sábado, maio 27, 2006

Grande Einstein

Além da sua maravilhosa ciência, nos deixou frases igualmetne maravilhosas:

"Somente duas coisas são infinitas. O Universo e a estupidez humana. E eu não estou certo sobre o primeiro."

Carta à Folha de S. Paulo-3

À coluna "Mônica Bergamo", do jornal A Folha de S.Paulo

Prezados senhores,
foi uma surpresa das mais desagradáveis ler hoje em "curto circuito" a chamada para o lançamento do livro do torturador e assassino Carlos Alberto Brilhante Ustra (também grafado Ulstra), responsável pela morte de Alexandre Vanucchi Leme, entre outros.
Fosse o Brasil um país mais consequente em relação à sua memória histórica, este e outros torturadores já estariam no banco dos réus ou, no mpinimo, expostos à execração pública, como é o caso na Argentina.
Como sou otimista e militante dos Direitos Humanos, tenho firme esperança de que os arquivos da ditaduta virão a público e que os torturadores serão julgados.
Que a Folha publique artigos assinados por militares e políticos ligados à repressão e tortura é parte do jogo democrático, que estra colune endosse como "evento" um lançamento desta natureza, sem dar ao público a chance de saber de qual autor se trata, é abusar do exercício da desinformação.
Tortura é crime hediondo e imprescritível, convém não esquecer. E se hoje São Paulo sofre com o crime organizado e com uma polícia truculenta, talvez seja útil procurar as raízes não na guerrilha, como afirmou o Sr Romeu Tuma, mas na formação dos grupos para-militares de repressão política (dos quais o Doi-Codi fez parte), na "ascenção" da polícia militar, na institucionalização da tortura, nos esquadrões da morte, no massacre do carandiru (a mando do capuitão Ubiratan, que na época da ditadura agia sob comando de Ustra/Ulstra); enfim, na ausência do estado de direito implementada pela Ditadura Militar.
Marta Nehring

Carta à Folha de São Paulo-2

Cara Mônica Bergamo
Conheço-te, desde sempre, em suas escritas passagens por nosso cotidiano das quais não sou muito assíduo, devo confessar. Mas ao ler sua coluna sobre o torturador Ustra (24/05/06), passo a vê-la com outros olhos. Digo isto, é claro, por interesse pessoal no que escreveu e, especialmente, pela coragem de escrever palavras que somente ecoam o silêncio da memória comemorativa brasileira, que tudo lembra desde que não passe de festa ou feriado. Fui preso, aos 4 anos de idade, em minha casa. Assistia ao Vila Sésamo, programa infantil de qualidade rara se comparado aos dias atuais. Fui interrompido pelos agentes do Sr. Ustra, diga-se do Doi-Codi, que à nossa casa invadiram com suas metralhadoras e palavras ofensivas. Estávamos eu, minha irmã de 5 anos e minha tia, grávida de 8 meses. Colocaram-nos no camburão e nos levaram ao "escritório" deste cidadão que hoje tem endereço, salário do Estado e dá-se ao ato provocativo de escrever livros versando sobre parte das mais horríveis na história do Brasil. Lembro-me, ainda no camburão, de ter brincado com uma daquelas armas que, por pura incompetência, haviam deixado ao meu lado e eles "caindo em cima" para tentar arrancá-la de mim, como se eu fosse O Terrorista. Nas dependências deste então órgão público/estatal pude ver minha mãe e meu pai em tortura. Após ser assim recebido pelo Ustra (ele em pessoa, não é uma entidade, uma alucinação, é este homem que hoje se diz vítima), fui levado a um lugar onde, através de uma janelinha, a voz materna, que meus ouvidos estavam acostumados a escutar, me chamava. Porém, quando eu olhava, não podia reconhecer aquele rosto verde/arroxeado/ensangüentado pelas torturas que o oficial do Exército brasileiro, Carlos Alberto Brilhante Ustra, havia infligido à minha mãe. Era ela, mas eu não a reconhecia. Esta cena eu não esqueço, não porque arquiteto uma vingança imaginária contra o Ustra. Ela não é uma informação da qual disponho, mas uma marca que talvez só por meio da terapia de meu depoimento público possa acalmar, deslocar para espaços periféricos de minha memória. Reitero meu desejo de vê-lo, o torturador Ustra, no banco dos réus respondendo por seus crimes. Se assim for permitido, serei a primeira testemunha de acusação. abraço Edson Teles

sexta-feira, maio 26, 2006

Carta à Folha de São Paulo

Reproduzo carta do amigo Alípio Freire à Folha de S. Paulo contra o cinismo.

