terça-feira, março 02, 2021

 Retomando VIVA BABEL

2 de março de 2021

quarta-feira, novembro 14, 2018

larry coryel

https://www.youtube.com/watch?v=ZyRnaVD7caU&fbclid=IwAR2-1FJbCg9EEZmARNi-jGqyIKQ23V7fOutYwQhhtHkPBmGS4CRxmuJeYSM


sexta-feira, outubro 14, 2016

Quem pintaria as tragédias do século XXI?

Museu Reina Sofia, alguns anos atrás. Há uma preparação, uma sala com vários esboços, para afinal, se chegar na frente da enorme obra, pintada cerca de dois meses após uma das grandes ignomínias da espécie humana. E quando chegamos a Guernica, o silêncio, um silêncio das pessoas como nunca vi em qualquer museu. É monumental o respeito a esse grande momento da grande Arte reproduzindo a que ponto chegou, no fim da década de 1930, a espécie humana. Ninguém comenta, ninguém cochicha, ninguém faz nada a não ser ver-- -isto para mim foi inédito. Aquela obra que ficou décadas fora da Espanha, e só voltou depois, bem depois de acabado o franquismo, conforme vontade do autor. Aliás, conta-se -- e acho que deve ser verdade -- aquela historia de um nazista ter perguntado a Picasso: “Foi você que fez?”. E ele respondeu: “Não, foram vocês”. Escrevo sobre a guerra civil espanhola e seus horrores- aliás, falar em horror de guerra é pleonasmo- por ter assistido a um documentário sobre o período. Há filmes sobre o bombardeio de Guernica- nazistas testando suas armas pré II GG e assassinando mais de 1.600 mulheres crianças, homens, velhos no pequeno povoado. E houve uma comoção mundial. Hoje, cerca de 80 anos e inúmeros horrores mundiais depois não há mais grandes comoções. Ou, sim, há, mas passam rapidamente e são substituídas por outras. E fiquei pensando em que novo Picasso seria capaz de reproduzir as tragédias do século XXI. Fotógrafo, pintor, grafiteiro? Nestes tempos difíceis e sombrios que vive a humanidade, penso na Arte, ainda a Arte, mais uma vez a Arte. Ela pode não nos salvar, mas sem ela não estaríamos mais aqui.

segunda-feira, junho 13, 2016

O imperio

O Império é violento, misogino, profundamente doente.. Nao muito diferente dos anos 70, bem retratado em Easy Rider, quando dois sujeitos do país profundo abatem à garrucha nossos herois on the road. Afinal, eles eram diferentes. Não me move a simpatia de qualquer Obama. Mesmo porque, a bazuca deles está sempre apontada para nós, como agora, mais uma vez.

Desculpe, mas nao posso falar de flores

Minah cronica no Escritablog http://escritablog.blogspot.com.br/2016/06/desculpe-nao-posso-falar-de-flores.html

quarta-feira, novembro 04, 2015

Poemas inéditos de Orides Fontela

Do Estadão:
Em 2009, a poeta Orides Fontela (1940-1998) apareceu no sonho de Gustavo de Castro intimando-o a encontrar seus poemas perdidos. Ele obedeceu. Voltou ao apartamento de Gerda Schoeder, com quem Orides viveu no fim da vida, e encontrou alguns textos inéditos. A pesquisa continuou em outras gavetas e em outras conversas, e o resultado virá a público entre meados de novembro e o início de dezembro em duas obras. O Enigma de Orides, escrito por Castro com o apoio do Projeto Rumos, do Itaú Cultural, é uma espécie de romance-reportagem-biografia sobre um dos principais nomes da Geração 60, com depoimentos de, entre outros, Antonio Candido e Davi Arrigucci Jr. O outro é um volume com toda sua poesia, incluindo as 23 garimpadas agora. A edição é da Hedra.

