Alguem poderia desenhar pra me explicar?
terça-feira, agosto 31, 2010
Eu amei Victoria Blue
Dia 14 de setembro, lançamento da estréia do Estevao Romane pela Geração Editorial, "Eu amei Victoria Blue- minha história de amor com uma garota de programa em Nova York." A partir das 19 hs, na Fnac Pinheiros.
O garoto promete.
Aqui, uma degustação
segunda-feira, agosto 30, 2010
Blogs europeus denunciam xenofobia inglesa contra Teatro da Curva
No dia 21 de agosto postei aqui a expulsão do grupo brasileiro Teatro da Curva do aeroporto de Londres, onde foram convidados para participar de um festival. Meu amigo Arkan, que mora na França, publicou no blog dele.
Hoje Arkan me escreveu dizendo que um amigo que mora em Londres descobriu a carta do grupo que o Arkan traduziu neste outro blog, e que tambem está rolando em Londres
Hoje Arkan me escreveu dizendo que um amigo que mora em Londres descobriu a carta do grupo que o Arkan traduziu neste outro blog, e que tambem está rolando em Londres
sábado, agosto 28, 2010
Pipoca moderna
Una cantante argentina, creio, Doña Maria, faz versão da incrível composição de Caetano Veloso.
sexta-feira, agosto 27, 2010
quinta-feira, agosto 26, 2010
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"Soñar forma parte da Historia"
A frase de Walter Benjamin achei em um dos videos sobre Pepe Velo Mosquera, o autor da frase que dá nome a este blog: Viva Babel! E que foi um revolucionário contra as tiranias fascistas da Peninsula Ibérica e contra todas as tiranias.
1- Um videopoema onírico "de cando o futuro ibérico foi un soño americano en clave africana", de Anxo Rabuñal + Ricardo Coral Dorado + Geno Rey + Fran Pérez + Velo Mosquera, do ano 2000. Um poema de Pepe Velo musicado por Fran Pérez, que estou procurando a letra.
2-Trecho do filme Santa Liberdade, de Margarita Ledo Andion
3-Pepe Velo, verbas coma lóstregos/Palavras como relâmpagos
1- Um videopoema onírico "de cando o futuro ibérico foi un soño americano en clave africana", de Anxo Rabuñal + Ricardo Coral Dorado + Geno Rey + Fran Pérez + Velo Mosquera, do ano 2000. Um poema de Pepe Velo musicado por Fran Pérez, que estou procurando a letra.
2-Trecho do filme Santa Liberdade, de Margarita Ledo Andion
3-Pepe Velo, verbas coma lóstregos/Palavras como relâmpagos
Supõe
Nara Leão em versão de Chico Buarque para musica de Silvio Rodrigues. Que não tinha nada a ver com essa letra lindissima, mas tambem era bonita.
Bernardo Soares
Os teus colares de pérolas fingidas amaram comigo as minhas horas melhores. Eram cravos as flores preferidas, talvez porque não significavam requintes. Os teus lábios festejavam sobriamente a ironia do seu próprio sorriso. Compreendias bem o teu destino? Era por o conheceres sem que o compreendesses que o mistério escrito na tristeza dos teus olhos sombreara tanto os teus lábios desistidos. A nossa Pátria estava demasiado longe para rosas. Nas cascatas dos nossos jardins a água era pelúcida de silêncios. Nas pequenas cavidades rugosas das pedras, por onde a água escolhia, havia segredos que tivéramos quando crianças, sonhos do tamanho parado dos nossos soldados de chumbo, que podiam ser postos nas pedras da cascata, na execução estática duma grande ação militar, sem que faltasse nada aos nossos sonhos, nem nada tardasse às nossas suposições.
quarta-feira, agosto 25, 2010
Sentimental eu fico
Esta, das mais belas do nosso cancioneiro, me ocorre quando encontro amigos que fazem parte da minha vida há muito, desde a tenra adolescência.
Na costura da minha vida
Mais um ponto
No arremate do sorriso mais um nó
Nos reconheceríamos, se nunca mais tivéssemos nos visto.Temos a mesma cara.
Na costura de nossas vidas, tantos pontos, linhas e planos. Cerzidos invisíveis que deram tantas vezes em retalhos abandonados. Outras, em esplendorosas criações.
Sorrimos até chorar, choramos até sorrir.
Remédios para dormir, remédios para acordar, perdas, lutos, nascimentos. E lembramos de viagens pela América Latina. África. Europa.
Eu quero é destilar as emoções.
E quando o sol raiar desentendido
Eu vou ferir a vista no amanhã
E olharei para quem vai pro trabalho
Com os olhos feito os olhos de uma rã
Dois amigos, um meio assim procurando o eixo...
Na costura da minha vida
Mais um ponto
No arremate do sorriso mais um nó
Nos reconheceríamos, se nunca mais tivéssemos nos visto.Temos a mesma cara.
Na costura de nossas vidas, tantos pontos, linhas e planos. Cerzidos invisíveis que deram tantas vezes em retalhos abandonados. Outras, em esplendorosas criações.
Sorrimos até chorar, choramos até sorrir.
Remédios para dormir, remédios para acordar, perdas, lutos, nascimentos. E lembramos de viagens pela América Latina. África. Europa.
Eu quero é destilar as emoções.
E quando o sol raiar desentendido
Eu vou ferir a vista no amanhã
E olharei para quem vai pro trabalho
Com os olhos feito os olhos de uma rã
Dois amigos, um meio assim procurando o eixo...
Antonio Candido fala sobre Florestan Fernandes
O professor Antônio Cândido fala sobre seu colega Florestan Fernandes durante homenagem ao sociólogo brasileiro, na Escola Nacional Florestan Fernandes, do MST, no início de setembro de 2009.
Certa vez, falando comigo em pesquisa para o livro sobre o Suplemento Literário do Estadao, o professor Candido classificou como "ser de exceção" seu outro amigo de toda a vida, Décio de Almeida Prado. Eu acho que são seres de exceção eles todos, esses três amigos que orgulham o país.
terça-feira, agosto 24, 2010
A carta de Lúcio Flávio Pinto aos blogueiros
Do Vi o Mundo
O jornalista Lúcio Flávio Pinto, de Belém (PA), é ganhador dos principais prêmios de Jornalismo no Brasil. É um exemplo de ética, coragem, competência e dignidade para todos nós que atuamos na imprensa.
Por falar a verdade contra os poderosos do Pará, responde a vários processos. Desde que eles começaram, Lúcio Flávio procurou oito escritórios de advocacia de Belém. Nenhum aceitou defendê-lo.
A sua participação estava prevista no 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. No entanto, não pode comparecer, pois na segunda-feira teve de apresentar agravo a um dos processos.
Para representá-lo, veio o filho Angelim Pinto. Em nome de Lúcio Flávio, leu esta mensagem aos participantes do encontro. Palmas da plateia interromperam-na várias vezes (Conceição Lemes).
----
Muito me orgulho de ser amiga do Lúcio Flávio.(Elizabeth)
....
A Carta
Caros amigos blogueiros. Sinto-me muito honrado pelo convite, que devo ao Azenha e à Conceição Lemes, para participar deste encontro. É uma iniciativa generosa e gentil para com um analfabeto digital, como eu. Garanto que sou capaz de ligar e desligar um computador, de enviar e receber mensagens. Não garanto nada a partir daí.
Como, então, estou aqui? Sou – digamos assim – um blogueiro avant la léttre. Não podendo ser um tigre, posto que sou Pinto, fui precursor na condição de blogueiro de papel – e no papel. Às vezes, por necessidade, também um tigre in fólios – e nada mais do que isso.
Em 1987, eu tinha 38 anos de idade e 22 de profissão e me vi diante de um dilema.
Numa vertente, a carreira profissional bem assentada em O Estado de S. Paulo, então com 16 anos de “casa”, e também no grupo Liberal, a maior corporação de comunicação do norte do país, no qual tinha 14 anos, com um rompimento pelo meio, quando tentaram me censurar, logo superado pelo restabelecimento da minha liberdade de expressão.
Na outra vertente, uma matéria pronta, importante, mas que não encontrava quem a quisesse publicar. Era o desvendamento do assassinato do ex-deputado estadual Paulo Fonteles, por morte de encomenda, executada na área metropolitana de Belém, o primeiro crime político em muitos anos na capital do Pará. O Estadão publicara todas as matérias que eu escrevera até então sobre o tema. Mas aquela, que arrematava três meses de dedicação quase exclusiva ao assunto, era, segundo o editor, longa demais.
