sexta-feira, novembro 12, 2010

Jack Kerouac para Charlie Parker: "Suspenda o exílio/ meu e de todo o mundo"

Belo poema do Jack. Me informa agora Claudio Willer que está em Mexico City Blues.
E me envia um trechinho traduzido:


Charley Parker, perdoa-me –
Perdoa-me por não responder a seus olhos –
Por não haver indicado
O que você poderia divisar –
Charley Parker, reze por mim –
Reze por mim e por todos
No Nirvana de seu cérebro
Onde você se esconde, indulgente e enorme,
Não mais Charley Parker
Porém o secreto indizível nome
Que carrega consigo o mérito
Não para ser mensurado daqui
Para cima, para baixo, para o leste, para oeste –
- Charley Parker, suspenda o exílio,
meu, e de todo o mundo


Achei alguns trechos na net, aqui vão, quando encontrar todo postarei, vale a pena.
Charlie Parker, diz Kerouac, parecia um Buda.
Ele era um Buda. O budismo diz que todos podemos ser Budas.
Certamente Kerouac foi um Buda também, por paradoxal que possa parecer. Mas as aparências enganam.

Charley Parker Looked like Buddha
Charley Parker, who recently died
Laughing at a juggler on the TV
after weeks of strain and sickness,
was called the Perfect Musician.
And his expression on his face
Was as calm, beautiful, and profound
As the image of the Buddha
Represented in the East, the lidded eyes,
The expression that says "All is Well"
- This was what Charley Parker
Said when he played, All is Well.
You had the feeling of early-in-the-morning
Like a hermit's joy, or like
the perfect cry
Of some wild gang at a jam session
"Wail, Wop" - Charley burst
His lungs to reach the speed
Of what the speedsters wanted
And what they wanted
Was his Eternal Slowdown.
A great musician and a great
creator of forms
That ultimately find expression
In mores and what have you.

Musically as important as Beethoven…(....)


(....) 'Charlie Parker, pray for me - /Pray for me and everybody/:
'In the Nirvanas of your brain
………/'
Charlie Parker, lay the bane,/off me, and every body/.'

Charley Parker, suspenda o exílio, meu, e de todo o mundo. Isso é puro budismo mahayana. Que não apenas eu, mas todos, possamos sair do exílio da ilusão. É muito bonito.


Contribuição luxuosíssima do china, que lembrou essa pérola no comentário

McLaren clássico, Vizinhos