quarta-feira, maio 30, 2012

segunda-feira, maio 28, 2012

Visita 2

Urubus, carcarás, meditam sobre Sampa. Há anos, deparei com um nos altos de um prédio na Paulista com Augusta e escrevi este: Visita. Fincado nos píncaros majestoso enigma espreita, de perfil Memórias de cordilheiras em meio à alheia neurose Incorruptível no secular vício da carniça observa o ciclo da caça Ruídos esganiçados não te assustam Parabólicas captam todas as aparências Excluído do olhar humano Impassível urubu urbano

A visita 1

Olha só quem apareceu na mata em frente à minha casa. Quem identificou foi meu primo, que é de Poços. Meninas engraçadas, diferentes, e como gritam! Conheciam? "Seriema, sariema ou siriema é o nome vulgar dado às aves pertencentes à família Cariamidae, da ordem Cariamiformes. São aves de médio porte, terrestres, que preferem correr a voar. O grupo é nativo da América do Sul e habita zonas de pradaria ou florestas abertas. As seriemas alimentam-se de insetos, lagartos e pequenas cobras, como também de cajuis e cajus do cerrado. Em contato com os humanos, as Seriemas são sempre desconfiadas e quando se sentem ameaçadas por eles, costumam abrir suas asas e enfrentá-los" ( tem razão essas meninas..). "Diz a lenda que o canto deste pássaro indica o final da época das chuvas. Do tupi, siriema=pequeno nhandú, ou seriema=nhandú com crista. Seu canto é marcante, podendo ser ouvido a mais de 1 quilômetro. Seus gritos, seja de uma ave solitária, seja de um casal em dueto, são altos e longos. Parecem longas risadas, as quais vão acelerando-se e aumentando de tom à medida que a ave repete o canto. Pode permanecer gritando por vários minutos a fio."

sexta-feira, maio 25, 2012

José Castello sobre o Premio Camões a Dalton Trevisan

"São personagens banais, aprisionados na vulgaridade que define a vida comum. E que, através de expedientes e atos rudes, quase desumanos, lutam para se afirmar em uma paisagem que os anula. Esses seres sem qualidades guardam, porém, uma qualidade que supera todas as que lhes faltam: preservam o que temos de mais fundamental — a fome de existir. Nas frestas de uma cidade também introvertida e desconfiada, tentam conservar um fio de sentido para suas vidas. São seres pequenos, mas a persistência é sua grandeza. Premiar a literatura de Dalton Trevisan, essa grande literatura de homens e mulheres pequenos, é enfim deitar o olhar sobre esses seres que, não fosse o escritor, estariam apagados para sempre do cenário contemporâneo. Pessoas que teimam em existir. Que não excluem os sentimentos mais repulsivos, como a raiva, o desespero, a sordidez. Que cultivam um grande ódio pelas máscaras civilizadas. "

Tudo é uma questão de manter a mente quieta...

quinta-feira, maio 24, 2012

O design e os outros 90%

Design não é só o que as revistas de luxo e suplementos de jornais apresentam para o consumo de descartáveis. Adelia Borges , curadora de design, fala sobre as iniciativas direcionadas às amplas camadas da população