Já O Liberal a considerava impublicável porque ela apontava como envolvidos ou coniventes com a organização criminosa alguns dos homens mais poderosos da terra, dois deles listados entre os mais ricos. Eram importantes anunciantes. Ao invés de me submeter, decidi ir em frente.
Aí, há 23 anos nascia o Jornal Pessoal, sem anunciantes, feito unicamente por mim, assemelhando-se aos blogs de hoje. Um blog impresso no papel, que exerceu na plenitude o direito de proclamar a verdade, sobretudo as mais incômodas aos poderosos.
Em janeiro de 2005, depois de muitas ameaças por conta desse compromisso, fui espancado por Ronaldo Maiorana, um dos donos do grupo do grupo Liberal, que na época era simplesmente o presidente da comissão em defesa da liberdade de imprensa da OAB do Pará. Eu estava almoçando ao lado de amigos em restaurante situado num parque público de Belém, quando agressor me atacou pelas costas, contando com a cobertura de dois policiais militares, que usava – e continua a usar – como seus seguranças particulares.
Qual a causa da brutalidade? Um artigo que publiquei dias antes sobre o império de comunicação do agressor. O texto não continha inverdades, não era ofensivo, nem invadia a privacidade dos personagens. Mas desagradava aos senhores da comunicação. Embora tendo a emissora de televisão de maior audiência do Estado, afiliada à Rede Globo, o jornal que ainda era o líder do segmento (já não é mais) e estações de rádio, não usaram seus veículos para me contraditar ou mesmo atacar com o produto que constitui seu negócio, a informação.
O que resultou dessa agressão? Da minha parte, a comunicação do fato à polícia, que enquadrou o criminoso na forma da lei. Mas o agressor fez acordo com o Ministério Público do Estado, entregou cestas básicas a instituições de caridade (uma delas ligada à família Maiorana) e permaneceu solto, com sua primariedade criminal intacta. Já o agressor, com a cumplicidade do irmão mais velho e mais poderoso, ajuizou contra mim 14 ações na justiça, nove delas penais, com base na Lei de Imprensa da ditadura militar, e cinco de indenização.
O objetivo era óbvio: inverter os pólos, fazendo-me passar da condição de vítima para a de réu. Em quatro das ações eu era acusado de ofender os irmãos e sua empresa por ter dito que fui espancado, quando, segundo eles, eu fui “apenas” agredido. Mais um dentre vários absurdos aviltantes, aos quais a justiça paraense se tem prestado – e não apenas aos Maiorana, já que me condenou por ter chamado de pirata fundiário o maior grileiro de terras do Pará e do universo, condição provada pela própria justiça, que demitiu por justa causa todos os funcionários do cartório imobiliário de Altamira, onde a fraude foi consumada, colocando ao alcance do grileiro pretensão sobre “apenas” cinco milhões de hectares.
Os poderosos, que tanto se incomodam com o que publico no Jornal Pessoal, descobriram a maneira de me atingir com eficiência. Já tentaram me desqualificar, já me ameaçaram de morte, já saíram para o debate público e não me abateram nem interromperam a trajetória do meu jornal. Porque em todos os momentos provei a verdade do que escrevi. Todos sabem que só publico o que posso provar. Com documentos, de preferência oficiais ou corporativos. Nunca fui desmentido sobre fatos, o essencial dos temas, inclusive quando os abordo pioneiramente, ou como o único a registrá-los. Não temo a divergência e a contradita. Desde então, os Maiorana já me processaram 19 vezes.
Nenhuma das sentenças que me foram impostas transitou em julgado porque tenho recorrido de todas elas e respondido a todas as movimentações processuais, sem perder prazo, sem deixar passar o recurso cabível, reagindo com peças substanciais. O que significa um trabalho enorme, profundamente desgastante.
Desde 1992, quando a família Maiorana propôs a primeira ação, procurei oito escritórios de advocacia de Belém. Nenhum aceitou. Os motivos apresentados foram vários, mas a razão verdadeira uma só: eles tinham medo de desagradar os poderosos Maiorana. Não queriam entrar no seu índex. Pretendiam continuar a brilhar em suas colunas sociais, merecer seus afagos e ficar à distância da sua eventual vendetta. Contei apenas com dois amigos, que se sucederam na minha defesa até o limite de suas resistências, de um tio, que morreu no exercício do meu patrocínio, e, agora, com uma prima, filha dele.
Apesar de tantas decisões contrárias, ainda sustento minha primariedade. Logo, não posso ser colocado atrás das grades, objeto maior do emprenho dos meus perseguidores. Eles recorrem ao seu cinto de mil utilidades para me isolar e me enfraquecer.
Não posso contar nem mesmo com o compromisso da Ordem dos Advogados do Brasil. Seu atual presidente nacional, o paraense Ophir Cavalcante Júnior, quando presidente estadual da entidade, firmou o entendimento de que sou perseguido e agredido não por exercer a liberdade de imprensa, o direito de dizer o que sei e o que penso, mas por “rixa familiar”.
No entanto, dos sete filhos de Romulo Maiorana, criador do império de comunicações, só três me atacam, com palavras e punhos. Dos meus sete irmãos, só eu estou na arena. Nunca falei da vida privada dos Maiorana. Só me refiro aos que, na família, têm atuação pública. E o que me interessa é o que fazem para a sociedade, inclusive no usufruto de concessão pública de canal de televisão e rádio. E fazem muito mal a ela, como tenho mostrado – e eles nunca contraditam.
Crêem que, me matando em vida, proibindo qualquer referência a mim e meus parentes, e silenciando sobre tudo que fazem contra mim na permissiva e conivente justiça local, a história dessa iniqüidade jamais será escrita porque o que não está nos seus veículos de comunicação não está no mundo. Não chegaria ao mundo porque o controlam, a ponto tal que tem sido vão meu esforço de fazer a Unesco, que tem parceria com a Associação Nacional de Jornais, incluir meu caso na relação nacional de violação da liberdade de imprensa.
O argumento? Não se trata de liberdade de imprensa e sim de “rixa familiar”. O grupo Liberal, por mera coincidência, é um dos seis financiadores do portal Unesco/ANJ.
Após os Maiorana, o dilúvio. A maior glória do Jornal Pessoal é nunca ter sido derrotado no terreno que importa à história: o da verdade. Enquanto for possível, as páginas do Jornal Pessoal continuarão a ser preenchidas com o que o jornalismo é capaz de apurar e divulgar, mesmo que, como um Prometeu de papel, o seu ventre seja todo extirpado pelos abutres.
Eles são fortes, mas, olhando em torno, vejo que há mais gente do outro lado, gente que escreve o que pensa, apura sobre o que vai escrever e não depende de ninguém para se expressar, mesmo em condição de solidão, de individualidade, como os blogueiros, que hoje, generosamente, me acolhem nesta cidade que fiz minha e que tanto amo, como se estivesse na minha querida Amazônia.
Para ir ao Jornal Pessoal, clique aqui
O jornalista Lúcio Flávio Pinto, de Belém (PA), é ganhador dos principais prêmios de Jornalismo no Brasil. É um exemplo de ética, coragem, competência e dignidade para todos nós que atuamos na imprensa.
Por falar a verdade contra os poderosos do Pará, responde a vários processos. Desde que eles começaram, Lúcio Flávio procurou oito escritórios de advocacia de Belém. Nenhum aceitou defendê-lo.
A sua participação estava prevista no 1º Encontro Nacional de Blogueiros Progressistas. No entanto, não pode comparecer, pois na segunda-feira teve de apresentar agravo a um dos processos.
Para representá-lo, veio o filho Angelim Pinto. Em nome de Lúcio Flávio, leu esta mensagem aos participantes do encontro. Palmas da plateia interromperam-na várias vezes (Conceição Lemes).
----
Muito me orgulho de ser amiga do Lúcio Flávio.(Elizabeth)
....
A Carta
Caros amigos blogueiros. Sinto-me muito honrado pelo convite, que devo ao Azenha e à Conceição Lemes, para participar deste encontro. É uma iniciativa generosa e gentil para com um analfabeto digital, como eu. Garanto que sou capaz de ligar e desligar um computador, de enviar e receber mensagens. Não garanto nada a partir daí.
Como, então, estou aqui? Sou – digamos assim – um blogueiro avant la léttre. Não podendo ser um tigre, posto que sou Pinto, fui precursor na condição de blogueiro de papel – e no papel. Às vezes, por necessidade, também um tigre in fólios – e nada mais do que isso.
