domingo, novembro 30, 2008
Um poema antigo para Maiacóvski
Por Vladímir Maiacóvski
De Elizabeth
Vladímir voz de veludo
Carcaça gigante, eu te reverencio
Porque se passaram 66 anos
e passarão cem, e o século vai virar
e mais mil anos
e sempre ressuscitarás a cada poema
E continuarão a ler tua obra/vida
Com ou sem balalaikas
Ó delicado!
A iluminar, a brilhar
A libertar povo e poesia
Muita coisa junta para um só poeta
E a misérias do cotidiano
E os amores servis
E o deserdados do mundo
Ó delicado!
Tudo mudou
nada mudou
É preciso que tudo mude, eles dizem
Para que tudo permaneça como sempre foi
Este o slogan do século 20
(Não o seu , não o nosso)
New York, Moscou, Praga
São Paulo (Brasil, lá onde poderia existir um homem feliz)
As capitais engasgadas
Desenrolam suas misérias
Sérvio e croatas, afegãos,
e nordestinos, cucarachos e africanos
judeus, palestinos, e curdos e tantos
sangram como talvez nunca
tenha sangrado o homem
Vladímir, foi bom
foi bom que teu tempo se esgotou tão cedo
Quanto disso o poeta poderia suportar?
Resta-nos beber da tua fonte
Ó delicado!
Entoar poemas pelos bares vadios
E brilhar
Nossa vingança é brilhar
Brilhar sempre
Brilhar como o sol