segunda-feira, julho 27, 2015

Vito Gianotti,ciao

Vito Gianotti conheci no movimento sindical de SP nos anos 70/80. Era da Oposição Sindical Metalurgica, italiano e ex-padre se não me engano. Dedicou-se à comunicação dos trabalhadores, a ensiná-los a escrever e fazer seus jornais, a tentar furar o cerco midiático o que sempre fez no Rio, no Nucleo Piratininga de Comunicação. Muito triste com este post do amigo e companheiro Jesus Carlos que vejo de cara ao acessar. Sim, compartilhamos de sua amizade, confiança, e desfrutamos de sua alegria de viver. Pessoas como Vito Giannotti são insubstituíveis. Este quadro era a marca registrada do Vito e seu nucleo Piratinginga de Comunicação, que assim contou sua historia: --------------- "Il Quarto Stato" é uma grande tela de 293 cm X 545, do pintor italiano Pelizza da Volpedo, que foi exposta pela primeira vez em 1902, na Mostra Quadrienal de Turim (Itália). Pelizza iniciou a pintura deste quadro dez anos antes, entre 1890 e 1892, na pequena cidade rural de Volpedo, região de Piemonte, norte da Itália, cuja capital é Turim. O quadro foi preparado para estar pronto para uma exposição em Paris, em 1900, ou em Veneza, em 1901. Mas não deu. Também foi frustrada sua expectativa de que esse quadro fosse premiado. Na exposição de Turim não teve maiores sucessos. O quadro reflete as posições políticas do autor. Este, nascido em 1868, de uma família de pequenos agricultores, desde adolescente se dedicou à arte da pintura. Aos 22 anos, Pelizza se aproximou das idéias socialistas muito difusas entre os trabalhadores da cidade e do campo da Itália daquela época e sua visão de mundo se expressa neste quadro síntese da sua vida político-artística. Nos tempos de preparação da tela, o autor a chamou de “O Caminho dos trabalhadores”. Finalmente, quando esta foi enviada para a exposição de Turim, foi batizada de “Quarto Stato”. O nome se referia à história européia e especificamente à Revolução Francesa. Nesta revolução vitoriosa, a burguesia derrubou o domínio do Primeiro e do Segundo Estado, respectivamente a nobreza e o clero, e instaurou o domínio da nova classe ascendente, a burguesia, o Terceiro Estado. O nome de “O Quarto Estado” significava uma tremenda mudança, uma revolução social. O século XX que começava seria o século da nova classe vitoriosa, o proletariado. O Quarto Estado. A vida de Pelizza terminou poucos anos depois da exposição da sua maior obra, de forma trágica, em 1907. Aos 39 anos viu seu filho recém-nascido morrer e logo depois sua mulher, enfraquecida e abalada, veio a morrer também. Pelizza, sozinho, com duas filhas pequenas, se enforcou no seu ateliê.

quinta-feira, junho 25, 2015

sexta-feira, maio 22, 2015

The Waste Land T.S.Eliot
I. The Burial of the Dead April is the cruelest month, breeding Lilacs out of the dead land, mixing Memory and desire, stirring Dull roots with spring rain.

sábado, fevereiro 07, 2015

No Escritablog, minha crônica: Pepe Velo, um cavalheiro da utopia.