Em 1987, eu tinha 38 anos de idade e 22 de profissão e me vi diante de um dilema.
Numa vertente, a carreira profissional bem assentada em O Estado de S. Paulo, então com 16 anos de “casa”, e também no grupo Liberal, a maior corporação de comunicação do norte do país, no qual tinha 14 anos, com um rompimento pelo meio, quando tentaram me censurar, logo superado pelo restabelecimento da minha liberdade de expressão.
Na outra vertente, uma matéria pronta, importante, mas que não encontrava quem a quisesse publicar. Era o desvendamento do assassinato do ex-deputado estadual Paulo Fonteles, por morte de encomenda, executada na área metropolitana de Belém, o primeiro crime político em muitos anos na capital do Pará. O Estadão publicara todas as matérias que eu escrevera até então sobre o tema. Mas aquela, que arrematava três meses de dedicação quase exclusiva ao assunto, era, segundo o editor, longa demais.
Já O Liberal a considerava impublicável porque ela apontava como envolvidos ou coniventes com a organização criminosa alguns dos homens mais poderosos da terra, dois deles listados entre os mais ricos. Eram importantes anunciantes. Ao invés de me submeter, decidi ir em frente.
Aí, há 23 anos nascia o Jornal Pessoal, sem anunciantes, feito unicamente por mim, assemelhando-se aos blogs de hoje. Um blog impresso no papel, que exerceu na plenitude o direito de proclamar a verdade, sobretudo as mais incômodas aos poderosos.
Em janeiro de 2005, depois de muitas ameaças por conta desse compromisso, fui espancado por Ronaldo Maiorana, um dos donos do grupo do grupo Liberal, que na época era simplesmente o presidente da comissão em defesa da liberdade de imprensa da OAB do Pará. Eu estava almoçando ao lado de amigos em restaurante situado num parque público de Belém, quando agressor me atacou pelas costas, contando com a cobertura de dois policiais militares, que usava – e continua a usar – como seus seguranças particulares.
Qual a causa da brutalidade? Um artigo que publiquei dias antes sobre o império de comunicação do agressor. O texto não continha inverdades, não era ofensivo, nem invadia a privacidade dos personagens. Mas desagradava aos senhores da comunicação. Embora tendo a emissora de televisão de maior audiência do Estado, afiliada à Rede Globo, o jornal que ainda era o líder do segmento (já não é mais) e estações de rádio, não usaram seus veículos para me contraditar ou mesmo atacar com o produto que constitui seu negócio, a informação.
O que resultou dessa agressão? Da minha parte, a comunicação do fato à polícia, que enquadrou o criminoso na forma da lei. Mas o agressor fez acordo com o Ministério Público do Estado, entregou cestas básicas a instituições de caridade (uma delas ligada à família Maiorana) e permaneceu solto, com sua primariedade criminal intacta. Já o agressor, com a cumplicidade do irmão mais velho e mais poderoso, ajuizou contra mim 14 ações na justiça, nove delas penais, com base na Lei de Imprensa da ditadura militar, e cinco de indenização.
O objetivo era óbvio: inverter os pólos, fazendo-me passar da condição de vítima para a de réu. Em quatro das ações eu era acusado de ofender os irmãos e sua empresa por ter dito que fui espancado, quando, segundo eles, eu fui “apenas” agredido. Mais um dentre vários absurdos aviltantes, aos quais a justiça paraense se tem prestado – e não apenas aos Maiorana, já que me condenou por ter chamado de pirata fundiário o maior grileiro de terras do Pará e do universo, condição provada pela própria justiça, que demitiu por justa causa todos os funcionários do cartório imobiliário de Altamira, onde a fraude foi consumada, colocando ao alcance do grileiro pretensão sobre “apenas” cinco milhões de hectares.
Os poderosos, que tanto se incomodam com o que publico no Jornal Pessoal, descobriram a maneira de me atingir com eficiência. Já tentaram me desqualificar, já me ameaçaram de morte, já saíram para o debate público e não me abateram nem interromperam a trajetória do meu jornal. Porque em todos os momentos provei a verdade do que escrevi. Todos sabem que só publico o que posso provar. Com documentos, de preferência oficiais ou corporativos. Nunca fui desmentido sobre fatos, o essencial dos temas, inclusive quando os abordo pioneiramente, ou como o único a registrá-los. Não temo a divergência e a contradita. Desde então, os Maiorana já me processaram 19 vezes.
Nenhuma das sentenças que me foram impostas transitou em julgado porque tenho recorrido de todas elas e respondido a todas as movimentações processuais, sem perder prazo, sem deixar passar o recurso cabível, reagindo com peças substanciais. O que significa um trabalho enorme, profundamente desgastante.
Desde 1992, quando a família Maiorana propôs a primeira ação, procurei oito escritórios de advocacia de Belém. Nenhum aceitou. Os motivos apresentados foram vários, mas a razão verdadeira uma só: eles tinham medo de desagradar os poderosos Maiorana. Não queriam entrar no seu índex. Pretendiam continuar a brilhar em suas colunas sociais, merecer seus afagos e ficar à distância da sua eventual vendetta. Contei apenas com dois amigos, que se sucederam na minha defesa até o limite de suas resistências, de um tio, que morreu no exercício do meu patrocínio, e, agora, com uma prima, filha dele.
Apesar de tantas decisões contrárias, ainda sustento minha primariedade. Logo, não posso ser colocado atrás das grades, objeto maior do emprenho dos meus perseguidores. Eles recorrem ao seu cinto de mil utilidades para me isolar e me enfraquecer.
Não posso contar nem mesmo com o compromisso da Ordem dos Advogados do Brasil. Seu atual presidente nacional, o paraense Ophir Cavalcante Júnior, quando presidente estadual da entidade, firmou o entendimento de que sou perseguido e agredido não por exercer a liberdade de imprensa, o direito de dizer o que sei e o que penso, mas por “rixa familiar”.
No entanto, dos sete filhos de Romulo Maiorana, criador do império de comunicações, só três me atacam, com palavras e punhos. Dos meus sete irmãos, só eu estou na arena. Nunca falei da vida privada dos Maiorana. Só me refiro aos que, na família, têm atuação pública. E o que me interessa é o que fazem para a sociedade, inclusive no usufruto de concessão pública de canal de televisão e rádio. E fazem muito mal a ela, como tenho mostrado – e eles nunca contraditam.
Crêem que, me matando em vida, proibindo qualquer referência a mim e meus parentes, e silenciando sobre tudo que fazem contra mim na permissiva e conivente justiça local, a história dessa iniqüidade jamais será escrita porque o que não está nos seus veículos de comunicação não está no mundo. Não chegaria ao mundo porque o controlam, a ponto tal que tem sido vão meu esforço de fazer a Unesco, que tem parceria com a Associação Nacional de Jornais, incluir meu caso na relação nacional de violação da liberdade de imprensa.
O argumento? Não se trata de liberdade de imprensa e sim de “rixa familiar”. O grupo Liberal, por mera coincidência, é um dos seis financiadores do portal Unesco/ANJ.
Após os Maiorana, o dilúvio. A maior glória do Jornal Pessoal é nunca ter sido derrotado no terreno que importa à história: o da verdade. Enquanto for possível, as páginas do Jornal Pessoal continuarão a ser preenchidas com o que o jornalismo é capaz de apurar e divulgar, mesmo que, como um Prometeu de papel, o seu ventre seja todo extirpado pelos abutres.
Eles são fortes, mas, olhando em torno, vejo que há mais gente do outro lado, gente que escreve o que pensa, apura sobre o que vai escrever e não depende de ninguém para se expressar, mesmo em condição de solidão, de individualidade, como os blogueiros, que hoje, generosamente, me acolhem nesta cidade que fiz minha e que tanto amo, como se estivesse na minha querida Amazônia.
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Sobre o I Encontro dos Blogueiros Progressistas
Por Luiz Carlos Azenha
A Conceição Oliveira, do Maria Frô, definiu bem: os blogueiros mais velhos devem ensinar aos mais novos como fazer política; e os mais novos devem ensinar tecnologia aos mais velhos. Foi a respeito de um momento que considero simbólico no debate final do Encontro Nacional de Blogueiros, quando aqueles que queriam incluir a palavra “mídia colaborativa” na carta foram derrotados pela grande maioria. Perderam duas vezes, por não terem conseguido explicar o que queriam dizer com isso. Talvez não tenham tido tempo de fazê-lo. Vou tentar explicar esse distanciamento entre as gerações, que ficou evidente.
