Um pouco de poesia
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12:09, 1/12/2011 PAULO MOREIRA LEITE CULTURA TAGS: POESIA
Livro de amigo é como jantar em casa de parente. Você vai e elogia mesmo quando não gosta.
Mas acabo de ler “As Dez Mil Coisas", de apenas 68 páginas de Elizabeth Lorenzotti. É uma amiga de mais de 30 anos. Jornalista e escritora, trabalhamos juntos, pensamos por idéias próximas.
Arriscada como é de seu feitio, Beth Lorenzotti fez um livro de poesias — coisa que, por si só, já é complicada.
O lançamento foi na Academia Paulista de Letras e o prefácio é de Claudio Willer, professor e poeta de São Paulo.
Não sou crítico mas queria dizer que gostei do livro. Li e cheguei ao final com a certeza de que não perdi meu tempo. Leia estes dois versos:
SERTÃO
Tudo será esquecido
Tudo será aprendido
Tudo terá se fingido
Tudo Sertão
ou então este
CORAÇÃO TORTO
O meu nome não é brasileiro
e o desespero tão profundo
sequer transparece na face
A minha raça é estrangeira
e o que me comove pode ser
mais forte do que o que me move
Eu reverencio a estranheza.
domingo, dezembro 04, 2011
Sócrates Brasileiro (1954-2011)
"É muito estranho você morar neste país e não gostar de futebol", estranhou alguém dia desses. É, não curto, não acompanho os jogos, mas as histórias, os personagens, o circo sedutor todo. Me comovem, e /ou me ensandecem.Mas ainda estão lá, nesse circo, a marca dessa cultura, as pegadas dos nossos vãos e desvãos, da nossa alegria ainda não extinta, apesar de tanto esforço pra acabarem com ela. Do nosso talento . Do comércio vil em que tudo se transforma, mas ainda não. Nessa história de brilhos e desgraças, Sócrates era um com a consciência aguda.Que o circo de horrores da midia vai sugar até a útima gota hoje, o dia todo, a semana toda, depois vai esquecer. Não vamos entrar nessa , claro. Salve o Sócrates, brasileiro no mome assim como o maestro Antonio Carlos Jobim.
Saudades do Brasil.