O poeta, por Almada Negreiros
Eu não sou eu nem sou o outro,
Sou qualquer coisa de intermédio:
Pilar da ponte de tédio
Que vai de mim para o Outro.
Lisboa, fevereiro de 1914
Estes versos do grande poeta português, que se suicidou aos 26, grande amigo de Pessoa -- que lhe dedicou um belissimo poema, sobre a amizade --, parei para ler, encantada, numa estação de metrô, não me lembro qual.
As pessoas correndo, será que alguém , como eu, pára pra ler poesia em meio aos desvãos da metrópole?Acho que sim.