Quando leio os portais da grande mídia e mesmo quando leio a Carta Maior, a Caros Amigos e a CartaCapital na internet (as três com conteúdo editorial excelente), percebo que todos estão ainda na internet do século 20. Na internet 1.0. Na internet verticalizada , em que os editores decidem e os leitores lêem. Sim, há caixas de comentários. E há espaço para os leitores se manifestarem, enviando fotos e informações, em alguns portais. Mas esses espaços ainda refletem, acima de tudo, a transposição da lógica da velha mídia para o espaço virtual. O leitor está ali, mas ainda é tratado como se fosse hierarquicamente inferior aos jornalistas, aos editores e aos especialistas.
Para não cometer uma injustiça, noto o excelente blog do Emir, do professor Emir Sader, que foi ao encontro dos blogueiros; e as mudanças que Celso Marcondes fez, melhorando muito o site da CartaCapital.
Noto, também, que a lógica da velha mídia é reproduzida por muitos blogueiros. Aliás, ela fazia sentido quando a internet começou a se transformar em um espaço para furar o bloqueio dos barões da mídia. Muitos blogueiros se tornaram, eles próprios, micro-barões da mídia, com poder de veto sobre os comentários e a condução da linha editorial do espaço. Fazia sentido, quando não existiam ainda as ferramentas da internet 2.0, da chamada mídia colaborativa ou horizontalizada.
Quais são essas ferramentas? O twitter e o formspring, os microblogs que permitem a você trocar informações com outros internautas; as redes sociais como o facebook e o orkut, em que você se integra a uma comunidade de internautas; e ferramentas como o twitpic, a twitcam e o ustream, que permitem a você enviar e receber imagens de internautas e transmitir vídeo ao vivo enquanto interage com os leitores. Há dezenas de outras, essas são apenas as mais conhecidas.
O que significam essas ferramentas? Basicamente, interação.
Qual a consequência do uso delas por um blogueiro, seja jornalista ou não? Fica implícito que ele desce do pedestal, se iguala aos leitores, passa a ser apenas o coordenador do espaço, que na verdade é tocado pelos interesses dos leitores e comentaristas.
A longo prazo, seria o fim do jornalismo industrial. Seria, não, será. Talvez eu não viva para testemunhar isso, mas o papel tradicional da mídia, assim chamada por pretender fazer a mediação entre os diversos atores sociais, receberá um estaca no coração cravada pela “mídia colaborativa”.
As razões para isso residem no fato de que há uma infinidade de leitores muito mais qualificados do que eu ou qualquer blogueiro para escrever sobre engenharia, medicina e informática. Para fazer humor ou opinar sobre política. Para tratar de questões éticas ou legais. E essas pessoas começam a participar da blogosfera, criando seus próprios espaços ou comentando nos já existentes.
Como demonstrei no Encontro Nacional de Blogueiros, onde apresentei a minha “mala de ferramentas” (câmeras, gravadores, cabos de conexão etc.), quando quero carrego comigo uma emissora de rádio, de TV e um jornal. Quanto Assis Chateaubriand gastou para formar seu império? E o Roberto Marinho? Guardadas as devidas proporções, as novas tecnologias de informação permitem a um blogueiro ter seu mini-império informativo com um investimento total de menos de 5 mil reais.
Qual é a diferença essencial entre ele, blogueiro, e o jornalista que trabalha em uma corporação? A liberdade para falar e escrever o que quiser, desde que se submeta de maneira elegante à chuva de críticas de seus próprios leitores, quando for o caso. Sim, porque os leitores deixam de ser apenas receptores de informação. Eles opinam, criticam, acrescentam e anunciam na caixa de comentários. Funcionam como abelhas em um processo de polinização. Trazem sugestões de textos, insights e informações que muitas vezes se transformam em posts, ou seja, os leitores se tornam co-responsáveis pelo espaço.
É justamente por isso que, como notou o Rodrigo Vianna, do Escrevinhador, talvez o foco do Segundo Encontro Nacional de Blogueiros deva ser na troca de informações entre os blogueiros sobre essas novas tecnologias. Fizemos alguns painéis que tiraram o fôlego do público, tantas eram as novidades sobre as quais falamos.
Já antevejo o passo seguinte: esses blogueiros, futuramente, poderão ser os professores dessas tecnologias em seus bairros, em escolas técnicas ou junto aos movimentos sociais.
Essas tecnologias, obviamente, são politicamente neutras, mas devem ser apropriadas para que um número cada vez maior de brasileiros possa produzir conteúdo informativo e participar direta e ativamente do trabalho de aprofundamento de nossa nascente democracia.
A Conceição Oliveira, do Maria Frô, definiu bem: os blogueiros mais velhos devem ensinar aos mais novos como fazer política; e os mais novos devem ensinar tecnologia aos mais velhos. Foi a respeito de um momento que considero simbólico no debate final do Encontro Nacional de Blogueiros, quando aqueles que queriam incluir a palavra “mídia colaborativa” na carta foram derrotados pela grande maioria. Perderam duas vezes, por não terem conseguido explicar o que queriam dizer com isso. Talvez não tenham tido tempo de fazê-lo. Vou tentar explicar esse distanciamento entre as gerações, que ficou evidente.
Quando leio os portais da grande mídia e mesmo quando leio a Carta Maior, a Caros Amigos e a CartaCapital na internet (as três com conteúdo editorial excelente), percebo que todos estão ainda na internet do século 20. Na internet 1.0. Na internet verticalizada , em que os editores decidem e os leitores lêem. Sim, há caixas de comentários. E há espaço para os leitores se manifestarem, enviando fotos e informações, em alguns portais. Mas esses espaços ainda refletem, acima de tudo, a transposição da lógica da velha mídia para o espaço virtual. O leitor está ali, mas ainda é tratado como se fosse hierarquicamente inferior aos jornalistas, aos editores e aos especialistas.
Para não cometer uma injustiça, noto o excelente blog do Emir, do professor Emir Sader, que foi ao encontro dos blogueiros; e as mudanças que Celso Marcondes fez, melhorando muito o site da CartaCapital.
Noto, também, que a lógica da velha mídia é reproduzida por muitos blogueiros. Aliás, ela fazia sentido quando a internet começou a se transformar em um espaço para furar o bloqueio dos barões da mídia. Muitos blogueiros se tornaram, eles próprios, micro-barões da mídia, com poder de veto sobre os comentários e a condução da linha editorial do espaço. Fazia sentido, quando não existiam ainda as ferramentas da internet 2.0, da chamada mídia colaborativa ou horizontalizada.
Quais são essas ferramentas? O twitter e o formspring, os microblogs que permitem a você trocar informações com outros internautas; as redes sociais como o facebook e o orkut, em que você se integra a uma comunidade de internautas; e ferramentas como o twitpic, a twitcam e o ustream, que permitem a você enviar e receber imagens de internautas e transmitir vídeo ao vivo enquanto interage com os leitores. Há dezenas de outras, essas são apenas as mais conhecidas.
O que significam essas ferramentas? Basicamente, interação.
Qual a consequência do uso delas por um blogueiro, seja jornalista ou não? Fica implícito que ele desce do pedestal, se iguala aos leitores, passa a ser apenas o coordenador do espaço, que na verdade é tocado pelos interesses dos leitores e comentaristas.
A longo prazo, seria o fim do jornalismo industrial. Seria, não, será. Talvez eu não viva para testemunhar isso, mas o papel tradicional da mídia, assim chamada por pretender fazer a mediação entre os diversos atores sociais, receberá um estaca no coração cravada pela “mídia colaborativa”.
As razões para isso residem no fato de que há uma infinidade de leitores muito mais qualificados do que eu ou qualquer blogueiro para escrever sobre engenharia, medicina e informática. Para fazer humor ou opinar sobre política. Para tratar de questões éticas ou legais. E essas pessoas começam a participar da blogosfera, criando seus próprios espaços ou comentando nos já existentes.
Como demonstrei no Encontro Nacional de Blogueiros, onde apresentei a minha “mala de ferramentas” (câmeras, gravadores, cabos de conexão etc.), quando quero carrego comigo uma emissora de rádio, de TV e um jornal. Quanto Assis Chateaubriand gastou para formar seu império? E o Roberto Marinho? Guardadas as devidas proporções, as novas tecnologias de informação permitem a um blogueiro ter seu mini-império informativo com um investimento total de menos de 5 mil reais.
