O programa também reprisou um Roda Viva de 1991, com Rachel de Queiroz. Caio é um dos entrevistadores e diz algo que nunca se viu qualquer entrevistador fazer nesse programa, em geral laudatório. Ele diz: "Eu me sinto constrangido de estar aqui, e não quero ser constrangedor. Sinto-me constrangido por estar aqui para louvar uma pessoa da qual eu absolutamente discordo e que representa coisas que eu não prezo". Mais ou menos isso. Rachel foi comunista na juventude, tempos de " O Quinze", e mais tarde apoiou a ditadura. Foi interrompido abruptamente pelo mediador, o jornalista Jorge Escosteguy, que falou algo do tipo: você está aqui para fazer perguntas. E Caio: " Não vou fazer pergunta". Rachel, então, respondeu que vivemos em uma democracia e ela esperava que ele respeitasse suas posições. Caio falou que respeitava, sim. Então, ficou gravada para sempre a coerência desse homem, desse escritor corajoso -- porque ninguém da confraria intelectual cabocla jamais agiria assim. Ficou gravada a censura do jornalista, interrompendo a fala democrática de um participante do programa. Quanto à resposta da escritora, não tenho reparos a fazer.
Todos os três já estão mortos.
Uma pena não me lembrar do Caio em vida... Fiquei extremamente emocionada com as imagens dele!
ResponderExcluirE da coragem!
Lindo lindo lindo!
Carolzinha
ResponderExcluirEle era muito lindo mesmo, mas é claro que está vivo entre nós. Beijos
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirÉ possível que um dia me aprofunde na obra de Caio Fernando, para, sei lá, conhecer sua poética, saber se houve coerência entre sua obra e sua vida, qual sua temática. Na de Rachel,já me aprofundei. E posso confessar, não me senti, de maneira alguma, constrangido por isso... Cavilações de cada um... Quem vai entender?
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