Foto Beatriz Faleiros
Numa esquina do Malecon, o murinho à beira-mar, de sete quilômetros de extensão, existe o escritório de interesses dos EUA, desde o governo Jimmy Carter. Próxima ao local, a Tribuna Antiimperialista Jose Marti é sede de atos políticos e shows.Ali também fica o "Monte das Bandeiras": 138 bandeiras negras com a estrela branca içadas pelos cubanos em janeiro, em resposta a um letreiro luminoso gigantesco instalada no último andar do prédio,com mensagens de "liberdade" em que os norte-americanos atacam Cuba.
Agora , nem de perto e nem ao longe se pode ver as mensagens de Bush, que pena, mas que pena! Ali, na noite de 12 de agosto e madrugada de 13 --as bandeiras negras foram trocadas pelas bandeiras nacionais --assistimos a uma imensa Cantata pela Pátria, em homenagem ao aniversário de Fidel. Mais de cem artistas- cantores, musicos, atores- desfilaram para uma vasta platéia essencialmente jovem, entre 17 e 20 e poucos anos- esparramada pelo Malecón. Garotada com modelitos parecidos aos nossos, que certamente eles mesmo fazem- como também constróem eles mesmos as peças de reposição de seus fantásticos carrinhos e carrões dos anos 50 -- mas com caras tão mais tranqüilas, sem droga, com pouquíssima bebida e por incrível que pareça, quase ninguém fumando cigarro ou charuto, curtindo o rap, o rock, as canções da terra, as revolucionárias, e até um Roberto Carlos, quem diria "Você , meu amigo de fé, meu irmão, camarada"- que o autor nunca pensou onde, e para que aniversariante, seria entoada, num dia do século 21, no distante Caribe, na caliente Cuba.
Ficamos horas lá, misturadas com essa moçada que pedia desculpas quando esbarrava e pedia licença ao passar. Não é mesmo uma coisa rara para nosotros habitantes de urbes tresloucadas? Mais rara ainda: sem incidentes policiais, sem briga, sem assalto. Estaríamos nós em outro mundo?
Outro mundo seria possível?
Não percam os próximos capítulos!
oi queridona. tudo bem? saudades...vc já voltou de Cuba?
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