segunda-feira, maio 21, 2012

quinta-feira, maio 17, 2012

terça-feira, maio 15, 2012

Oi é empresa incompetente e caloteira. Tim e Vivo não ficam atrás

A OI É UMA EMPRESA INCOMPETENTE E CALOTEIRA. Tenho uma conta credora, no valor de R$ 105,66, que a OI deveria ter me pago dia 8 de maio. Havia cobrado em duplicidade. Prometeu pagar até dia 10, conforme reclamação feita dia 7 sob o protocolo 201210647376292.NAO PAGOU. Liguei ontem para o infernal 10331 e fui atendida por uma pessoa igualmente incompetente, que solicitou minha conta bancaria - que eu já havia informado dia 7 de maio. Demorou para fazer o registro, perguntava para colegas o que deveria me responder, além de um chiado terrivel ao fone. Quando reclamei, ela disse" agora que voce vai ver o chiado". E desligou. E tem mais: a Oi recusa-se a instalar seus serviços onde moro, um novo bairro a 2,5 km do centro da cidade de Poços de Caldas. Por isso, tive de recorrer a outras empresas, igualmente péssimas. Hoje fui à Vivo, solicitar o cancelamento de sua péssima internet movel: para quem faz muitos downloads, pagar R$90,00 e ainda ter de pagar mais quando atinge um certo limite, não dá. A loja da Vivo nao cancela, de lá fiz cinco ligações, sem sucesso. Eles não gostam de cancelar. Já a TIm cortou minha linha telefonica fixa e fui informada na loja que eu não paguei a conta. Claro, não tenho bola de cristal, não recebi a conta. Fui entao ao Procon de Poços de Caldas onde consegui, parece, finalmente que a OI me pague e que a Vivo cancelasse o 3G. Já na loja da Tim, me passaram a segunda via da conta e paguei em seguida. Estou esperando sentada que a linha seja restabelecida. Resumo, um dia inteiro perdido por causa dessas "empresas" de telecomunicação, campeãs no ranking de reclamções da defesa do consumidor no país, ao lado de planos de saude e bancos, claro. Nao sei como se pode dizer que existe cidadania em um país onde acontecem esses abusos.Insultados e desrespeitados nós somos por essas "empresas" de telecomunicações. Enquanto a presidente da Argentina multa em milhões uma dessas, aqui ninguem toma qualquer providencia. Eles mandam no Brasil.

