terça-feira, julho 19, 2011

118 anos de Maiakóvsk i (19.7.1893 –1930)




Aos 66 anos da morte do poeta, escrevi em 1996

Por Vladímir Maiakóvski


Vladímir voz de veludo
Carcaça gigangte, eu te reverencio
Porque se passaram 66 anos
e passarão cem, e o século vai virar
e mais mil anos
e sempre resuscitarás a cada poema
E contibuarão a ler tua obra/vida
Com ou sem balalaikas

Ó delicado!
A iluminar, a brilhar
A libertar povo e poesia
Muita coisa jutna para um só poeta

E as misérias do cotidiano
E os amores servis
E os deserdados do mundo
Ó delicado!
Tudo mudou
nada mudou

É preciso que tudo mude, eles dizem
Para que tudo permaneça como sempre foi

Este o slogan do século 20
(Não o teu, não o nosso)

New York, Moscou, Praga
São Paulo ( Brasil, lá onde poderia existir um homem feliz)

As capitais engasgadas
Desenrolam suas misérias
Sérvios e coratas, afegãos
e nordestinos, cucarachos e africanos
judeus, palestinos, e curdos e tantos
sangram como talvez nunca
tenha sangrado o homem

Vladímir, foi bom
foi bom que teu tempo tenha se esgotado tão cedo

Quanto o poeta poderia suportar?


Resta-nos beber da tua fonte
Ó delicado!
E brilhar
Nossa vingança é brilhar
Brilhar sempre
Brilhar como o sol