Qual é a diferença essencial entre ele, blogueiro, e o jornalista que trabalha em uma corporação? A liberdade para falar e escrever o que quiser, desde que se submeta de maneira elegante à chuva de críticas de seus próprios leitores, quando for o caso. Sim, porque os leitores deixam de ser apenas receptores de informação. Eles opinam, criticam, acrescentam e anunciam na caixa de comentários. Funcionam como abelhas em um processo de polinização. Trazem sugestões de textos, insights e informações que muitas vezes se transformam em posts, ou seja, os leitores se tornam co-responsáveis pelo espaço.
É justamente por isso que, como notou o Rodrigo Vianna, do Escrevinhador, talvez o foco do Segundo Encontro Nacional de Blogueiros deva ser na troca de informações entre os blogueiros sobre essas novas tecnologias. Fizemos alguns painéis que tiraram o fôlego do público, tantas eram as novidades sobre as quais falamos.
Já antevejo o passo seguinte: esses blogueiros, futuramente, poderão ser os professores dessas tecnologias em seus bairros, em escolas técnicas ou junto aos movimentos sociais.
Essas tecnologias, obviamente, são politicamente neutras, mas devem ser apropriadas para que um número cada vez maior de brasileiros possa produzir conteúdo informativo e participar direta e ativamente do trabalho de aprofundamento de nossa nascente democracia.
segunda-feira, agosto 23, 2010
Eric Clapton, e mais
Incríveis os numeros de views para Clapton: 10 milhões, 2 milhões, 3 milhões por video.
Aqui, o roqueiro cantando esse lindo clássico de O Magico de Oz, bem diferente do que a gente se acostumou a ouvir de Clapton. Tem mais de 3 milhões de acessos.
Tears in Heaven, aquela belissima que fez para o filho morto, tem mais de 13 milhoes.
E lembro de um video que já postei aqui, do DVD Rolling Stones- Rock and Roll Circus, 1968. A banda Dirty Mac formada só para o show dos Stones, com John Lennon na guitarra base e vocal, Eric Clapton, irreconhecível garoto, do Cream, na guitarra solo, Keith Richards assumindo o baixo e na bateria Mitch Mitchell, do Jimmy Hendrix Experience.
Sempre é bom ver, antes que acabem de vez com ele, toda vez que posto há tempos e volto a ver, já foi retirado do ar.Este é outra versão.
Aqui, o roqueiro cantando esse lindo clássico de O Magico de Oz, bem diferente do que a gente se acostumou a ouvir de Clapton. Tem mais de 3 milhões de acessos.
Tears in Heaven, aquela belissima que fez para o filho morto, tem mais de 13 milhoes.
E lembro de um video que já postei aqui, do DVD Rolling Stones- Rock and Roll Circus, 1968. A banda Dirty Mac formada só para o show dos Stones, com John Lennon na guitarra base e vocal, Eric Clapton, irreconhecível garoto, do Cream, na guitarra solo, Keith Richards assumindo o baixo e na bateria Mitch Mitchell, do Jimmy Hendrix Experience.
Sempre é bom ver, antes que acabem de vez com ele, toda vez que posto há tempos e volto a ver, já foi retirado do ar.Este é outra versão.
Prazer em conhecer
Uma coisa boa do passado de Nelson Motta, que hoje é colunista político conservador, foi reunir as Frenéticas.Maravilhosas. Aliás ele tambem lançou a Marisa Monte.
Pra quem não conhece e pra quem dançou com elas.
Clipes do Fantástico, mas nobody is perfect.
Pra quem não conhece e pra quem dançou com elas.
Clipes do Fantástico, mas nobody is perfect.
França: Pároco de Lille reza pela morte de Sarkozy
Do jornal português Correio da Manhã
E o ministro do interior francês não deixa por menos.
“Levem os ciganos para a vossa casa”
O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, desafiou ontem os que criticam as medidas adoptadas pela França contra a comunidade cigana a levarem os ciganos para junto das suas casas.
"Quando condenam o desmantelamento de acampamentos insalubres, ilegais e indignos, gostava que fossem além das palavras e os instalassem nos seus municípios", afirmou o ministro, alegando que o governo, que nos últimos dias repatriou cerca de 200 ciganos, está somente a cumprir a lei e sublinhando que outros países europeus seguem políticas idênticas sem qualquer escândalo.
Quanto às críticas da ONU e da União Europeia, Hortefeux instou a que "cada um cumpra as suas responsabilidades" e defendeu uma vez mais as expulsões: "Não temos vocação para acolher em França todos os ciganos da Roménia e da Bulgária".
Mas continua a alastrar em França a revolta com a política do governo do presidente Nicolas Sarkozy, considerada xenófoba e racista por grupos de defesa dos direitos humanos e pela Igreja. O arcebispo de Aix e Arles, Christophe Dufour, juntou ontem a sua voz ao coro de críticas, mas o ataque mais marcante chegou de um sacerdote que confessa rezar "para que o senhor Sarkozy tenha um ataque cardíaco". O padre Arthur Hervet, de 71 anos, pároco de Lille, diz ainda que escreveu a Hortefeux para devolver a medalha da ordem nacional de mérito.
E o ministro do interior francês não deixa por menos.
“Levem os ciganos para a vossa casa”
O ministro do Interior francês, Brice Hortefeux, desafiou ontem os que criticam as medidas adoptadas pela França contra a comunidade cigana a levarem os ciganos para junto das suas casas.
"Quando condenam o desmantelamento de acampamentos insalubres, ilegais e indignos, gostava que fossem além das palavras e os instalassem nos seus municípios", afirmou o ministro, alegando que o governo, que nos últimos dias repatriou cerca de 200 ciganos, está somente a cumprir a lei e sublinhando que outros países europeus seguem políticas idênticas sem qualquer escândalo.
Quanto às críticas da ONU e da União Europeia, Hortefeux instou a que "cada um cumpra as suas responsabilidades" e defendeu uma vez mais as expulsões: "Não temos vocação para acolher em França todos os ciganos da Roménia e da Bulgária".
Mas continua a alastrar em França a revolta com a política do governo do presidente Nicolas Sarkozy, considerada xenófoba e racista por grupos de defesa dos direitos humanos e pela Igreja. O arcebispo de Aix e Arles, Christophe Dufour, juntou ontem a sua voz ao coro de críticas, mas o ataque mais marcante chegou de um sacerdote que confessa rezar "para que o senhor Sarkozy tenha um ataque cardíaco". O padre Arthur Hervet, de 71 anos, pároco de Lille, diz ainda que escreveu a Hortefeux para devolver a medalha da ordem nacional de mérito.
domingo, agosto 22, 2010
sábado, agosto 21, 2010
La xénophobie en Europe
O amigo Arkan Simaan, libanês, criado no Brasil, e exilado na França, onde terminou seus estudos de Fisica, tornou-se professor e escritor, publicou em seu blog o caso da expulsão do Teatro da Curva da Inglaterra, onde foram convidados para um festival.
Ele abre falando da perseguição do governo sarkozy aos ciganos
http://arkan-simaan.blogspot.com/2010/08/la-xenophobie-en-europe.html
Ele abre falando da perseguição do governo sarkozy aos ciganos
http://arkan-simaan.blogspot.com/2010/08/la-xenophobie-en-europe.html
sexta-feira, agosto 20, 2010
O sentido da vida
Leio no blog do Mário Bortolotto que o grupo Teatro da Curva foi convidado para apresentar em Londres a peça Otimismo, de Voltaire, mas foram expatriados- é assim que se fala?- enxotados de volta direto do aeroporto.
A história está no blog deles
http://www.teatrodacurva.blogspot.com/
Leio também que a França está expulsando os ciganos, associando-os à violência: Sarkozy ganha mídia.
Mercadorias têm transito livre na tal aldeia global. Seres humanos, cada vez menos.
Que mundo é esse que a cada dia tem uma notícia pior que a do dia anterior? Somos, no século 21, civilizados? Encontramos a felicidade? Transcendemos alguma coisa? Aprendemos algo?
E meu amigo da vida inteira, o Edson, me manda uma pergunta simples: "qual o sentido da vida?"
E acrescenta: "Se preferir, Beth, tenho uma outra pegunta ainda mais simples e sei que você não vai me negar a resposta:
DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS?
Talvez o melhor seja assistir o velho e bom Monthy Pyton. Dublado, mas quem é perfeito?