Pepe Velo, um cavalheiro da utopia Elizabeth Lorenzotti No sábado 31 de janeiro, na Casa do Concelho, cidade de Celanova, foi criada a Asociación Cultural Xosé Velo. Não, o parágrafo acima não tem erros de português. Está escrito em galego, e refere-se a uma cidade da Galicia onde nasceu o “intelectual celanovés, ibérico e universal” Xosé Velo Mosquera, como assinala o convite que recebi pela rede social. Mas quem é este homem cujo centenário vai se comemorar em 2016? Eu contei sua historia num conto/reportagem/memória publicado aqui nesta Escritablog (e digo que vale a pena conhecer este homem): (http://escritablog.blogspot.com.br/2013/11/un-e-nengum-conto-e-reportagem-memoria_29.html) Este homem que tive a sorte de conhecer na minha adolescência, em São Paulo, foi a figura principal do sequestro do navio Santa Maria, com outros companheiros portugueses e espanhóis, para protestar contra as ditaduras de Franco e Salazar, em 1961. Falar hoje em sequestros é associar acontecimentos sanguinários, violentos. Não foi absolutamente o que se deu com o Santa Maria, onde – além de não haver violência, os passageiros de segunda classe tiveram acesso à primeira e o grupo de sequestradores, que se tornou foco de atenção internacional – lavou toda a louça ao desembarcar no porto de Recife, após um acordo com o então presidente do Brasil Janio Quadros, que os asilou. Pois este homem, poeta, professor, revolucionário romântico, que fez da sua vida a sua arte e sua política, coerentíssimo, já morreu há muitos anos, em 1972. E faria 100 anos no próximo 2016. Sua brilhante historia está sendo resgatada pela recém-criada Asociación Cultural Xosé Velo, pois mesmo em sua própria terra foi sendo esquecida, apagada, eclipsada. Leio o texto abaixo num ótimo artigo do galego Xosé Gonzáles Martínez que tem como titulo “O 3 de febreiro cúmprense 54 anos do remate do secuestro do trasatlántico Santa María.” (Sim, neste mês de fevereiro o sequestro completa 54 anos.) “Penso que houbo una maquinaria de ocultamento da súa figura, do seu papel no secuestro. Primeiro no Franquismo, pero veu a democracia e seguimos na mesma", subrayaba Paco Macías, uno de los impulsores de la asociación, conjuntamente con el celanovés Aser Álvarez, que reiteró que el colectivo abierto a todos los vecinos es "recuperar a súa figura e a súa extensa obra, a maior parte inédita", matizó en referencia a las más de 30 carpetas con cientos de poemas, ensayos, cartas y discursos que conserva su hijo, Víctor Velo.” Mas fico pensando, aqui e agora, que sentido há em falar sobre um revolucionario e suas utopias em um mundo sem utopias e à beira de catástrofes cotidianas e gerais? Quando o medo, a depressão e a impotência nos cercam, monstros ameaçadores. Se o século XXI é absolutamente incompatível com aqueles anos 1960, quando nem o mais competente profeta imaginaria o cenário atual. Vejam: quando o navio foi entregue às autoridades brasileiras, no porto de Recife, Pepe Velo colocou nos altofalantes a Ouverture 1812, de Tchaikovsky, como podemos saber continuando a ler o texto do jornalista galego: “O mesmo acto de entrega da nave ás autoridades brasileiras foi dunha estética pouco común, pero que Pepe Velo soubo materializar en todos os extremos. Antes de guindar a áncora, escoitouse polos altofalantes, a todo volúme, a Obertura 1812 de Txaikovsxki, nos momentos finais, canda o repíque das campás, as descargas de fusilería e as salvas de artillería se mesturaban cos berros do pobo pola victoria. Arriouse a bandeira republicana cos membros do DRIL formados, mentres moita xente cantaba a “Marsellesa”.” Nosso cavalheiro morou em São Paulo até morrer, em 1972, onde o conheci, na livraria Nós, editora Galicia Ceibe, bairro do Paraiso – onde publicou a grande poeta galega Rosalia de Castro e pretendia publicar sua própria obra: poemas, livros infantis, análises políticas. Tudo de melhor. . Uma mente brilhante, um coração corajoso e terno, uma grande potência da palavra. Houve vários motins a bordo e, segundo contou o jornalista português Miguel Urbano Rodrigues, que fez parte do comando, ele “enfrentou sem armas o gentio enfurecido e dominou-o com palavras. Mas de uma maneira rara, sem demagogia, sem ameaças, com estranho calor humano. Os tripulantes ficaram envergonhados, as mulheres choraram”. Conta-nos o jornalista galego Xosé Gonzáles Martínez que “esa oratoria que caracterizaba a Pepe Velo foi a mesma que levantou o entusiasmo e o aplauso de máis longa duración dos asistentes ao 1º Congreso da Emigración Galega celebrado en Buenos Aires en 1956”. E por que falar de um cavalheiro da utopia em tempos tão sombrios? Volto a me perguntar. É quando leio o poema que a Associacion postou na sua pagina no Facebook. Pepe Velo o escreveu pouco antes de sua morte (tinha câncer nos pulmões) e se chama Esperança. É a utopia que nos faz caminhar. Espero que caminhemos, tateando para escapar das trevas e fazer, de novo, tempos em que cavalheiros e damas da utopia sejamos todos nós. (O poema começa assim, na minha tradução) “De onde me vem o fôlego para cantar tanta esperança?”) ESPRANZA “Malia o dente que come a semente” (dito popular) (malia pode ser traduzido por apesar) De donde me ven o folgo para cantar tanta espranza... Ai o ámbito propicio Ai a axeitada labranza Ai a semente no sulco endexamais devorada e as oportunas regas e a graza da poupanza Ai a terra, eterna virxe milenios a deflorala. Ai a colleita pra todos a matar toda-las fames... E os soños sen pesadelo Ai ! o soñar acordado! Inercia de quen vai indo Graza eterna de ir chegando Malia quen endexamais algo dera Malia quen sen consolar chorara Malia quen para chegar espera Malia quen para viver matara Pois que perguntas, xa sabes de donde me ven o folgo para cantar miña espranza : Da vison do futuro anque sempre se chega, endexamais se alcanza.. O coletivo cultural criado agora em homenagem a Pepe Velo pretende editar alguns de seus melhores trabalhos, criar uma pagina na web com todo tipo de material sobre sua figura e possivelmente um audiovisual biográfico. Também existe a ideia de fazer um monumento em sua cidade natal, através de um crowdfunding.