terça-feira, julho 24, 2012
Professor Antonio Candido, 94 anos hoje
Na foto, ele e sua mulher, Gilda, que já partiu."A velhice é muito triste", comentou comigo uma vez, em sua casa de viúvo. O que eu poderia dizer? Longa vida ao professor, que tem me salvado, e a tantos, por saber que ele existe, e por ouvir as coisas que fala, como esta, que não canso de compartilhar, sobre a alegada falência da utopia:
" Mas o que importa não é que os alvos ideais sejam ou não atingíveis concretamente na sua sonhada integridade. O essencial é que nos disponhamos a agir como se pudéssemos alcançá-los, porque isso pode impedir ou ao menos atenuar o afloramento do que há de pior em nós e em nossa sociedade. E é o que favorece a introdução, mesmo parcial, mesmo insatisfatória, de medidas humanizadoras em meio a recuos e malogros. Do contrário, poderíamos cair nas concepções negativistas, segundo as quais a existência é uma agitação aleatória em meio a trevas sem alvorada."
Foto Bob Wolfenson