--------------
Se denominan gitanos, romaníes, zíngaros, pueblo gitano o pueblo rom a una comunidad o etnia de origen indio, que data de los Reinos medios de la India, con rasgos culturales comunes aunque con enormes diferencias entre sus subgrupos. Se encuentran asentados principalmente en Europa, ya que de hecho son la mayor minoría étnica de la Unión Europea, aunque están presentes también, pero en menor proporción, en el resto del mundo
Wikipedia
A história está no blog deles
http://www.teatrodacurva.blogspot.com/
Leio também que a França está expulsando os ciganos, associando-os à violência: Sarkozy ganha mídia.
Mercadorias têm transito livre na tal aldeia global. Seres humanos, cada vez menos.
Que mundo é esse que a cada dia tem uma notícia pior que a do dia anterior? Somos, no século 21, civilizados? Encontramos a felicidade? Transcendemos alguma coisa? Aprendemos algo?
E meu amigo da vida inteira, o Edson, me manda uma pergunta simples: "qual o sentido da vida?"
E acrescenta: "Se preferir, Beth, tenho uma outra pegunta ainda mais simples e sei que você não vai me negar a resposta:
DE ONDE VIEMOS E PARA ONDE VAMOS?
Talvez o melhor seja assistir o velho e bom Monthy Pyton. Dublado, mas quem é perfeito?
--------------
Se denominan gitanos, romaníes, zíngaros, pueblo gitano o pueblo rom a una comunidad o etnia de origen indio, que data de los Reinos medios de la India, con rasgos culturales comunes aunque con enormes diferencias entre sus subgrupos. Se encuentran asentados principalmente en Europa, ya que de hecho son la mayor minoría étnica de la Unión Europea, aunque están presentes también, pero en menor proporción, en el resto del mundo
Wikipedia
quinta-feira, agosto 19, 2010
terça-feira, agosto 17, 2010
segunda-feira, agosto 16, 2010
Atentados à liberdade de expressão no Maranhão de Sarney
Li também que em Imperatriz, bebês morrem por nao ter acesso às UTIs, mesmo com as familias entrando na Justiça.
Jornal Pequeno
Oswaldo Viviani
Após os tumultos no lançamento do livro “Honoráveis Bandidos – Um Retrato do Brasil na Era Sarney” em São Luís e Imperatriz, provocados por baderneiros ligados ao ex-secretário de Esportes do governo Roseana Sarney, Roberto Costa, o autor da obra, Palmério Dória, disse na sexta-feira ao Jornal Pequeno que não vai se intimidar e já prepara novos lançamentos do livro em outras cidades maranhenses, como Caxias, Pinheiro e Açailândia. “A ação dos agressores, que invadiram o campus da Uema na quinta-feira para nos intimidar, teve efeito contrário. Agora é que eu vou redobrar esforços para lançar o ‘Honoráveis’ em outras regiões do Maranhão. Não posso recuar, senão aí eles [os agressores] venceriam, conseguiriam seu intento, que é impedir, pela violência, a divulgação de uma obra”, afirmou Palmério ao JP.
Paraense radicado em São Paulo, Palmério Dória, 62 anos, contou que não viveu uma situação como a ocorrida em Imperatriz nem na época da ditadura militar. “Foi muito mais grave do que em São Luís. E não foi pancadaria. Pancadaria pode sugerir algo até pitoresco. Foi agressão mesmo. Agressão séria. É muito triste ver um campus de universidade servindo de palco para intolerância e violência, com a polícia lá dentro, lançando bombas, dando tiros”.
Com segurança pessoal – Palmério ainda permaneceu em Imperatriz na sexta-feira. Por conta de ameaças recebidas por integrantes da organização do lançamento, foi contratado um segurança para acompanhar o autor, o tempo todo, tanto no hotel Shalom, em que ficou hospedado, como em seus deslocamentos pela cidade. “É uma situação absurda. Nunca tive de fazer isso na minha vida”, disse o escritor.
De acordo com Palmério, embora a Polícia Militar tenha evitado que acontecesse algo mais grave em Imperatriz, a ação dos policiais foi “no sentido de proteger os agressores”. O escritor disse que a PM soube de antemão da chegada dos baderneiros em dois ônibus, duas vans e outros dois veículos, mas nada fez até o momento em que eles invadiram o campus e o auditório da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
“Eles agrediram, usaram de violência e ninguém foi preso.
A polícia só agiu para proteger os agressores, e isso só depois que as pessoas que participavam do lançamento reagiram, expulsando os invasores. No fim, os agressores ainda saíram da cidade escoltados pela PM até a BR-010, para retornarem ‘em segurança’ a São Luís”, contou Palmério.
Para o autor de “Honoráveis Bandidos”, a constatação mais lamentável no episódio foi ver que uma certa parcela da juventude – representada pelos promotores do tumulto em Imperatriz – não tem nenhum respeito por grandes figuras humanas, como os líderes camponeses Manoel da Conceição e Zezinho do Araguaia (Micheas Gomes de Almeida), que estavam presentes no lançamento.
“No momento da invasão, Manoel da Conceição dava um depoimento comovente, falando de sua história de lutas, de paz, de liberdade de expressão. O relato foi abruptamente interrompido pelos ovos e pedras que vieram em nossa direção. Manoel só não foi atingido porque se deitou no chão. Imagine um homem com a sua história, com tudo o que ele já passou, ali deitado no chão. Isso é de deixar qualquer um indignado”, relatou Palmério Dória.
Jornal Pequeno
Oswaldo Viviani
Após os tumultos no lançamento do livro “Honoráveis Bandidos – Um Retrato do Brasil na Era Sarney” em São Luís e Imperatriz, provocados por baderneiros ligados ao ex-secretário de Esportes do governo Roseana Sarney, Roberto Costa, o autor da obra, Palmério Dória, disse na sexta-feira ao Jornal Pequeno que não vai se intimidar e já prepara novos lançamentos do livro em outras cidades maranhenses, como Caxias, Pinheiro e Açailândia. “A ação dos agressores, que invadiram o campus da Uema na quinta-feira para nos intimidar, teve efeito contrário. Agora é que eu vou redobrar esforços para lançar o ‘Honoráveis’ em outras regiões do Maranhão. Não posso recuar, senão aí eles [os agressores] venceriam, conseguiriam seu intento, que é impedir, pela violência, a divulgação de uma obra”, afirmou Palmério ao JP.
Paraense radicado em São Paulo, Palmério Dória, 62 anos, contou que não viveu uma situação como a ocorrida em Imperatriz nem na época da ditadura militar. “Foi muito mais grave do que em São Luís. E não foi pancadaria. Pancadaria pode sugerir algo até pitoresco. Foi agressão mesmo. Agressão séria. É muito triste ver um campus de universidade servindo de palco para intolerância e violência, com a polícia lá dentro, lançando bombas, dando tiros”.
Com segurança pessoal – Palmério ainda permaneceu em Imperatriz na sexta-feira. Por conta de ameaças recebidas por integrantes da organização do lançamento, foi contratado um segurança para acompanhar o autor, o tempo todo, tanto no hotel Shalom, em que ficou hospedado, como em seus deslocamentos pela cidade. “É uma situação absurda. Nunca tive de fazer isso na minha vida”, disse o escritor.
De acordo com Palmério, embora a Polícia Militar tenha evitado que acontecesse algo mais grave em Imperatriz, a ação dos policiais foi “no sentido de proteger os agressores”. O escritor disse que a PM soube de antemão da chegada dos baderneiros em dois ônibus, duas vans e outros dois veículos, mas nada fez até o momento em que eles invadiram o campus e o auditório da Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
“Eles agrediram, usaram de violência e ninguém foi preso.
A polícia só agiu para proteger os agressores, e isso só depois que as pessoas que participavam do lançamento reagiram, expulsando os invasores. No fim, os agressores ainda saíram da cidade escoltados pela PM até a BR-010, para retornarem ‘em segurança’ a São Luís”, contou Palmério.
Para o autor de “Honoráveis Bandidos”, a constatação mais lamentável no episódio foi ver que uma certa parcela da juventude – representada pelos promotores do tumulto em Imperatriz – não tem nenhum respeito por grandes figuras humanas, como os líderes camponeses Manoel da Conceição e Zezinho do Araguaia (Micheas Gomes de Almeida), que estavam presentes no lançamento.