Campinas, 25 de maio de 2006
À coluna "Mônica Bergamo",do jornal A Folha de S.Paulo
Prezados senhores
Venho, por meio desta, me somar a quantos já escreveram manifestando protesto sobre o modo como foi noticiado, na coluna "Curto Circuito", pela jornalista Mônica Bergamo, o lançamento do livro do senhor Carlos Alberto Brilhante Ustra (também dito Ulstra).É intolerável (por, no mínimo, irresponsável) que tal informação seja veiculada sem o esclarecimento sobre o histórico do autor. Não apenas o senhor Ustra foi um dos mais cruéis torturadores do período da ditadura civil-militar implantada com o golpe de 1964, e responsável direto por sevícias e assassinato de diversos opositores daquele regime, como este é um fato público e conhecido por todos os cidadãos minimamente informados. Não faltam depoimentos e outros documentos que o comprovem.Omitir esses fatos implica conivência com a tortura.Noticiar e promover trabalhos de torturadores do modo como foi feito em "Curto Circuito", tem como resultado a "naturalização" da prática da tortura, significando, portanto, apostar na impunidade dos seus autores, o que é um modo de acumpliciar-se com os sicários.A não responsabilização e punição legal dos torturadores do período do regime civil-militar, garantidas pela Lei de Anistia (a anistia recíproca) de agosto de 1969, implicou a institucionalização do método. A não revisão até o momento dessa legislação e o silêncio a este respeito, significa a perpetuação da execrável prática.À impunidade garantida pelo Estado, que até o presente se alicerça no estatuto da "anistia recíproca" em que se fundou a Lei de Anistia de agosto de 1979, não deve corresponder o cinismo da sociedade civil.
Alipio Freire- jornalista

sábado, maio 20, 2006

Canto 81- Ezra Pound

Canto 81
(Fragmento)
O que amas de verdade permanece,
o resto é escória.
O que amas de verdade não te será arrancado
O que amas de verdade é tua herança verdadeira
Mundo de quem,meu ou deles
Ou não é de ninguém?
Veio o visível primeiro, depois o palpável
Elísio, ainda que fosse nas câmaras do inferno,
O que amas de verdade é tua herança verdadeira
O que amas de verdade não te será arrancado

A formiga é um centauro em seu mundo de dragões.
Abaixo tua vaidade, nem coragem
Nem ordem, nem graça são obras do homem,
Abaixo tua vaidade, eu digo abaixo.
Aprende com o mundo verde o teu lugar
Na escala da invenção ou arte verdadeira,
Abaixo tua vaidade,
Paquim, abaixo!

O elmo verde superou tua elegância.
“Domina-te e os outros te suportarão”
Abaixo tua vaidade
Tu és um cão surrado e largado ao granizo,
Uma pega inchada sob um sol instável,
Metade branca, metade negra
E confundes a asa com a cauda
Abaixo tua vaidade
Que mesquinhos os teus ódios
Nutridos na mentira,
Abaixo tua vaidade
Ávido em destruir, avaro em caridade,
Abaixo tua vaidade,
Eu digo abaixo.

Mas ter feito em lugar de não fazer
isto não é vaidade
Ter, com decência, batido
Para que um Blunt abrisse
ter colhido no ar a tradição mais viva
Ou num belo olho antigo a flama inconquistada
Isto não é vaidade.
Aqui o erro todo consiste em não ter feito.
Todo:na timidez que vacilou.

sexta-feira, maio 19, 2006

Será que vai estourar nas paradas?

