Paraisópolis, zona sul de São Paulo, a segunda maior favela da cidade com cerca de 80 mil habitantes, ocupando área de aproximadamente 10 km².
Estive hoje na PUC dando uma palestra na disciplina Jornalismo e Literatura, para alunos de graduação do terceiro ano, da turma do meu amigo e companheiro de sofrimento na redação da Folha, século passado, Wladyr Nader, jornalista e escritor, criador da já histórica revista Escrita. Falei para eles sobre o Suplemento Literário do Estadão, meu livro e minha dissertação de mestrado, contando a história do paradigmático caderno cultural criado em 1956 por Antonio Candido.
Falei sobre o jornalismo atual e sua falta de rumos, o que acontece também, claro, com seus suplementos culturais. Levei o novo caderno, o Sabático, lançado no último sábado pelo Estadão em substituição ao Cultura, sucessor do SL. Ninguém conhecia, eles lêem a Folha.
As maiores diferenças nesse projeto estão na parte gráfica. Embora a parte cultural do Estadão seja bem melhor que a da Folha, na minha opinião, não vi nada de novo no Sabático nesse aspecto. Tem uma boa entrevista com Umberto Eco, sobre o fim do livro ou não. Trará sempre a reprodução de um artigo do velho Suplemento Literário, a melhor parte esta.
Mas os ícones, que têm maior presença no Sabático - embora espalhados pelo jornal todo- como este
}
chave de equação algébrica, que me lembre, não têm explicação e sempre estão colocados como chave de fechar. Não abrem. Projeto de artistas gráficos de um escritório de Barcelona, terra das artes.
Tide Hellmeister, grande artista gráfico e plástico, grande elaborador de belos projetos gráficos de tantos jornais e revistas, deve estar rindo lá do Além, mais uma vez.Quantos artistas talentosos e criativos temos aqui -o maior deles era o Tide, qualidade reconhecida por seus pares-e sempre teimam em contratar os de fora.
Já sobre a Folha, que também fez sua reforma gráfica, nao posso comentar, pois ainda não li.Aliás, não leio a Folha, só na diagonal online.
Entretanto, sabemos, ao longo dos anos, que essas reformas são paliativas, não é possível encontrar uma forma ideal sem conteúdo ideal, indossoluvelmente ligados. E conteúdo bom não é mais o informativo- está na internet a notícia do dia, está no rádio e na TV, está nos celulares-
mas o analítico e reflexivo. E sem manipulações, respeitando o leitor.
O Estadão ainda continua mais confiável em se tratanto de apuração de notícias- tanto que uma hora depois que a Folha online noticiou erradamente a trágica morte de seu próprio funcionário, o Glauco , por assalto, o concorrente on line desvendou a verdade.
"Saiam de trás de seus notebooks", disse Gay Talese entrevistado no Brasil ano passado, aos jornalistas.
Foi o que repeti aos alunos da PUC, e também disse que só nós podemos mudar as coisas. Nada é imutável, e só a ação do homem pode transformar.
Sempre que falo isso, vários olhos me interrogam, surpresos. Quando cheguei, recebi este email de um dos alunos, de cerca de 20 anos:
"Elizabeth, meu nome é Gustavo Antonio Ceratti Silva, falei com você hoje ao final da aula do professor Wladyr, na PUC. Como disse, sou repórter e editor de fotografia do jornal ContraPonto, o jornal laboratorial do curso de jornalismo da universidade. Estou com uma pauta a respeito da recente reformulação gráfica do Estadão e do anunciamento, também recente, do novo projeto gráfico da Folha. O meu interesse é o de abordar criticamente o que leva os jornais a se importarem tanto com a sua diagramação, bem como as conseqüências das mudanças acarretadas por esse fenômeno, o que o justifica, se é que se justifica, entre outras questões.
A linha editorial do jornal é a de criticar a imprensa, ou melhor, a midia em si, positiva, ou negativamente. Seria muito interessante contar com o seu depoimento para enriquecer a matéria.
Mudando de assunto, foi um prazer conhecer você hoje na aula do professor Wladyr. É sempre bom entrar em contato com pessoas que revivem os nossos sonhos, os quais muitas vezes acabam por se diluírem na rotina — como é o meu caso —, mas confesso que acredito e vislumbro um jornalismo como você descreveu hoje, mesmo sendo difícil persistir nesse sonho que me levou a cursar essa faculdade. Infelizmente parece não existir espaço para uma produção jornalística de qualidade, mesmo assim as possibilidades encantam. Obrigado por reacender essa chama em mim, pelo menos por hoje, e que continue assim".
Falei sobre o jornalismo atual e sua falta de rumos, o que acontece também, claro, com seus suplementos culturais. Levei o novo caderno, o Sabático, lançado no último sábado pelo Estadão em substituição ao Cultura, sucessor do SL. Ninguém conhecia, eles lêem a Folha.
