quarta-feira, março 25, 2009

Cuidado com as trevas, ou

a verdadeira história da greve dos jornalistas de 1979:

primeira chamada




Beware of darkness, a belíssima canção imortalizada por George Harrison no Concerto por Bangladesh, em 1971, me ocorre, a propósito da eleição do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e de outras coisas.

"Cuidado com os líderes gananciosos
Eles levarão vocês onde vocês não deveriam ir
Eles só querem crescer"

Este blog voltará ao assunto muitas vezes, a partir de agora.

Acabo de saber que uma vergonhosa edição especial do jornal Unidade, daquela entidade, sobre os 30 anos da greve de 1979, não cumpriu o preceito básico do jornalismo que é ouvir os dois lados. Ouviu praticamente um, e os donos de jornais e seus representantes.

Não entrevistou o então presidente Davi de Moraes, tampouco sua diretoria.
Aliás, Davi foi entrevistado, mas nada foi publicado.

Um dos mais dignos e corretos homens e jornalistas que já conheci - e esses dias tenho me encontrado com outros companheiros que lembraram, por coincidência, a importância de sua participação naqueles idos e duros anos de reerguimento do movimento sindical brasileiro e de redemocratização do país -- foi relegado ao esquecimento por aqueles que tentam apagar a História e reescrevê-la ao seu gosto.

"A verdade emerge", me lembrou dia desses o jornalista Paulo Nogueira -- citando o então editor do Washington Post na época do escândalo de Watergate --, sobre outro episódio mal contado, a noite da morte de Wladimir Herzog e o que aconteceu naquele Sindicato. Tema, aliás, que também será abordado aqui, em breve.

Não se pode enganar a todos o tempo todo.

Trinta anos já é o tempo necessário para o distanciamento histórico e para que a falta de vergonha seja exposta publicamente.

Este blog publicará, em maio, depoimentos que contarão a verdadeira história da greve dos jornalistas de 1979.

Enquanto isso ouçam, meditem e leiam George Harrison, aqui com Leon Russel

Atualizada em 26 de março, com a tradução da letra




Watch out now,
Take care beware of falling swingers
Dropping all around you,
The pain that often mingles in your fingertips
Beware of darkness

Watch out now,
Take care beware the thoughts that linger
Winding up inside your head
The hopelessness around you
In the dead of night
Beware of sadness

It can hit you, it can hurt you -
Make you sore and what is more,
That is not what you are here for

Watch out now, take care,
Beware of soft shoe shufflers
Dancing down the sidewalks,
As each unconscious sufferer
Wanders aimlessly,
Beware of MAYA

Watch out now, take care,
Beware of greedy leaders
They’ll take you where you should not go,
While Weeping Atlas Cedars
They just want to grow
Beware of darkness


Cuidado com a escuridão
Tradução do jornalista, escritor, poeta, roqueiro e meu amigo Ronaldo Antonelli


Atenção agora!

Toma cautela com os volúveis que caem

Pingando em volta de ti,

A dor que em geral se mistura à ponta de teus dedos,

Cuidado com a escuridão!

Atenção agora!

Toma cautela com os pensamentos que persistem

Retorcendo-se por dentro da cabeça,

O desespero que te cerca no fim da noite.

Cuidado com a tristeza!

Ela pode te atingir, pode te ferir,

Te deixando dolorido e, o que é pior,

Não é para isso que estás aqui...

Atenção agora!

Toma cautela com os trapaceiros que pisam macio,

Dançando pelas calçadas.

Como cada um dos sofredores inconscientes que perambulam sem destino,

Cuidado com Maya!

Atenção agora!

Toma cautela com os líderes gananciosos

Que te levam aonde não deves ir,

Como os ramos dos chorões nos jardins

Eles só querem continuar crescendo,

Cuidado com a escuridão!





6 comentários:

  1. Anônimo12:35 PM

    se a atual diretoria dos jornalistas, além de ouvir quem deixou de ouvir, ouvisse a maior liderança dos trabalhadores na época - não por acaso hoje presidente da república - sobre a atuação de David de Moraes, ficariam com a cara no chão. Isto é, se tivessem vergonha na cara...

