No Facebook, Alberto Marsicano fez um post demais. O músico que toca cítara, discípulo de Ravi Shankar e Krishna Chakravarty, na Banaras Hindu University(bhu), lembrou Stravinki:
A música estabelece a relaçao entre o homem e tempo
( Igor Stravinski)
"Mas" , diz Marsicano, "a experimentação do silêncio foi inaugurada na música ocidental por Satie em seus acordes da Gymnopedie pontuados pelo silêncio. Cage radicalizou compondo a peça onde o silêncio é protagonista.Nao há pausa no barroco, nas igrejas nao tem espaço vazio, e Bach é um motor blessed. Mas na pintura oriental, manchas de nanquim flutuam entre espaços brancos.Na música indiana, o silencio é afinado ( eles inventaram o 0)".
Uma vez li um artista plástico oriental falando sobre a nossa arte: "vocês pintam o cheio, nós o Vazio."
Sintam a experiência do silêncio. No Youtube há 4'33" de várias formas, e também no ukelelê...
Ah, o silêncio, nunca o ouvimos, é uma civilização do ruído exterior e interior.
Silêncio a gente até teme.
Enquanto isso, nas ruas, última moda é carro caro, de ventanas abertas, espalhando pra quem nao quer nem merece ouvir, os ruídos tenebrosos de seu som.
terça-feira, outubro 26, 2010
O gênio da multidão
Trecho do documentário Born into this, de John Dullaghan , sobre a vida de Charles Bukowski, o Hank.Impressionante este homem, que responde "O amor é um cão dos infernos", ao entrevistador que afirma que, em seus livros, amor é sinonimo de sexo.Diz que ele nao entendeu nada. Este é o titulo de um de seus livros de poemas.
Impressionante sua primeira mulher, ao lado da filha, impressionantes lembranças.
Hank lembra das chibatadas do pai, desde os 6 anos de idade. Fotos de Hank com mulheres que o amaram e não o amaram. E uma "pesquisa" que fez para o livro Mulheres. Ficou famoso em vida, apareceram muitas mulheres. Na infância e juventude, tinha o rosto marcado por uma terrível acne.
Mulheres à beira do seu leito de morte, conta uma delas, parece que o amou muito.
Publicado pela L&PM desde 1979, tem milhares de leitores em todo o Brasil, diz o editor Ivan Pinheiro Machado. As novas gerações devoram os livros de Bukowski com a mesma avidez que aqueles que hoje são cinquentões consumiam na década de 70.
Neste poema, um retrato do ser mediano.Sempre atual.
Cuidado com o homem mediano, com a mulher mediana
(...)
Incapazes de criar arte
eles não entenderão arte