Classe Média
Max Gonzaga
Ouvir no link
http://www.youtube.com/watch?v=KfTovA3qGCs

Sou classe média

Papagaio de todo telejornal

Eu acredito na imparcialidade da revista semanal

Sou classe média

Compro roupa e gasolina no cartão

Odeio coletivos e vou de carro que comprei à prestação

Só pago impostos

Estou sempre no limite do meu cheque especial

Eu viajo pouco, no máximo um pacote CVC tri-anual
Mas eu “to nem aí”

Se o traficante é quem manda na favela

Eu não “to nem aqui”

Se morre gente ou tem enchente em Itaquera

Eu quero é que se exploda a periferia toda
Mas fico indignado com o Estado quando sou incomodado

Pelo pedinte esfomeado que me estende a mão

O pára-brisa ensaboado

É camelô, biju com bala

E as peripécias do artista

Malabarista do farol
Mas se o assalto é em Moema

O assassinato é no Jardins
E a filha do executivo é estuprada até o fim

Aí a mídia manifesta a sua opinião regressa

De implantar pena de morte ou reduzir a idade penal

E eu que sou bem informado

Concordo e faço passeata

Enquanto aumenta a audiência

E a tiragem do jornal
Porque eu não “to nem aí”

Se o traficante é quem manda na favela
Eu não “to nem aí”

Se morre gente ou tem enchente em Itaquera
Eu quero é que se exploda a periferia toda

Toda tragédia só me importa quando bate em minha porta

Porque é mais fácil condenar quem já cumpre pena de vida
Sou classe média

terça-feira, maio 16, 2006

PCC,Estado e emergências fascistas


Leoonardo Wen/Folha Imagem


Boletim eletrônico mensal
do Nu-Sol - Núcleo de Sociabilidade Libertária
do Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais da PUC-SP
no. extra, maio de 2006
www.nu-sol.org