As maiores diferenças nesse projeto estão na parte gráfica. Embora a parte cultural do Estadão seja bem melhor que a da Folha, na minha opinião, não vi nada de novo no Sabático nesse aspecto. Tem uma boa entrevista com Umberto Eco, sobre o fim do livro ou não. Trará sempre a reprodução de um artigo do velho Suplemento Literário, a melhor parte esta.
Mas os ícones, que têm maior presença no Sabático - embora espalhados pelo jornal todo- como este
}
chave de equação algébrica, que me lembre, não têm explicação e sempre estão colocados como chave de fechar. Não abrem. Projeto de artistas gráficos de um escritório de Barcelona, terra das artes.
Tide Hellmeister, grande artista gráfico e plástico, grande elaborador de belos projetos gráficos de tantos jornais e revistas, deve estar rindo lá do Além, mais uma vez.Quantos artistas talentosos e criativos temos aqui -o maior deles era o Tide, qualidade reconhecida por seus pares-e sempre teimam em contratar os de fora.
Já sobre a Folha, que também fez sua reforma gráfica, nao posso comentar, pois ainda não li.Aliás, não leio a Folha, só na diagonal online.
Entretanto, sabemos, ao longo dos anos, que essas reformas são paliativas, não é possível encontrar uma forma ideal sem conteúdo ideal, indossoluvelmente ligados. E conteúdo bom não é mais o informativo- está na internet a notícia do dia, está no rádio e na TV, está nos celulares-
mas o analítico e reflexivo. E sem manipulações, respeitando o leitor.
O Estadão ainda continua mais confiável em se tratanto de apuração de notícias- tanto que uma hora depois que a Folha online noticiou erradamente a trágica morte de seu próprio funcionário, o Glauco , por assalto, o concorrente on line desvendou a verdade.
"Saiam de trás de seus notebooks", disse Gay Talese entrevistado no Brasil ano passado, aos jornalistas.
Foi o que repeti aos alunos da PUC, e também disse que só nós podemos mudar as coisas. Nada é imutável, e só a ação do homem pode transformar.
Sempre que falo isso, vários olhos me interrogam, surpresos. Quando cheguei, recebi este email de um dos alunos, de cerca de 20 anos:
"Elizabeth, meu nome é Gustavo Antonio Ceratti Silva, falei com você hoje ao final da aula do professor Wladyr, na PUC. Como disse, sou repórter e editor de fotografia do jornal ContraPonto, o jornal laboratorial do curso de jornalismo da universidade. Estou com uma pauta a respeito da recente reformulação gráfica do Estadão e do anunciamento, também recente, do novo projeto gráfico da Folha. O meu interesse é o de abordar criticamente o que leva os jornais a se importarem tanto com a sua diagramação, bem como as conseqüências das mudanças acarretadas por esse fenômeno, o que o justifica, se é que se justifica, entre outras questões.
A linha editorial do jornal é a de criticar a imprensa, ou melhor, a midia em si, positiva, ou negativamente. Seria muito interessante contar com o seu depoimento para enriquecer a matéria.
Mudando de assunto, foi um prazer conhecer você hoje na aula do professor Wladyr. É sempre bom entrar em contato com pessoas que revivem os nossos sonhos, os quais muitas vezes acabam por se diluírem na rotina — como é o meu caso —, mas confesso que acredito e vislumbro um jornalismo como você descreveu hoje, mesmo sendo difícil persistir nesse sonho que me levou a cursar essa faculdade. Infelizmente parece não existir espaço para uma produção jornalística de qualidade, mesmo assim as possibilidades encantam. Obrigado por reacender essa chama em mim, pelo menos por hoje, e que continue assim".
De fato, embalagem tem importância. Mas de nada valerá se o conteúdo traduzir artificialidade e manipulação.
ResponderExcluirSobre o que dizemos: quando olhos interrogam, pode anotar: há relevância.
Não podemos mesmo - seguindo o pensamento do Gustavo Ceratti - é deixar que nossos sonhos se diluam na rotina.
Parabéns pela arte de reacender chamas.
Prabéns pro Gustavo, e outros como ele, que transportarão as novas tochas....Bjs
ResponderExcluirCara Elizabeth: você não faz ideia das chamas que anda reacendendo...!!!
ResponderExcluirUal, Companheira. Deixastes o Cloaca em brasas!!!! rs
ResponderExcluirA pena é que, ainda na faculdade, a moçada está com as lamparinas em fogo brando.
kkkkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirEntre lamparinas brandas,
a escola tem obrigação de acender.Não é o que faz, nós sabemos. Mas sempre que há oportunidade, taco fogo.Bjs