Ele quase não pode mais andar. Locomove-se com extrema dificuldade.
Além do Mal de Parkinson, grave problema de próstata, e desde alguns meses - na época do evento em sua homenagem em março - tenta uma cirurgia no Hospital das Clínicas.
Está muito magro, alimenta-se pouco, me conta um amigo dele.
Precisa de um exame que foi marcado hoje para 18 de junho, lá mesmo, nas Clinicas. O retorno para levar os exames, só no dia 2 de agosto.
Não tem plano de saúde, não tem grana, é um dos nossos maiores poetas vivos. O diretor-clinico do HC chama-se Marcos Boulos. Se alguém o conhecer, ou conhecer alguém que possa ajudar, por favor entre em contacto por este blog.
Eu sei que não acontece só com o Piva, mas com o povo brasileiro pobre. Aconteceu com minha mãe, que morreu num puxadinho do Incor/SP, porque eu não tinha nenhum padrinho lá para arrumar uma vaga na UTI.
A saúde pública no país sendo privatizada aos poucos, as pessoas morrendo por falta de acesso. No século 21.
Isso me mortifica.
Do Piva, o que não vendeu a alma:
"Tudo o que vocês chamam de história não é senão o nosso plano de fuga da civilização de vocês."
"Com a poesia domada, a ditadura é da informação. O monopólio informativo favorece à subordinação administrativa em seu papel de controle social. A imagem do Estado policial se trata menos de uma repressão franca e policial que de uma opressão insidiosa caracterizada pelo domínio do conjunto dos comportamentos."
segunda-feira, maio 03, 2010
Poesia de Eric Ponty
O poeta Eric Ponty, lá de São João del Rei, um cultor da métrica em tempos sem prumo, me dedicou esta poesia, com rimas internas e externas, trabalho de olho, ouvido, insistência e cordis.
Obrigada Eric.
Coração de menina, límpido a destina
Apenas o carpido, o tom róseo movia,
ficamos a observar da ilesa campina,
coração de menina, límpido a destina.
Da senhora abatida, à mão se contamina,
de entretons luzidios dos sons desta rotina,
do campo não furtava à fúcsia luz da sina.
Trazer-nos esta luz da flor que nos ensina,
oração imo acaso, ela, desta vida assina,
de quando ofereceu-nos dor aflita à mina.
(*) falo das dores da vida e o que ela provoca em nós, por isso senhora abatida
Obrigada Eric.
Coração de menina, límpido a destina
Apenas o carpido, o tom róseo movia,
ficamos a observar da ilesa campina,
coração de menina, límpido a destina.
Da senhora abatida, à mão se contamina,
de entretons luzidios dos sons desta rotina,
do campo não furtava à fúcsia luz da sina.
Trazer-nos esta luz da flor que nos ensina,
oração imo acaso, ela, desta vida assina,
de quando ofereceu-nos dor aflita à mina.
(*) falo das dores da vida e o que ela provoca em nós, por isso senhora abatida