FW - Num dos últimos poemas do Paranóia, você diz: "eu quero a destruição de tudo o que é frágil"...
RP - Mas sabemos que não é nada frágil aquilo cuja destruição eu desejo. A poesia é que é frágil, é uma forma de abrir brechas na realidade; como o Baudelaire, o Artaud, o Gottfried Benn e o Georg Trakl abriram. Mas não impediram Auschwitz. O poeta não existe para impedir essas coisas. O poeta existe para impedir que as pessoas parem de sonhar. --- Do jornalista e escritor Ronaldo Antonelli O poeta existe para que algo não precise responder a pergunta "para quê?".
Reproduzo aqui o texto do ator e dramagurgo Mario Bortolotto sobre a morte de Piva, um de nossos maiores poetas, ontem em São Paulo. E que, por viver em um país que nunca respeitou nem grandes poetas, nem idosos--em geral gente sem recursos, que nunca viveu em função de lucro-- sofreu um verdadeiro calvário em busca de internação, até ser acolhido no Incor, via alguns médicos que se comoveram. Ao menos teve , quero crer, uma morte digna e sem dor, estava em coma induzido há algum tempo. Viva Piva Forever!
O Texto de Bortolotto Eu não conheci Roberto Piva. Mas eu vi Roberto Piva. Várias vezes. Lendo seus poemas nos mais variados lugares. Adentrando os eventos culturais cercado por seus "pivetes" (como eram conhecidos os garotos que andavam com ele e com os quais ele dividia suas iluminações). Piva era amigo de amigos meus (Bivar, Pinduca) e teve uma noite que eu fui até à Funarte com minha velha câmera VHS e registrei um bate-papo entre ele e o grande poeta Cláudio Willer. Quando morava em Londrina, já lia Roberto Piva. Eu já o considerava o maior poeta vivo do Brasil e ele tinha aquela aura de mito marginal, do cara que não se rende e que vai até as últimas consequencias em nome de sua arte, no caso, sua poesia, do cara que dizia "só acredito em poeta experimental com vida experimental". Nos últimos anos, Piva vinha definhando por conta de sua doença que era degenerativa. Nós, do lado de cá, ficavamos torcendo por sua recuperação, mas na verdade ninguém tinha muita esperança. Meses atrás, lá no Barco, organizaram uma leitura de poemas pra ajudar a pagar o tratamento dele no hospital. Dei minha pequena contribuição lendo um poema dele acompanhado pela gaita do meu amigo Flavinho Vajman ( http://www.youtube.com/watch?v=TRQYXoBl0M0 ) E esse é o mesmo poema que li anos atrás em Londrina no programa "Estação Blues" da Rádio Universidade FM. E aqui o próprio lendo o poema "A Piedade": http://www.youtube.com/watch?v=P2Lhaedkh48 Enquanto estou terminando de postar esse texto, Piva deve estar sendo cremado no Cemitério de Vila Alpina (o mesmo em que cremaram recentemente o meu amigo Marcos Cesana). E ele já deve estar nesse momento atazanando a vida (ou seria pós-vida?) de uma porrada de anjos em algum boteco bacana lá no céu. Acompanhado é claro de sujeitos de boa procedência poética como Vinícius de Moraes, Wally Salomão e Itamar Assumpção. Vá em paz, excepcional (não encontro uma expressão mais adequada) Poeta.
Os drinks desfilam diante dos amigos embriagados no tapete Saratoga Springs Kummel Coquetel minhas almas estão sendo enforcadas com intestinos de esqueletos meus livros flutuam horrivelmente no parapeito meu melhor amigo brinca de profeta no meu cérebro oito mil vagalumes balbuciam e morrem (Roberto Piva)
--
Música de Serrat sobre texto que mistura de versos de Machado y de Serrat.
Jornalista e escritora, autora de Suplemento Literário-Que falta ele faz! : Tinhorão, o Legendário; As Dez Mil Coisas (poesia) e do e-book Jornalismo Século XXI- O modelo #mídia NINJA
VIVA BABEL
Notícias de Babel.
O título homenageia Xose Velo Mosquera, Pepe Velo, professor, poeta, revolucionário galego, que criou o lema e viveu por ele.
Sonhos de Leonardo
CRUEL
Sérgio Sampaio
Tudo cruel, tudo sistema Torre Babel, falso dilema É uma dor que não
esconde o seu papel São Carlos, morro, Borel Eu subo e nunca estou no céu
Torres
Orides Fontela
Construir torres abstratas
porém a luta é real. Sobre a luta
Nossa visão se constrói. O real
Nos doerá para sempre
CONTADOR DE ACESSOS - 06/03/2009
Páginas que revelam uma época . Autora discute legado do Suplemento Literário,
editado nos anos 50 e 60 (clique na imagem para ler)
Uma análise da relação entre imprensa e cultura. No prefácio do livro, Antonio Candido relembra
o contexto em que surgiu o Suplemento (clique na imagem)
Alices by @mr.babies
-
*Collage as Dreamlike Disruption*
Collage captures the surreal, fragmenting reality into dreamlike visions
that defy linear interpretation. In *Alice ...
Novo blog funcionando: tudo muda
-
...muda devagarinho, mas quando a gente vê, já está na casa nova:
http://www.soniahirsch.com.br .
Blog novo, dividido por temas, reproduz e atualiza a m...
DESPUÉS DE LA HUELGA MAGISTERIAL: ¿QUÉ?
-
Sigfredo Chiroque Chunga De junio a agosto del presente año, alrededor de
un 92% de los docentes del país han participado de manera directa o
indirecta en ...
Le corbillard d'Achab le Prophète.
-
Prémonition de mort civile.
Le monde moderne est une immense machine à détruire les signes.
Le voyant ne peut pas plus y vivre que le grand corps du no...
PANORAMA
-
Bilhete postal triplo, circulado em 1913.
Clique nas imagens do Memória de Poços de Caldas para ampliá-las.
*"Povo que não conhece sua história está condena...
Qual é a regra dos 4 porquês?
-
[image: Qual é a regra dos 4 porquês?]
Você já se perguntou qual é a regra dos 4 porquês? Essa técnica japonesa de
investigação de causas pode ajudar a d...