segunda-feira, abril 15, 2013

Pessoa

O PESO DE HAVER O MUNDO Passa no sopro da aragem Que um momento o levantou Um vago anseio de viagem Que o coração me toldou. Será que em seu movimento A brisa lembre a partida, Ou que a largueza do vento Lembre o ar livre da ida? Não sei, mas subitamente Sinto a tristeza de estar O sonho triste que há rente Entre sonhar e sonhar. - Fernando Pessoa [19-5-1932], in "Poesias Inéditas (1930-1935)", 1955, Ed. Ática, Lisboa (imp. 1990).

sexta-feira, abril 05, 2013

167 anos de Lautréamont

167º aniversário de Lautréamont. (Lautréamont, Os Cantos de Maldoror, oitava estrofe, Canto I), tradução de Claudio Willer. “Eu, como os cães, sinto a necessidade do infinito... Não posso, não posso satisfazer essa necessidade! Sou filho do homem e da mulher, ao que me dizem. Isso me espanta...acreditava ser mais! De resto, que me importa de onde venho? Se dependesse da minha vontade, teria preferido ser antes o filho da fêmea do tubarão, cuja fome é amiga das tempestades, e do tigre, cuja crueldade é reconhecida: eu não seria tão mau”.