Poemas não são para serem publicados
Renata Pallotini
“Poemas custam caro
Não fazem o mesmo
efeito de um choque
De um baseado
Poemas não servem para trepar, nem nada”
A terra é azul como uma laranja, diz um
E outro, que o leitor é hipócrita, semelhante, irmão
Ainda alguém fala do universo num cabeleira, e que devemos embriagar-nos
De vinho, poesia, ou virtude --a escolher
Ela, a delicada, manda uma carta ao mundo
Enquanto outra, aos pés do leitor, também escreve cartas
Lori Lamb escandaliza o mercado, alinhavando poemas pretensamente pornôs
A mineira diz que não carrega a maldição de homem: é desdobrável
(Peixes solúveis no Jardim da Luz?)
(Café com pão, café com pão)
Poetas perversos, sem gênero, poetas.
E o da rua dos Douradores, onde a Vida e a Arte são vizinhas de porta?
Aqueloutro da metafísica dos chocolates ?
"Tudo me pertence porque eu sou pobre", vem este pela estrada
(e tantos mais)
Homens e mulheres com e sem caráter como quaisquer
Se tivessem de prestar contas a Osires ( eu sei, eu sei)
o coração deles todos estaria tão leve quanto uma pluma
na balança do juízo final
e seriam benvindos na terceira margem
Itaipu, 16/9/2011
O não-servir faz o inestimável.
ResponderExcluirDe acordo com Lao Tse:
"Porque não favorece a nenhuma coisa finita
Infinita é".
obrigada Liu
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