quarta-feira, abril 22, 2009

Saverio Fittipaldi, fundador da Editora João do Rio,
por sua neta Lucile




Foto álbum de família


Atualizado em 25 de abril, pela Lucile


(perdão leitores, falha nossa ao telefone

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk)


Li o Blog e gostei muito. Mas há uns reparos na história do meu avô:
Minha avó não era Carmela, era Rosa Puppio Fittipaldi - a Dona Rosinha, que a Silvanete conheceu muito bem. Aliás, de onde você tirou essa Carmela?Porque na minha família há inúmeras Carmelas (inclusive a filha mais velha de meu avô, falecida logo depois que minha avó chegou ao Brasil).
O Savério Fittipaldi Sobrinho não é irmão de meu avô, mas sobrinho (como está no nome). É filho do irmão mais novo de meu avô, Vicente (ou Vincenzo, no original) Fittipaldi, casado com Carolina, com quem teve 5 filhos, o mais velho deles o Saverio Sobrinho.
Os dois irmãos - Saverio e Vincenzo - dedicaram-se aos livros, mas por caminhos diferentes. Os ascendentes eram jornaleiros. Os descendentes diretos de Vincenzo ainda estão no ramo, os de Saverio não. Mas quem gostava, realmente de livros era o Saverio.
Capitão Marvel e Principe Valente (é valente, não feliz - principe feliz é o conto do Oscar Wilde) também são coisas do passado - aliás, estive com meu primo Helio há pouco tempo e ele me disse que não guardou um único exemplar (PODE???). A Editora Saber continua, mas não sei o que publica agora.
O meu irmão Mário é sócio de uma editora, mas só publicou um livro, aliás muito bonito, sobre Mercados Brasileiros (me esqueço o nome do fotógrafo), pela dificuldade de obter patrocínio
.


Porque o mundo é pequeno, depois de ler o post de 15 de abril sobre João do Rio e Lima Barreto (leia abaixo) que mencionava o fundador da Editora João do Rio, o imigrante italiano Saverio Fittipaldi, minha amiga Silvanete me telefonou dizendo que é amiga de infância da neta do Saverio, a Lucile.

Foi Lucile, juíza do trabalho hoje aposentada, quem acrescentou dados sobre a história desse avô interessantissimo, e também me mandou a foto.

Saverio veio para o Brasil mandado pelo pai, de Potenza, região da Basilicata, aos 6 anos, para viver com os tios, que eram vendedores de jornais no cais do porto do Rio de janeiro, em 1913.

Mas o garoto não gostou, e fugiu na barca para Niterói. Chegando lá, disse à policia que estava perdido. Os policiais o levaram para a delegacia, compraram um enxoval para o menino, com duas peças de cada roupa, e o mandaram de volta para a Itália. Que tempos mais amenos, hein?

Lá, ele voltou a tomar conta das cabras do pai. Um dia, contou o Saverio, levou um pontapé: o pai estava atrás dele com cartas do Brasil, os tios escreviam aflitos porque o menino tinha fugido.

Voltou à América Latina adolescente, passou por toda a costa, foi até Buenos Aires, morou em fazenda.

Mais tarde, no Rio, já casado com a dona Carmela, também italiana, acabou ficando rico com a editora João do Rio. Parece que foi a primeira no país a publicar livros ilustrados.

Nos anos 20, a dona Carmela era uma das poucas pessoas que andavam de carro no Rio. Mas Saverio se meteu em uns investimentos imobiliários e perdeu tudo.

A família ficou pobre.

Em São Paulo, a editora das Américas foi criada por ele em 1948. Ia bem até os anos 70, dirigida pelo pai de Lucile, o Mário, que se orgulhou de ter conseguido fechar sem a bancarrota, em parceria com o livreiro da Martins, outro baluarte do ramo.

Mário criou a Bienal do Livro de SP, foi presidente da Câmara Brasileira do Livro, e mesmo depois de ter fechado a editora. Uma família de gente ligada aos livros, jornais e revistas.

Helio Fittipaldi, filho de Saverio Filho Sobrinho, irmão dele, dirige a Editora Saber, que publica Capitão Marvel, Príncipe Feliz, clássicos dos quadrinhos.

Lucile contou que a família sempre pensou em se reunir um dia para resgatar a história de Saverio, mas o tempo vai passando, e tal, e também não tinham idéia da importância do avô. Mas essa tarefa a professora Jerusa Pires já tomou para si, a família adorou saber, e acho que a professora vai gostar dessas histórias que a Lucile contou.



8 comentários:

  1. Silvanete6:43 PM

    Até eu fiquei surpresa com a história do Savero Fittipaldi. Gostava dele e de toda família que tive contato. Conhecia trechos, mas nem tanto, apesar de tê-los encontrado pela vida desde a infância. Certamente gostarei de ler o livro da prof. Jerusa Pires. Sem querer virei personagem desta história...

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  2. quanta história prá ser contada. histórias, lindas, comoventes, de gente teimosa. e eles só nos oferecem enlatados rolidianos, com biografias comuns, transformadas em grandes histórias.

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  3. ihihihihhihi, consegui me inscrever, com foto e tudo. mais uma seguidora da beth... então amiga, muito cuidado que eu não sigo qualquer um, viu?!
    beijo.

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  4. ôpa, tem gente me seguindo, tem um japonês trás de mim?

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  5. a professora Jerusa me pediu o telefone da Lucile e já ficou amiga dela, e por sua vez já era amiga da ex-mulher do pai dela...é, a aranha vive do que tece.

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  6. A direção da EE Savério Fittipaldi esta precisando de fotos e comentario da vida de seu patrono para participar do Prêmio Nacional de Referência em gestão Escolar Ano-BaseI 2009. Ficaremos grato se puder atnder a nossa solicitação para o endereço e-mail dado bruno edna@ig.com.br

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  7. Debora, eu só posso te oferece o que está aqui publicado,pode usar como quiser, abraço

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  8. Bruna9:39 AM

    Olá,

    Estudo literatura italiana e achei muito interessante esta história. Gostaria de saber algumas datas como o nascimento de Saverio Fittipaldi e o ano de fundação da editora João do Rio.

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