias partes do Brasil.

De que forma o Suplemento exibia, como o senhor lembrou em algumas oportunidades, a marca pessoal de Decio de Almeida Prado?

O SL nasceu de uma conversa que tive com o saudoso José Vieira de Carvalho Mesquita, que trabalhava no departamento financeiro e era um rapaz encantador. Eu censurei o jornal por não ter um suplemento literário, que me parecia indispensável devido à sua responsabilidade no terreno da cultura. Daí veio tempos depois o convite para planejá-lo e dirigi-lo, num exemplo de como os Mesquita souberam transformar a crítica bem intencionada em fator de aperfeiçoamento. Aceitei a primeira parte, não a segunda, e lembrei o nome de Décio de Almeida Prado, aceito calorosamente. Ele foi competentíssimo, criando uma atmosfera de dignidade com a sua abertura de espírito, a sua acuidade crítica, o seu raro equilíbrio e a força da sua personalidade harmoniosa. Na verdade, o êxito do SL foi devido a ele.

A diagramação era inovadora e austera ao mesmo tempo. Como foi a definição do projeto gráfico?

Eu estava meio perplexo com relação a este aspecto, alheio ao meu conhecimento, quando minha mulher, Gilda de Mello e Souza, lembrou o nome de Italo Bianchi, que assumiu a tarefa e foi responsável pela fórmula que a sua pergunta caracteriza bem e correspondia ao espírito do plano. Foi obra dele.

O senhor acredita que o Suplemento Literário continua sendo a vanguarda do jornalismo cultural brasileiro?

Não digo vanguarda, porque o SL tinha uma posição de equilíbrio entre tradição e inovação. Foi assim que acolheu os poetas do Concretismo, mas esteve sempre ligado ao que se pode chamar de linha média das concepções literárias. Esta fórmula compreensiva talvez tenha sido um dos motivos que fizeram dele o melhor suplemento do jornalismo brasileiro do seu tempo, graças, repito, à orientação firme de Décio de Almeida Prado. E é preciso dizer que também contribuíram os padrões de remuneração, elevados para o tempo, que permitiram interessar colaboradores de qualidade.

segunda-feira, novembro 19, 2007

Canto 81-Ezra Pound


Edith Piaf, 1946




(Fragmento)

O que amas de verdade permanece,
o resto é escória.
O que amas de verdade não te será arrancado
O que amas de verdade é tua herança verdadeira



segunda-feira, novembro 05, 2007

Que falta ele faz!



O meu livro "Suplemento Literário: que falta ele faz!”, resgata a história do Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, publicação que se tornou um modelo de jornalismo cultural no país. Editado pela Imprensa Oficial, será lançado no próximo dia 14 de novembro, a partir das 17h30, logo após a abertura do Salão do Jornalista Escritor, no Auditório Simon Bolívar do Memorial da América Latina.
Projetado pelo professor Antonio Candido de Mello e Souza, e dirigido durante dez anos por Décio de Almeida Prado (1956-1966), o Suplemento Literário, que existiu até 1974, representou uma ponte entre tradição e inovação.
O projeto esteve perdido durante anos e, recuperado, foi cedido por Antonio Candido à autora, fonte primária fundamental para sua dissertação de mestrado em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes da USP em 2002.
A oportunidade da publicação de um livro baseado nesta dissertação deveu-se à comemoração, em 2006, do cinqüentenário do lançamento do Suplemento Literário e Artístico de O Estado de S. Paulo.
PROJETO
Os jornalistas e pesquisadores sabem que é raro se conservar projetos originais de jornais, e tão detalhados como este, desde a pesquisa de preços até a seleção de colaboradores. Os maiores escritores, poetas, artistas plásticos do país passaram pelas páginas do Suplemento, e segundo o próprio Antonio Candido, pela primeira vez o trabalho intelectual na imprensa teve remuneração condigna.
O trabalho fala também sobre a revista “Clima” – onde, ainda estudantes, começaram a atuar na crítica cultural Antonio Candido, Décio, Paulo Emilio, Lourival Gomes Machado, Ruy Coelho, entre outros, que depois se tornariam colaboradores do Suplemento Literário e de outros jornais.
Ao longo de sua existência o Suplemento esteve sempre atento aos movimentos culturais de importância. Nos seus primeiros dez anos, entre 1956 e 1966, editou 28 números especiais. O livro destaca alguns deles, num recorte que marca a gestão de Décio de Almeida Prado. Há fotos e reproduções de páginas do Suplemento como, por exemplo, o primeiro conto do jovem Francisco Buarque de Holanda, então com 22 anos, “Ulisses”.
Um capítulo especial do livro é dedicado à participação de artistas plásticos – já consagrados e/ou então iniciantes -- como ilustradores, outro diferencial do Suplemento Literário, que com sua concepção avançada se constituiu em vanguarda nas artes visuais do jornalismo impresso da época.
O livro analisa as transformações sofridas pelo jornalismo cultural a partir dos anos 50, quando a cultura de massas se impõe e, aos poucos, o espaço de veiculação da crítica é ocupado pela divulgação de produtos da indústria cultural.
Além de tentar contribuir para sistematizar uma experiência e acentuar uma fase importante do jornalismo no País, o trabalho resgata algumas histórias e pincela perfis de personagens envolvidos naquela fase de ouro do jornalismo cultural brasileiro.


Iconografia: reproduções de páginas do Suplemento Literário, ilustrações e fotos de arquivo do Estadão, acervos da Cinemateca Brasileira, do Museu de Arte Moderna de São Paulo e do Instituto Moreira Salles.
Ficha técnica
Editora: Imprensa oficial
Capa: Tide Hellmeister
Prefácio: Antonio Candido
Páginas 208
Preço: R$40,00