“No momento da invasão, Manoel da Conceição dava um depoimento comovente, falando de sua história de lutas, de paz, de liberdade de expressão. O relato foi abruptamente interrompido pelos ovos e pedras que vieram em nossa direção. Manoel só não foi atingido porque se deitou no chão. Imagine um homem com a sua história, com tudo o que ele já passou, ali deitado no chão. Isso é de deixar qualquer um indignado”, relatou Palmério Dória.
sábado, agosto 14, 2010
Bilhete para Bivar, de Roberto Piva
hoje é o dia que os
anjos descem nas
catacumbas de cimento
sem o aviso das
máquinas de empacotar
sem saltar sobre
caramanchões de poluição
disseminando comportamento
de Lacaio
é o momento do
último homem
e que dura mais
tempo
é o tempo do crime
& sua prova
a caveira que ri
na noite vermelha
a explosão demográfica
& a fome a galope
é o Sol mudo a
Lua paralítica
Drácula janta na
Esquina
E para que ser poeta
em tempos de penúria? Exclama
Hölderlin adoidado
assassinos travestidos em folhagens
hordas de psicopatas
atirados nas praças
enquanto os últimos
poetas
perambulam na noite
acolchoada
sexta-feira, agosto 13, 2010
"Para que servem poetas em tempo de indigência?"
"E para que ser poeta em tempos de penúria", é a citação de Roberto Piva ao grande Hölderlin, base do poema longo que cito na postagem mais abaixo, de Fernando Monteiro, lançado dia 12.
Brot und Wein, Hölderlin, sétima estrofe
Tradução Maria Teresa Dias Furtado, em Elegias, da Assírio e Alvim
Mas nós, amigo, chegamos demasiado tarde. Certo é que os deuses vivem,
Mas acima de nós, lá em cima, noutro mundo.
Aí o seu domínio é infinito e parecem não se importar
Se estamos vivos, tanto nos querem poupar.
Pois nem sempre pode um frágil vaso contê-los,
O homem apenas algum tempo suporta a plenitude divina.
Depois toda a nossa vida é sonhar com eles. Mas os erros,
Tal como o sono, ajudam, e a necessidade e a noite fortalecem,
Até que haja suficientes heróis, criados em berço de bronze,
De coração corajoso, como dantes, semelhantes aos Celestiais.
Depois eles chegam, trovejantes. Entretanto penso por vezes
Que é melhor dormir do que estar assim sem companheiros,
Nem sei perseverar assim, nem que fazer entretanto,
Nem que dizer, pois para que servem poetas em tempo de indigência?
Mas eles são, dizes, como sacerdotes santos do deus do vinho
Que em noite santa vagueavam de terra em terra.
Brot und Wein, Hölderlin, sétima estrofe
Tradução Maria Teresa Dias Furtado, em Elegias, da Assírio e Alvim
Mas nós, amigo, chegamos demasiado tarde. Certo é que os deuses vivem,
Mas acima de nós, lá em cima, noutro mundo.
Aí o seu domínio é infinito e parecem não se importar
Se estamos vivos, tanto nos querem poupar.
Pois nem sempre pode um frágil vaso contê-los,
O homem apenas algum tempo suporta a plenitude divina.
Depois toda a nossa vida é sonhar com eles. Mas os erros,
Tal como o sono, ajudam, e a necessidade e a noite fortalecem,
Até que haja suficientes heróis, criados em berço de bronze,
De coração corajoso, como dantes, semelhantes aos Celestiais.
Depois eles chegam, trovejantes. Entretanto penso por vezes
Que é melhor dormir do que estar assim sem companheiros,
Nem sei perseverar assim, nem que fazer entretanto,
Nem que dizer, pois para que servem poetas em tempo de indigência?
Mas eles são, dizes, como sacerdotes santos do deus do vinho
Que em noite santa vagueavam de terra em terra.
quinta-feira, agosto 12, 2010
Lá como cá
Josefa, 21 anos, a viver com a mãe. Estudante de Engenharia Biomédica, trabalhadora de supermercado em part-time e bombeira voluntária. Acumulava trabalhos e não cargos - e essa pode ser uma primeira explicação para a não conhecermos. Afinal, um jovem daqueles que frequentamos nas revistas de consultório, arranja forma de chamar os holofotes. Se é futebolista, pinta o cabelo de cores impossíveis; se é cantora, mostra o futebolista com quem namora; e se quer ser mesmo importante, é mandatário de juventude. Não entra é na cabeça de uma jovem dispersar-se em ninharias acumuladas: um curso no Porto, caixeirinha em Santa Maria da Feira e bombeira de Verão. Daí não a conhecermos, à Josefa. Chegava-lhe, talvez, que um colega mais experiente dissesse dela: "Ela era das poucas pessoas com que um gajo sabia que podia contar nas piores alturas." Enfim, 15 minutos de fama só se ocorresse um azar... Aconteceu: anteontem, Josefa morreu em Monte Mêda, Gondomar, cercada das chamas dos outros que foi apagar de graça. A morte de uma jovem é sempre uma coisa tão enorme para os seus que, evidentemente, nem trato aqui. Interessa-me, na Josefa, relevar o que ela nos disse: que há miúdos de 21 anos que são estudantes e trabalhadores e bombeiros, sem nós sabermos. Como é possível, nos dias comuns e não de tragédia, não ouvirmos falar das Josefas que são o sal da nossa terra?
quarta-feira, agosto 11, 2010
"E para que ser poeta em tempos de penúria?"
O simpático Substantivo Plural, lá do Rio Grande do Norte, vai publicar amanhã, dia 12 de agosto de 2010, às 14:56 , o poema longo “E PARA QUE SER POETA EM TEMPOS DE PENÚRIA?”, do escritor pernambucano Fernando Monteiro.
O título é um verso retirado de poema de Roberto Piva, que faleceu recentemente. O poema homenageia Piva e ao mesmo tempo reage com vigor à atual cena cultural/literária brasileira.
Também homenageia o editor Massao Ohno.
No sábado, 14, às 15h, o poema será lido durante a Flash Mob, na Bienal do Livro de São Paulo.
Um trecho
A pergunta de Piva – essa fissura –
revela meramente o que ela revela,
pois o cão do derradeiro livro
não produziria um ganido,
ao latir para tímpanos blindados
pela incultura.
É claro que faltavam conforto, vinhos
e rosas,
sendo parcas as rendas do herdeiro
de antigas terras sumidas
com roseirais na bruma.
E poucos os meios (mais do que os fins)
para os longos fins de semana,
o garoto da banca de revistas,
a importada edição dos inéditos
de Pier Paolo Pasolini.
Tudo tão verdadeiro quanto distante
da essência de outras penúrias
entre esquinas de garoas
e galerias de arte em vernissages
cujo rumor de cálices noturnos
chega aos guardadores de carros
como a música do paraíso
de inalcançáveis perdizes.
Para que ser poeta em tempos assim?
O título é um verso retirado de poema de Roberto Piva, que faleceu recentemente. O poema homenageia Piva e ao mesmo tempo reage com vigor à atual cena cultural/literária brasileira.
Também homenageia o editor Massao Ohno.
No sábado, 14, às 15h, o poema será lido durante a Flash Mob, na Bienal do Livro de São Paulo.
Um trecho
A pergunta de Piva – essa fissura –
revela meramente o que ela revela,
pois o cão do derradeiro livro
não produziria um ganido,
ao latir para tímpanos blindados
pela incultura.
É claro que faltavam conforto, vinhos
e rosas,
sendo parcas as rendas do herdeiro
de antigas terras sumidas
com roseirais na bruma.
E poucos os meios (mais do que os fins)
para os longos fins de semana,
o garoto da banca de revistas,
a importada edição dos inéditos
de Pier Paolo Pasolini.
Tudo tão verdadeiro quanto distante
da essência de outras penúrias
entre esquinas de garoas
e galerias de arte em vernissages
cujo rumor de cálices noturnos
chega aos guardadores de carros
como a música do paraíso
de inalcançáveis perdizes.
Para que ser poeta em tempos assim?
terça-feira, agosto 10, 2010
domingo, agosto 08, 2010
A mercantilização do jornalismo cultural
Escrevi sobre esse tema a pedido do professor José Salvador Faro, da PUC e da Metodista.