Não foi somente mais uma rebelião nos presídios. Há algum tempo já não se trata mais disso. No dia 11 de maio, quinta-feira, três dias antes do dias das mães, começou uma rebelião em favor de benesses à elite do PCC (Primeiro Comando da Capital ou Partido do Crime), e acertos de contas com o governo paulista e sua polícia, terminando na segunda-feira, 15 de maio, após mortes, incêndios, paralisações forçadas de escolas a empresas, boatos e mais boatos, e negociações concluídas com ordem passada pelo PCC a todas as prisões rebeladas para voltarem à normalidade.
Tudo começou em São Paulo e rapidamente se espalhou para outros estados (Mato Grosso, Espírito Santo, Paraná). Desta vez a rebelião não se restringiu às prisões de adultos na capital ou no interior. Ela vazou. Atingiu a Febem-SP e atravessou as cidades realizando execuções de policiais, incendiando ônibus, demonstrando força amedrontadora aos cidadãos apavorados.
A metrópole parou na tarde de 15 de maio. As pessoas corriam para suas casas e punham-se diante dos televisores ouvindo representantes governamentais, intelectuais, coordenadores de ONGs, anchor-men esbaforidos, todos querendo mais punições, mais reformas penais e medidas enérgicas contra o crime organizado. Eles quase pediram pena de morte quando exigiram prisão perpétua para encarcerar bandidos perigosos para sempre.
Com tamanho autoritarismo, muitas vezes travestido de defesa do bom cidadão, eles fortalecem a emergente configuração atual em que presos organizam-se numa estrutura análoga à do Estado, mas ilegalmente. Como velhos ressentidos estes paladinos da justiça não se cansam, também, de acusar os defensores dos direitos humanos como responsáveis pelo atual estado de ilegalismos, confundindo, propositalmente, a atuação destas organizações que combatem pocilgas com proteção ilegal a criminosos.
Aproveitam-se da situação para apavorarem mais ainda os espectadores e os navegadores de internet, identificando uma força a ser abatida, e pretendendo limpar o terreno para a continuidade dos fascismos. Eles pedem que o totalitarismo do PCC seja enfrentado pelo fascismo de Estado. Entretanto, no meio disso tudo aparecem as vozes equilibradas, os perfis democráticos, os planejadores de uma novo sistema em nome da justiça e da democracia. Reabre-se, então, o banquete de ONGs e institutos que vivem das desgraças da prisão propondo novidades por meio de propostas justas, na justa medida em que consagram o controle unificado, a coordenação institucional ou a fiscalização mútua.
Noutras ocasiões o PCC fazia rebeliões para afirmar seu poder diante dos prisioneiros buscando acabar com a luta pela hegemonia entre as diversas facções organizadas. Mostrava força internamente numa guerra objetiva, ao mesmo tempo em que iniciava tentativas de gestões diplomáticas com o Estado. Agora, controlando as prisões  a grande massa encarcerada cuja maioria se encontra em São Paulo , já estabelecido na Febem e articulado com os cidadãos livres (ex-prisioneiros, parentes de encarcerados, novos militantes) ele quer mais. O PCC busca legitimidade deflagrando uma iminente guerra e a suspendendo mediante negociações. Ele diz, à sua maneira, quantas organizações legais precisam de seu ilegalismos para continuar lucrando.
O PCC não pratica terrorismo. Ele procura uma via institucional para estruturar a representação ou o comando militar sobre a população encarcerada (seja ela composta exclusivamente de prisioneiros ou ampliada, com funcionários e técnicos, pois não há prisão em que prisioneiros e seus controladores não estabeleçam relações ilegais com ou sem telefones celulares). Não há crime sem legalidade e empregos úteis, sabemos há muito tempo! Mas a quem interessa a revelação dos legalistas que atuam neste fluxo de ilegalismos?
No início da noite de segunda-feira, depois de encerradas as negociações, as autoridades governamentais diziam que tudo estava sob controle. As autoridades intelectuais, pela televisão e imprensa, falavam de mais reformas no sistema penal, sobre a necessidade de ações enérgicas, como foram usadas as comunicações para propagar boatos, e mais uma outra vez de tolerância zero. O PCC avisou que faria uma ação em mais de um estado da federação e fez. Exigiu negociações com governos e as obteve. Comprometeu-se a encerrar as rebeliões e cumpriu. E ainda chamam o PCC de integrante do crime organizado? E ainda acham que é em nome do combate ao PCC que se deve investir mais em segurança?
O PCC mostrou que já é um Estado que governa sua população em diversos territórios de aprisionamentos chamados prisões, febems, favelas e periferias, nos bairros, cidades e estados, independentemente de continuidades fronteiriças. O PCC está organizado de maneira centralizada como um partido único e governa determinando ações descentralizadas visando a garantia de sua elite governamental e de seus súditos encarcerados. O PCC funciona por meio de pagamento de impostos, recrutamento de homens-bomba (não similares aos terroristas mas devedores que saldam dívidas atuando como sicários), articulação de milícias, tráfico de drogas, incluindo suas imediatas conexões legalizadas, retemperando as ilegalidades e escravizando seus devedores.
O Estado totalitário PCC assenta-se em dispositivos estratégicos bélico-diplomáticos, estruturados em um discurso familiar cujo ápice de sua consecução e execução está nas cabeças cortadas exibidas como troféus. Este é o expediente reservado aos traidores do partido. As degolas escancaram definitivamente a rigidez hierárquica combinada com afetuosas familiaridades que agregam irmãos e primos, circunscrevendo a obediência diante da autoridade superior para obter proteção e propagar assujeitamentos.
O PCC como Estado, que já pacificou as prisões com muita guerra, com seu estatuto e estrutura militarizada, exige paz no exterior, mostrando sua força com atos de violência que ensaiam uma guerra. O Estado legal e legítimo só têm uma maneira de lidar com este Estado totalitário: fazer negociações circunstanciais ou simplesmente dizimá-lo. A guerra e os novos tratados de paz já ultrapassaram os muros das prisões, avançaram sobre as periferias das grandes cidades e encontraram fluxos ilegais em ramos respeitosos da economia.
Não se acaba com o tráfico com mais repressão. Já constatamos isso nos últimos 20 anos, desde que se tentou justificar a ação internacional contra o narcoterrorismo e o narcotráfico na América Latina, Ásia e Oriente Médio. Muito menos com tolerância zero ou penas alternativas. Estas somente propiciaram o crescimento estatístico dos indivíduos penalizados, das ações criminalizáveis e da burocracia penal. Hoje em dia, quando nem o Exército controla o seu monopólio legal de armas, a indústria do controle do crime cresce e com ela os lavadores de dinheiro, as conexões ilegais, idem. Idem, idem, idem.
O fluxo moralista-repressor aumenta de velocidade e de densidade. Não se fala mais em liberar as drogas, este golpe mortal nos ilegalismos atuais que passam pelas prisões para adultos e jovens definitivamente conectadas, pelos vínculos ilegais reconhecidos como inevitáveis e pelas propostas fascistas constatadas no cotidiano das mídias. No horizonte só mais guerras em cujos percursos encontraremos emboscadas, ciladas, silenciosos extermínios e prováveis reaparições de esquadrões da morte.
Na era da globalização transita quem manda e pode, como sempre foi no capitalismo, sob o Estado-nação ou o vigente consórcio de Estados. As mães continuarão chorando lado a lado, num soturno velório. Uma sobre o esquife do filho policial; a outra sobre o do seu filho bandido. Ambos vindos do mesmo lugar: um tido como sangue bom; outro como sangue ruim. A dor aumenta, o sangue quente escorre, encharca nossos pés. Isto não se sente pela televisão ou rádio. É a vida nos campos de concentração que precisa continuar para que os ilegalismos dos bacanas não cessem. Nunca houve capitalismo sem ilegalismos e o PCC é somente um parceiro ilegal no capitalismo no Brasil. Será que só no Brasil?