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  2. Anônimo12:43 PM

    mais uma coisa: eu fui uma dessas pessoas que - nada é por coindicência, como você mesmo fala, Beth - te falou, na semana passada, do Davi. E lembrando o que eu te contava, sobre a tentativa de alguns sindicalistas bancários de apagar a história para reescreve-la do jeito que eles querem, repito: a história não aceita borracha. Ou, como te disse de outra maneira o querido PT, o Paulo Nogueira, "a verdade emerge". bjo.

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  3. A verdade dói. Será que tira votos tb?

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  4. Tita, é uma grande frase essa: a História não aceita borracha, por mais que tentem. Edu, espero que sim.
    Ainda não vi a edição do Unidade, não sou sócia daquilo há anos, desliguei-me oficialmente, com carta assinada. Mas um amigo ficou de me mandar. E pelo que ele diz, a coisa é bem pior do que publiquei acima. Voltarei.

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  5. And now the end is near
    So I face the final curtain
    My friend, I'll say it clear
    I'll state my case of which I'm certain

    I've lived a life that's full
    I've travelled each and every highway
    And more, much more than this
    I did it my way

    Regrets, I've had a few
    But then again, too few to mention
    I did what I had to do
    And saw it through without exemption


    I planned each charted course
    Each careful step along the byway
    Oh, and more, much more than this
    I did it my way

    Yes, there were times, I'm sure you know
    When I bit off more than I could chew
    But through it all when there was doubt
    I ate it up and spit it out
    I faced it all and I stood tall
    And did it my way

    I've loved, I've laughed and cried
    I've had my fails, my share of losing
    And now as tears subside
    I find it all so amusing
    To think I did all that
    And may I say, not in a shy way
    Oh, no, no, not me
    I did it my way

    For what is a man, what has he got
    If not himself, then he has not
    To say the words he truly feels
    And not the words of the one who kneels
    The record shows I took the blows
    And did it my way
    The record shows I took the blows
    And did it my way

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  6. Vc sabia que MY WAY é uma versão para inglês que nada tem a ver com a original, em francês?

    Comme d'habitude

    Je me lève
    Et je te bouscule
    Tu n'te réveilles pas
    Comme d'habitude

    Sur toi
    Je remonte le drap
    J'ai peur que tu aies froid
    Comme d'habitude

    Ma main
    Caresse tes cheveux
    Presque malgré moi
    Comme d'habitude

    Mais toi
    Tu me tournes le dos
    Comme d'habitude

    Alors
    Je m'habille très vite
    Je sors de la chambre
    Comme d'habitude

    Tout seul
    Je bois mon café
    Je suis en retard
    Comme d'habitude

    Sans bruit
    Je quitte la maison
    Tout est gris dehors
    Comme d'habitude

    J'ai froid
    Je relève mon col
    Comme d'habitude

    Comme d'habitude
    Toute la journée
    Je vais jouer
    A faire semblant
    Comme d'habitude
    Je vais sourire
    Comme d'habitude
    Je vais même rire
    Comme d'habitude
    Enfin je vais vivre
    Comme d'habitude

    Et puis
    Le jour s'en ira
    Moi je reviendrai
    Comme d'habitude

    Toi
    Tu seras sortie
    Pas encore rentrée
    Comme d'habitude

    Tout seul
    J'irai me coucher
    Dans ce grand lit froid
    Comme d'habitude

    Mes larmes
    Je les cacherai
    Comme d'habitude

    Mais comme d'habitude
    Même la nuit
    Je vais jouer
    A faire semblant
    Comme d'habitude
    Tu rentreras
    Comme d'habitude
    Je t'attendrai
    Comme d'habitude
    Tu me souriras
    Comme d'habitude

    Comme d'habitude
    Tu te déshabilleras
    Oui comme d'habitude
    Tu te coucheras
    Oui comme d'habitude
    On s'embrassera
    Comme d'habitude

    Comme d'habitude
    On fera semblant
    Comme d'habitude
    On fera l'amour
    Oui comme d'habitude
    On fera semblant
    Comme d'habitude

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