domingo, maio 13, 2012

Quem puxa aos seus não degenera: Maria Julia de Souza, Walter Franco, Cid Franco

Reprodução de texto publicado em 24 de março de 2009*** *Minha vó materna, Julia, ficou cega após um parto. Tia Judith, 94 anos, lá de Poços de Caldas, me lembrou hoje, domingo, que vovó perdeu a visão uma noite, na sua casa do Brás, em São Paulo, enquanto ouvia uma serenata: tocavam Branca. Branca, valsa de Zequinha de Abreu, aqui com Heryck Santos, tirei do You tube, numa linda versão de Dilermando Reis. Heryck, músico que conheci agora, tocou à noite numa pracinha de Livramento, que talvez se pareça com aquele antigo bairro paulistano do Brás. Mulher guerreira, aprendeu a ler em braile já velhinha, ajudou a me criar, tomava minhas lições, passava roupa, fazia biquinhos de crochê em toalhas, sim, fazia. A cada dia, ela dizia que "enxergava" uma cor: hoje tudo azul, amanhã tudo vermelho, não me lembro que cores gostava. Olhos perfeitos, linda e sempre bem arrumada, quando saia com minha mãe para qualquer lugar, perto ou longe. E tão generosa. Sempre morou conosco. Em Poços de Caldas, eu bem pequena, ela tinha apenas dois vestidos. Não éramos exatamente bem de vida. Bateu à porta uma pessoa necessitada e ela falou para minha mãe doar um deles. E minha mãe disse: "Mamãe, a senhora só tem dois, como é que vai ficar com um só?" "Ah Nilde, depois você costura um pra mim, né?" Nunca esqueço da resposta dela a um médico. Num retorno, o homem perguntou se estava melhor. Vovó respondeu: "Sim graças a Deus". "Graças a Deus nada, graças a mim", retrucou o delicado profissional. Quando vovó voltou novamente, à mesma pergunta respondeu: "Estou melhor sim, graças a Deus e ao senhor". Sabedoria da sobrevivência de uma alma delicada nesse mundo... Outra que a tia Judith contou: Estavam a vó e minha mãe na igreja, mamãe se afastou para ir ao altar e quando voltou o padre reclamava com a dona Julia: ela estava rezando de costas pro santo. Explicada sua cegueira, o padre pediu mil desculpas...(mas que padre tonto, quem é que iria entrar na igreja pra ficar de costas pro santooo??comentou a tia Judith) E mais: num carnaval de rua em Poços, minha avó grudada no laço do meu vestido e eu escapei, ela não notou. Eu era uma peste. Quando se vê, ela estava segurando no cinto de um homem , que, depois das desculpas, respondeu: "Pois eu estava aqui pensando, é com essa que eu vou pra Maracangalha". Adorava ouvir rádio: novelas, programa da Ave Maria, às 18 horas, colocava um copo d'água em cima do rádio pra benzer. Especialmente ficou fã, já aqui em São Paulo, do Cid Franco, que tinha, segundo lembro, um desses programas. Gostava tanto que pediu a mamãe para escrever a ele. Cid Franco respondeu e mandou junto um livro dele. Quem leu para ela? Deve ter sido minha mãe.Tenho por aqui, preciso achar, o livro e a carta. Cid Franco, me lembra o querido amigo e companheiro de tantas lutas, Davi de Moraes, era deputado pelo Partido Socialista, ele o conheceu. Quando a Assembléia era naquele prédio lindo do Parque Dom Pedro, existia uma deputada destemperada e anticomunista ao extremo chamada Conceição da Costa Neves, que andava com um chicote, e chegou a declarar que iria chicotear o Cid Franco. Davi diz que ele fez um discurso tão incrivel na tribuna que desarmou a mulher. Disse também que Cid sempre foi ligado nas coisas espirituais. Minha avó Julia está sempre comigo, assim como minha mãe. Ela se foi quando eu tinha 15 anos, mamãe há seis anos. Anos depois, vim a saber que Walter Franco, esse admirável músico, filósofo, poeta, compositor, cantor, é filho do Cid Franco. "Quem puxa aos seus não degenera" é uma música linda dele. "Coração Tranquilo", de 1978, é outra que só anos depois vim a entender, quando a professora de Tai Chi disse: "mente quieta, coração vazio". Tudo é uma questão de manter a mente quieta, a espinha ereta e o coração tranquilo, repete o mantra da música de Walter Franco, que canta aqui com seu filho Diogo. A coisa mais difícil, mas não impossível. A vó Julia gostaria de conhecer o Walter. Especialmente gostaria dessa "Quem puxa aos seus não degenera", como eu gosto.

sábado, maio 12, 2012

Antonio Candido e Ferreira Gullar na Flipoços

Artigo meu no Escritablog http://escritablog.blogspot.com.br/search/label/Ferreira%20Gullar%20e%20Antonio%20Candido

sexta-feira, maio 11, 2012

quinta-feira, maio 10, 2012

quarta-feira, maio 09, 2012

domingo, maio 06, 2012

sábado, maio 05, 2012

Pra lua cheia de Touro, hoje

Ando distraidamente abandonado, os olhos sob o chapéu escondidos, mãos no bolso e gola levantada, ando assoviando às estrelas que surgiram. E a lua vermelha me fala de ti, eu lhe pergunto se esperas por mim, e me responde: "Se o queres saber, aqui não tem ninguém." E eu chamo o nome para encontrar-te, mas toda gente que fala de ti, responde: "É tarde o que queres saber? Aqui não tem ninguém!" Lua vermelha, quem me será sincera? Lua vermelha, ela foi embora outra noite sem me ver. E eu digo ainda que espera por mim, fora ao balcão esta noite às três, e suplica aos Santos para me ver. Mas não tem ninguém! Mil e mais encontros eu tive, tantos e mais cigarros acendi, mil taças de café bebi, mil bocas amargas beijei. E a lua vermelha me fala de você, eu lhe pergunto se esperas por mim, e me responde: "Se o queres saber, aqui não tem ninguém." Aqui não tem ninguém!