sábado, junho 09, 2012
Evandro Affonso Ferreira, escritor
“araã!”;”Erefuê”; “Zaratempô!”O mais recente, “Minha mãe se matou sem dizer adeus”.São esses os livros que li do Evandro, o primeiro dele é “Grogotó”, não li, mas uma vez encontrei essa palavra nos escritos do pai de uma amiga mineira, ela me mostrou, estava lá “Grogotó”, que é um hotel em Barbacena, será outra coisa também? Sim. No Google tem o dicionário Aulete:
interj. || (Bras.) Acabou-se! Está tudo perdido! Agora é tarde. [Também se diz grogotó de galhetas!
Essas Minas. Embora parece que negue influências, há tanto tempo em SP, o escritor é mineiro de Araxá.Sei lá, que sei eu? Conheci Evandro faz muito tempo, quando ninguém e nem ele imaginaria que seria um escriba. Era bem humorado e triste, me escrevia bilhetes que guardei até hoje e embora ele diga nesta entrevista que até os 45 anos nunca escreveu nem leu nada, ao menos bilhetes interessantes escrevia. Um deles num cartão da Nirvana automóveis, onde trabalhava. Ah, essa vida e suas palavras e caminhos. Nesta entrevista num programa da Rede Minas, ele faz a declaração abaixo, que poderia ser a de muitos dessa estranha e preciosa tribo:
“Eu me agarro às palavras, a literatura é minha vida. Fui chegando a um ponto da minha existência em que tudo foi se afunilando. Eu conduzi de tal maneira a vida que só me resta a palavra.Eu me apego a literatura como quem se apega a um ramo qualquer à beira do precipício, se eu não segurar a palavra eu caio, e isso não é figura de linguagem. Sou uma pessoa falida em termos de vida e só me resta literatura.Sem a literatura não sei o que é viver.E isso não quer dizer que eu escreva melhor ou pior, mas posso lhe garantir que só me restou a literatura”.