quinta-feira, fevereiro 23, 2012

Cinema americano

Tão homem tão bruto tão coca-cola nego tão rock n'roll Tão bomba atômica tão amedrontado tão burro tão desesperado Tão jeans tão centro tão cabeceira tão Deus Tão raiva tão guerra tanto comando e adeus Tão indústria tão nosso tão falso tão Papai Noel Tão Oscar tão triste tão chato tão homem Nobel Tão hot dog tão câncer social tão narciso Tão quadrado tão fundamental Tão bom tão lindo tão livre tão Nova York Tão grana tão macho tão western tão Ibope Racistas paternalistas acionistas Prefiro os nossos sambistas A ponte de safena Hollywood e o sucesso O cinema a Casa Branca a frigideira e o sucesso A Barra da Tijuca Hollywood e o sucesso Prefiro os nossos sambistas Prefiro o poeta pálido anti-homem que ri e que chora Que lê Rimbaud, Verlaine, que é frágil e que te adora Que entende o triunfo da poesia sobre o futebol Mas que joga sua pelada todo domingo debaixo do sol Prefere ao invés de Slayer ouvir Caetano ouvir Mano Chao Não que Slayer não seja legal e visceral A expressão do desespero do macho americano é normal Esse medo da face fêmea dita por Cristo é natural É preciso mais que um soco pra se fazer um som um homem um filme É preciso seu amor seu feminino seu suíngue Pra ser bom de cama é preciso muito mais do que um pau grande É preciso ser macho ser fêmea ser elegante Prefiro os nossos sambistas

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