quinta-feira, setembro 11, 2008

Bolívia, 11 de setembro








Santiago do Chile, março de 1973

Foto Elizabeth Lorenzotti


















Reuters/Terra Magazine -Bolivia, 11 de setembro de 2008


Em março de 1973, em Santiago do Chile, que enfrentava prolongada greve de caminhoneiros e e intervenções dos EUA nos bastidores contra o governo socialista de Salvador Allende, manifestações de rua tentavam defender o governo eleito contra as tramas do golpe.

Em 11 de setembro de 1973, o bombardeio de La Moneda, a morte de Allende , as prisões e assassinatos iniciavam o periodo de trevas regido pelo general Pinochet, que hoje o mundo todo sabe quem foi e o que fez .

No mesmo dia,35 anos depois, a Bolivia estuda decretar estado de sítio contra uma série de atentados terroristas e parece que, mais uma vez, a Historia se repete. Tomara que não.
Sabotagem de gasodutos, invasão de prédios públicos, conflitos nas ruas.

O Cônsul-geral da Bolívia em Mato Grosso - estado que faz fronteira com o departamento de Santa Cruz de La Sierra, Victor Cuba faou ao Terra Magazine que há setores descontentes com a vitória do presidente Evo Morales nas urnas, que "financiam" os protestos contra a nova proposta de Constituição:

- Há interesses. A nova Constituição não muda muitas coisas, mas toda em um problema básico: a questão das terras. E não é o pobre que tem a terra na Bolívia - afirma."

Hoje, o Terra Magazine, em matéria de Diego Salmen, entrevista o deputado Florisvaldo Fier, o Dr. Rosinha, presidente do Parlamento do Mercosul. Que compara:

"Naquela ocasião foi financiada pelos Estados Unidos, e agora novamente os Estados Unidos estão por trás de todo esse processo - acusa Rosinha, que também é deputado na Câmara federal pelo PT paranense."

"O presidente do Parlasul levanta, em entrevista a Terra Magazine, a possibilidade de o governo dos Estados Unidos ter "um dedo" no conflito boliviano. Ele propõe que o Grupo de Amigos da Bolívia (Brasil, Colômbia e Argentina) se reúna para discutir a crise no país.

Rosinha também critica a elite boliviana, que segundo ele mantém vínculos com as ditaduras militares que já governaram o país.

- Para você ter uma idéia: 50 anos atrás, essa maioria (indígena) era proibida de entrar na praça Murillo, que é a praça em frente ao palácio do governo. Quer dizer, imagina que elite é essa."

Ouvi de um amigo uma vez o relato de entrevista com uma miss boliviana, loira tinta, que comentava com o repórter :

"Nem todos os habitantes da Bolívia são índios, como você está vendo".






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