quarta-feira, outubro 20, 2010

Dois poemas de Roberto Piva

Objeto de minha pesquisa, o poeta roça na minha pele o tempo todo. Ontem houve um tributo a Piva no Centro Cultural São Paulo, com leituras pelos poetas Celso de Alencar e Luiz Roberto Guedes e a atriz Lizette Negreiros. Coisa fina.
Reunir gente para ouvir poesia, na metrópole-necrópole ( como dizia Piva) até que a torna mais civilizada.


À deriva no rio da existência

Abandonar tudo. conhecer praias. amores novos.
poesia em cascatas floridas com aranhas
azuladas nas samambaias.todo trabalhador é escravo. toda autoridade
é cômica. fazer da anarquia um
método & modo de vida. estradas.
bocas perfumadas. cervejas tomadas
nos acampamentos. Sonhar Alto.


Mestre Murilo Mendes

tua poesia são os sapatos de abóboras que eu calço
nestes dias de verão.
negócio de bruxas ,
o sol caía na marmita do
adolescente da lavanderia.
você veria isto com seu olhar silvestre.

um murro bem dado no vitral
que eu mais adoro.

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