Pra quem se interessa sobre o assunto, vão os links
http://www.jsfaro.net/2010/08/elizabeth-lorenzotti-ve-o-jornalismo.html
http://linkjsfaro.blogspot.com/2010/08/elizabeth-lorenzotti-industria-cultural.html
Pra quem se interessa sobre o assunto, vão os links
http://www.jsfaro.net/2010/08/elizabeth-lorenzotti-ve-o-jornalismo.html
http://linkjsfaro.blogspot.com/2010/08/elizabeth-lorenzotti-industria-cultural.html
sábado, agosto 07, 2010
Atrás dos olhos das meninas sérias
sexta-feira, agosto 06, 2010
Adoniran
AE - Agência Estado
O centenário de Adoniran Barbosa é comemorado hoje com diversos eventos espalhados pela cidade de São Paulo. Mas as gafes e injustiças envolvendo o compositor nascido em Valinhos, no interior de São Paulo, no dia 6 de agosto de 1910, já deram o ar de sua graça este ano. O sambódromo paulistano, no Anhembi, leva o nome de Adoniran, mas, no desfile carnavalesco, em fevereiro, nenhuma das 14 escolas do grupo especial rendeu homenagens ao maior sambista de sua terra.
Em entrevista em fevereiro, o jornalista e historiador Celso de Campos Jr., biógrafo de Adoniran, e Maria Helena Barbosa, filha do compositor, falaram da falta de patrocínio e incentivo para criar o museu Casa Adoniran Barbosa. Seis meses depois, a situação felizmente começa a evoluir. O material relativo ao compositor - como documentos pessoais, a famosa aliança feita com a corda do cavaquinho, de "Prova de Carinho", de fotografias, discos, partituras, roteiros raros de programas de rádio -, recuperado do Museu da Imagem e do Som (MIS), no fim de 2009, recebeu pela primeira vez tratamento de preservação feito por profissionais.
"Não adiantava apresentar o projeto de uma Casa Adoniran sem esse cuidado. Profissionais da Associação dos Arquivistas de São Paulo fizeram um trabalho que durou cerca de cinco meses, catalogando, organizando, separando por suportes adequados e acondicionando de forma correta todo o material. É uma espécie de inventário do que tem no acervo, um primeiro passo para a criação do museu", explica Campos Jr.
A curadoria do acervo não poderia estar em melhores mãos, ficando sob os cuidados do próprio Celso Campos Jr., que relançou este ano "Adoniran, Uma Biografia", trabalho mais completo já feito sobre vida e obra do sambista. O autor participa de um dos eventos mais interessantes em relação ao centenário daquele que por meio de seus sambas se tornou um dos maiores cronistas dos tipos, personagens e costumes da Pauliceia. Amanhã, na Feira de Artes da Praça Benedito Calixto, em Pinheiros, o jornalista e historiador participa do Autor na Praça, autografando a biografia no encontro que contará também com Sérgio Rubinato, sobrinho que entoará alguns dos clássicos do tio Adoniran. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
quinta-feira, agosto 05, 2010
Índio Juruna
Fotos Pedro Martinelli
Peguei do blog do Pedrão Martinelli, ser humano que fotografa e resgata historias com sensibilidade ímpar. Esse lugar me parece a ex-redação da sucursal de O Globo aqui. Mas o figura aí em cima ainda nao tinha relógio de pulso, nem essa camiseta chique quando pintou na redação da rádio Tupi, no século passado, falando o que não dava pra entender metade e fazendo denúncia.(Foi o primeiro lugar onde chegou, daí pra frente , mídia a todo o vapor.)
Espichou o olho no gravador, pediu, nao pude dar. Ficou famoso por gravar as promessas de políticos, antes de se tornar um. Nao tinha onde ficar, arrumamos pousada, fiquei com medo de entrar com um índio onde morava, no apê da Vila Buarque.
País doido esse.
Peguei do blog do Pedrão Martinelli, ser humano que fotografa e resgata historias com sensibilidade ímpar. Esse lugar me parece a ex-redação da sucursal de O Globo aqui. Mas o figura aí em cima ainda nao tinha relógio de pulso, nem essa camiseta chique quando pintou na redação da rádio Tupi, no século passado, falando o que não dava pra entender metade e fazendo denúncia.(Foi o primeiro lugar onde chegou, daí pra frente , mídia a todo o vapor.)
Espichou o olho no gravador, pediu, nao pude dar. Ficou famoso por gravar as promessas de políticos, antes de se tornar um. Nao tinha onde ficar, arrumamos pousada, fiquei com medo de entrar com um índio onde morava, no apê da Vila Buarque.
País doido esse.
terça-feira, agosto 03, 2010
Perturbar sossego é contravenção penal
O site www.reclamando.com.br, criado por Jorge do Espirito Santo Ribeiro, promotor aposentado, é um instrumento de esclarecimento e orientação para os consumidores lesados do Brasil.
Por exemplo, eu não sabia desta informação, que o dr. Jorge me passou a respeito do absurdo ruído a qualquer hora do dia e mesmo muitas vezes à noite, gerado pela Construtora Exto, em uma obra na Pompéia. Isso vale para todos os casos de barulho excessivo e continuado.
Perturbar o sossego e trabalhos alheios é uma contravenção penal. É caso de
Polícia. Portanto, os moradores prejudicados devem procurar a Delegacia de
Polícia e pedir para o Delegado lavrar um TERMO CIRCUNSTANCIADO contra o
responsável legal pelos estabelecimentos infratores. Esse Termo será
encaminhado ao Promotor de Justiça que atua junto aos Juizados Especiais
Criminais. Ao lavrar o Termo o Delegado deve informar à vítima o dia, hora e
local da audiência nos Juizados Especiais Criminais. Se porventura, o
Delegado não tomar essa providência e limitar-se a registrar apenas um BO
(Boletim de Ocorrência) a vítima deve ir reclamar diretamente ao Promotor de
Justiça dos referidos Juizados Especiais Cíveis e na Promotoria do Meio
Ambiente.A perturbação do sossego não ocorre somente após as vinte e duas
horas, como muita gente pensa. Ela pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da
noite.
A Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, estabelece em seu art. 3º, III, que se entende
por poluição "a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente(...)
( está truncado, mas eu imagino que seja atividades que direta ou indiretamente agridam o ambiente)
Os moradores prejudicados devem se reunir e fazer uma manifestação defronte
da construção para chamar a atenção das autoridades. Convidem as emissoras
de TV e Rádios para fazer a cobertura do protesto. Cobrem solução dos
Vereadores. Organizem-se! Protestem! Façam valer os seus direitos! Chega de
serem bonzinhos. Neste País sem autoridade o povo deve agir, desde que
dentro da lei sem provocar prejuízos ou praticar violência contra pessoas ou
patrimônio. BOTEM A BOCA NO TROMBONE!
Por exemplo, eu não sabia desta informação, que o dr. Jorge me passou a respeito do absurdo ruído a qualquer hora do dia e mesmo muitas vezes à noite, gerado pela Construtora Exto, em uma obra na Pompéia. Isso vale para todos os casos de barulho excessivo e continuado.
Perturbar o sossego e trabalhos alheios é uma contravenção penal. É caso de
Polícia. Portanto, os moradores prejudicados devem procurar a Delegacia de
Polícia e pedir para o Delegado lavrar um TERMO CIRCUNSTANCIADO contra o
responsável legal pelos estabelecimentos infratores. Esse Termo será
encaminhado ao Promotor de Justiça que atua junto aos Juizados Especiais
Criminais. Ao lavrar o Termo o Delegado deve informar à vítima o dia, hora e
local da audiência nos Juizados Especiais Criminais. Se porventura, o
Delegado não tomar essa providência e limitar-se a registrar apenas um BO
(Boletim de Ocorrência) a vítima deve ir reclamar diretamente ao Promotor de
Justiça dos referidos Juizados Especiais Cíveis e na Promotoria do Meio
Ambiente.A perturbação do sossego não ocorre somente após as vinte e duas
horas, como muita gente pensa. Ela pode ocorrer a qualquer hora do dia ou da
noite.
A Lei Federal nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, que dispõe sobre a Política
Nacional do Meio Ambiente, estabelece em seu art. 3º, III, que se entende
por poluição "a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente(...)
( está truncado, mas eu imagino que seja atividades que direta ou indiretamente agridam o ambiente)
Os moradores prejudicados devem se reunir e fazer uma manifestação defronte
da construção para chamar a atenção das autoridades. Convidem as emissoras
de TV e Rádios para fazer a cobertura do protesto. Cobrem solução dos
Vereadores. Organizem-se! Protestem! Façam valer os seus direitos! Chega de
serem bonzinhos. Neste País sem autoridade o povo deve agir, desde que
dentro da lei sem provocar prejuízos ou praticar violência contra pessoas ou
patrimônio. BOTEM A BOCA NO TROMBONE!