sexta-feira, março 25, 2011

Poetas na sauna




Allen Ginsberg, Philip Whalen, novelist William S. Burroughs, swimming pool area, Varsity Apartments, Boulder, Colorado, July l976.
Copyright 2001Gordon Ball

Allen Ginsberg

O poeta beat Allen Ginsberg e Peter Orlovsky,New Year's l977, New York City.
Fpto Gordon Ball

sábado, março 19, 2011

Beatniks tupinikins

http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1654354-17665,00-BEATNIKS+FAZEM+POESIA+LIRICA+COM+DOSES+DE+SURREALISMO.html

Poesia,Bethânia e superfaturamento

Do blog do Ricardo Soares

Yes, o Brasil precisa de poesia até porque os atos poéticos não se multiplicam e somos um país de rimas pobres. Yes, o Brasil precisa de poesia porque nossos dirigentes são pouco poéticos e até pouco afeitos a leitura transformando lirismo em empreiteiras e empreitadas desenvolvimentistas. Yes, o Brasil precisa de poesia porque poesia é sensibilidade, é doação , é dedo no coração mais que na mente. Yes, o Brasil precisa de poesia seja em blog, em livro, em jornal e muito mais no rádio e na televisão assolados por rios de sangue e tiros. Yes, o Brasil precisa de poesia porque mesmo os cultos desaprenderam de ouvi-la , senti-la , escutá-la. O Brasil precisa de mais discussões poéticas, de menos fascismo e mais coisas fáceis, de mais senso de humor, picardia, ironia, poesia .
Toda grande poesia pode ser muitas vezes desagradável como dizia o grande poeta e cronista Paulo Mendes Campos quando se referia sobretudo ao Fernando Pessoa, um dos poetas preferidos da Maria Bethânia que essa semana ficou no foco das atenções justamente por causa da poesia. Aliás de uma discussão periférica à poesia. Bethânia, artista de talento, ama poesia. E achou legitimo ( também acho) chamar alguns amigos seus igualmente talentosos para fazer um blog que divulga e propaga poesia. Louvável. O que não é louvável é o preço absurdo que ela e seus amigos pleiteiam para a empreita : 1 milhão e 300 mil reais. Nada poético.
Em consequência disso a polêmica explodiu nas redes sociais e na internet. E teve gente talentosa defendendo o indefensável como o cineasta Jorge Furtado, o Hermano Viana, que participaria da boca livre e outros. Um articulista bobalhão da Folha de S.Paulo chegou a comparar hoje que toda essa balbúrdia em torno do assunto tem a ver com "direita cultural" ou macartismo. É impressionante como um fato simples possa provocar tanta estultice. Nada tem a ver com macartismo a condenação de superfaturamento por uma ação cultural. As pessoas confundem alhos com bugalhos. No caso desse articulista e outros "folhetes" até se explica porque o marketing deles é justamente desafinar o coro dos contentes não por convicção mas por ação marqueteira mesmo. Criam personagens para si próprios como faz há anos outro bobalhão inofensivo como Diogo Mainardi que gravita em outra órbita.
Hermano Viana, aqui citado, diz em artigo que toda essa discussão prova que precisamos mais do que nunca de poesia. Isso eu não discuto porque discuti nesse blog várias vezes como as pessoas não gostam, não entendem e nâo lêem poesia. Mas querer aliar discussão sobre superfaturamento cultural a poesia não é de bom tom Hermano. Poeticamente todos vocês envolvidos no processo desse blog superfaturado poderiam ter concebido versos mais doces...

quinta-feira, março 17, 2011

Shizen

Naturalidade Aprendi muito com os japoneses, desde a infância. Há alguns anos, estudei budismo Shin no Higashi Honganji, templo do budismo japonês na avenida do Cursino, em São Paulo.
Maravilhosa e delicada visão de mundo. Devo muito à terra do sol nascente, a humanidade deve muito, aliás, a essa grande filosofia, arte, estética, ética.

Penso neles, penso no Buda Amida, da Luz Imensurável.

terça-feira, março 08, 2011

Julieta Barbara, prazer em conhecer

Julieta Barbara foi mulher de Oswald de Andrade e de Mario Schemberg. Poeta, pintora, morreu em 2005 com seus mais de 95 anos. Vai passar esta quinta, na TV Cultura, um documentário do José Roberto Aguilar sobre ela. Imperdível

Amar de Bárbara from Confraria Produções on Vimeo.

Ensaio sobre a cegueira nos muros de Oporto

O artista portorriquenho Rafael Trelles foi convidado, em 2010 , a exibir seu trabalho na cidade portuguesa de Oporto, pela
5a Bienal Internacional de Design do Douro. Decidiu fazer uma arte baseada no livro de Saramago, Ensaio sobre a Cegueira, e apropriou-se da tela de Pieter Brueghel, o Velho, de 1568- A parábola do cego -- o mesmo que fez a Torrre de Babel que é a imagem deste blog.

Vestiu seus personagens como executivos e financistas, responsáveis, com sua cegueira, pelas crises econômicas que levam este mundo ao buraco.

Maravilhoso, prestem atenção , no fim, no quadro do Velho que o inspirou. A Arte, só a Arte.
Quem mandou essa perola foi o Jô Fevereiro.

domingo, março 06, 2011

Vinícius, sempre



Poética - Vinicius de Moraes

"De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
Meu tempo é quando."

Vinicius foi minha paixão adolescente, desde que li "Para uma menina com uma flor". Um dia , muito tempo depois, me pautam pra entrevistar o poeta. Tive de chamar uma colega pra fazer a entrevista junto, era muito pra mim. Num apê em frente ao Mackenzie, ele estava hospedado na casa de Marilia Medalha. Umas duas da tarde, ele recém-acordado. O fotografo fez belissimas fotos dele tomando café, tenho até hoje.

Mas acho que ele acordou mesmo no fim da entrevista.
García Marquez tem razão, o jornalismo é a melhor profissão do mundo.
Às vezes, como nesta. Já o Tom, nunca me pautaram, infelizmente.
Ele era um príncipe

sábado, março 05, 2011

Um poema de Breton

Um homem e uma mulher absolutamente brancos

Tradução do poeta português António Ramos Rosa

Lá no fundo do guarda-sol vejo as prostitutas maravilhosas
Com trajes um pouco antiquados do lado da lanterna cor dos bosques
Levam a passear consigo um grande pedaço de papel estampado
Esse papel que não se pode ver sem que o coração se nos aperte nos andares altos de uma casa em demolição
Ou uma concha de mármore branco caída no caminho
Ou um colar dessas argolas que se confundem atrás delas nos espelhos
O grande instinto da combustão conquista as ruas onde elas caminham
Direitas como flores queimadas
Com os olhos na distância levantando um vento de pedra
Enquanto imóveis se abismam no centro da voragem
Nada se iguala para mim ao sentido do seu pensamento desligado
A frescura do regato onde os sapatinhos delas banham a sombra dos seus bicos
A realidade daqueles molhos de feno cortado onde desaparecem
Vejo os seus seios que abrem uma nesga de sol na noite profunda
E que se abaixam e se elevam a um ritmo que é a única exacta medida da vida
Vejo os seus seios que são estrelas sobre as ondas
Seios onde chove para sempre o invisível leite azul

quarta-feira, março 02, 2011