O trânsito mudou muito desde então, mas o primeiro atelier, 42, rue Fontaine, Paris, é o mesmo.
"Cara imaginação, o que mais amo em ti, é que tu não perdoas." Palavras do poeta André Breton, inventor do surrealismo - movimento literário que trouxe o inconsciente, a fantasia e o sonho para o domínio da arte.
Leon Trotski e André Breton, tiveram em 1938, na Cidade do México, um encontro histórico de que resultou, após muitos debates entre eles e outros agentes culturais, este documento, cuja versão final foi elaborada por Breton e Diego Rivera, com a aquiescência de Trotski. Naquele momento nascia a F.I.A.R.I. – Federação Internacional da Arte Revolucionária e Independente – de vida efêmera mas importância histórica crucial.
Em 1938 a Guerra Civil Espanhola entrava no seu segundo ano, antecipando o confronto que se daria na Segunda Guerra Mundial, entre 1939 e 1945.
Por uma arte revolucionária independente
Alguns dos seus propósitos estabelecidos, infelizmente nunca conquistados até hoje:
_ Uma aliança em prol da civilização, da vida, do ser humano em sua plenitude de manifestações.
_ Nenhuma barreira, nenhum tipo de controle, nenhum limite aos sonhos, à cultura ou à arte, que todos nascem no mesmo lugar.
_ Um libelo pela mais plena e absoluta liberdade de expressão, sem qualquer tipo de amarras.
_ O mais vigoroso repúdio a toda e qualquer forma de autoritarismo ou dirigismo.
_ Os meios materiais devem ser postos sem limite ou controle de qualquer espécie a serviço do ser humano e da arte.
_ A arte jamais deve ser reduzida a serviçal do capital.
_ O capitalismo é liberticida por definição.
_ O socialismo não pode ser autoritário.
_ Se destruir uma obra de arte é considerado por todas as pessoas sensíveis um gesto hediondo, como classificar o gesto de impedi-la de sequer existir?
_ Repúdio à barbárie das guerras e do autoritarismo.
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