sexta-feira, maio 12, 2006

Finisterra



Blog português sobre navegação, muito lindo. O link está ao lado, coluna da esquerda.

segunda-feira, maio 08, 2006

Sabedoria do grafite

Inesquecivel, que, parece, existia na Avenida Rebouças
"20 trilhões de moscas não podem estar erradas: merda é bom!"

domingo, maio 07, 2006

Estrela Solitária



O astro de cinema decadente larga a filmagem e sai pelo árido interior norte-americano.Volta para casa, encontra a mãe, que não vê há 30 anos. Vai em busca de um possivel filho, que deve ter a mesma idade e nunca conheceu.
É coisa de Wim Wenders e de Sam Shepard, coisa fina. De chorar, de pensar.
"Nada mudou", diz um empoado agente de seguros, que parte em busca do ator decadente e que precisa voltar às filmagens, proque empenharam muita grana nele e romper contrato lá é coisa séria. Algema o ator e na viagem comenta: "guerra do Peloponeso, Inquisição, conquista do México....." desfia uma série de merdas em que a raça humana tem se metido ao longo dos séculos para concluir isso: somos a mesma coisa, não aprendemos, não mudamos.
Anos atrás li uma noticia de jornal com o titulo do mais recente filme de Wenders "Der Himmel über Berlin". Escrevi na hora um poema com o mesmo título, sem saber do que se tratava, um poema que ninguém gosta, só eu, uma especie de soneto que nunca havia feito (http://www.secrel.com.br/jpoesia/elorenzotti.html)
Quando a obra de arte bate com a gente, parece que temos almas semelhantes, o criador e nós, espectadores. É esse o caso.Os alemães são incriveis, me diz uma amiga, eles foram os primeiros a traduzir a filosofia oriental( veja-se o I Ching com prefácio de Jung e tradução de Richard Wilhelm).
Asas do Desejo, o céu de Berlim, é sobre dois anjos que ficam escutando nosso pensamentos, sabendo de nossas tragédias e alegrias, mas nada podem fazer. Um deles quer ser humano e acaba concretizando o desejo. Quer sentir. A segunda parte é Tão longe, tão perto. Outro anjo cai na Terra.
De anjos e de homens, de estrelas solitárias, road moveis pelo árido, somos nós ali.
Na Estrela, uma menina joga as cinzas da mãe morta sobre a cidade em meio ao deserto. A imagem é linda e comovente. No fim, todos vamos procurar a origem, não é?
Nosso criador, nossos criadores. A família, para uns imprescindível, para outros não.
Um belo filme.