Excertos da obra Tide Hellmeister, Design Gráfico, que apresentava a expo Obras Públicas, no Sesc Pompeia, em 1994, que tive o prazer de editar e foi quando conheci o Tide e fiquei sua amiga para sempre.
Uma entrevista com Massao Ohno, sob o título 1964/1994: Resgatar os olhos de descoberta.
E um texto escrito por Massao para o Tide, Devaneio ao Crepúsculo.
A matéria longa abria assim:
"Quem ouve Massao Ohno falar sobre o panorama do país nos últimos 30 anos escuta uma inconfundível voz da década de 60, que precisa ser urgentemente resgatada no que ofereceu de melhor à História:a generosidade, a ética, a integridade.
Esta voz pode ser reconhecida em qualquer parte do mundo, e sempre dirá que o que acontece no Casaquistão lhe interessa tanto quanto o que se passa no Negromonte ou nas barrancas do Rio São Francisco.
Desta voz se ouvirão sempre histórias de amor pela arte em geral, pelo livre debate de ideias, pelas experiências de vanguarda em todas as áreas. Pois trata-se de uma voz apaixonada.
Ela te dirá que nada foi em vão. Todos os desvarios, todo o desbunde, toas as derrotas, todas as conquistas, toda a coragem, todo o medo.
Porque experiemtnou de coração abeerto o dizer de um de seus poetas mais caros: tudo vale a pena se a alma não é pequena.
E se a voz for de um fazedor de livros brasileiro; um visionário desobridor de talentos literários, plásticos, gráficos (com quem, diga-se, o Tide trabalhou no começo da carreira e a quem muito quer bem); que atravessou estas três décadas contribuindo para aumentar a beleza de sua aldeia, essa voz te dirá tudo isso e ainda mais: que este país amado pode se reconstruir, se cada um de nós tiver consciência do seu valor, do seu trabalho, de sua função social.
Principalmente os artistas, eles devem manter essa consciência acesa; que estamos à beira do maior caos, mas também da maior maravilha: que o novo milênio será florescente para a sensiblidade do homem e, portanto, para as artes.
Evoé!"
Massa Ohno disse, sobre essa travessia 1964/1994:
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"Tudo era descoberta.Havia olhos de descoberta. As pessoas se interssavam muito, coisa que foi substituída hoje por olhos de descaso, mde indiferença, d eindividualismo. As pessoas estão mais preocupadas em compra rum carro zero do que eme ler Neruda, lorca, seja lá o que for. Eu acho que a pessoa pode ter os seus devaneiso de consumo, ams não pode esquecer a outra parte, porque senão embrutece. E uma pessoa embrutecida e uma pessoa anulada, para mim são a mesma coisa.
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E concluiu, incrivelmente:
"Creio que tudo aponta, inclusive no Brasil, para um ressurgimento natural das artes, da sensibilidade brasileria. Creio que teremos um início de milênio bastante florescente. Difícil foi conservar a própria integridade física e de cabeça até agora. Essa travessia foi terrível".
Elizabeth: cheguei no Brasil em 79 e por adotar a filosofia "jamais dê margem a ter o rabo preso" ao passar pela Livraria Kairós (aquela linda na Paulista junto ao Riviera e ao Belas Artes) vi um papel:" Preciso vendedores que gostem de ler".. Lá fui eu ...e adorei os dois anos que lá estive. De cara , o filho do Caetano , artista plástico, me apresentou as capas dos livros da Editora do Mssao Ohno....daí pras poesias foi só ir folheando....Os clientes entravam e eu sugeria: Se é pra presente estas poesias ..." Lá conheci o Piva e todos os outros que não saiam de lá ...Estamos indo ...um abraço pra todos que tiveram o privilégio de conhecer Massao Ohno.
ResponderExcluirCeleste Marcondes